Pro Pipeline

Robinson vence em Oahu

Australiano Jack Robinson supera italiano Leonardo Fioravanti na final e fatura título da etapa havaiana Pro Pipeline. Brasileiros Caio Ibelli e João Chianca ficam em terceiro lugar.

0
Jack Robinson é campeão do Pro Pipeline.

A categoria masculina do Pro Pipeline foi vencida por um australiano. O atual terceiro melhor surfista do mundo, Jack Robinson, teve conexão melhor que o adversário nas difíceis condições para o surfe no pico havaiano durante a decisão, e abriu a temporada da elite com vitória. O italiano Leonardo Fioravanti ficou em segundo lugar.

Clique aqui para ver a reportagem completa da categoria feminina

Clique aqui para ver as fotos

Clique aqui para ver o vídeo

A final masculina aconteceu em más condições para o surfe, com vento lateral muito forte e ondas para Backdoor com cerca de 1 metro. O cenário se refletiu nas notas da bateria de 40 minutos. Até os 10 minutos finais, a maior nota era 4,00 pontos do então líder Leo Fioravanti. O score foi conquistado com três manobras, sendo a primeira a mais expressiva, uma batida de frontside.

Jack Robinson deu um duro golpe no adversário quando restavam 10 minutos. Ele usou a prioridade, executou uma rasgada e bateu com força na direita. Os 6,00 pontos o levaram para a liderança, e deixaram Leo na necessidade de 5,18. O italiano ficou na prioridade na espera de uma onda boa, mas ela não apareceu e ele terminou com vice-campeão.

Jack Robinson no caminho da vitória.

“Eu sonhei com isso por muito tempo. O Andy (Irons) sempre foi um dos meus surfistas preferidos de todos os tempos e é uma honra vencer esse evento em homenagem a ele”, diz Jack Robinson. “Sentir todas essas emoções no início do ano, é incrível. Eu estava me sentindo bem, mas nunca se sabe o que vai acontecer com essa fera, que é Pipeline. Este lugar é o mais especial de todos e estou muito grato por este começo de temporada aqui no Havaí. Eu aprendi muito no ano passado e estou me preparando para enfrentar essa longa estrada”.

O caminho de Jack até a final – Nesta quarta-feira (8) foram realizadas três fases masculinas do Pro Pipeline. Na semifinal o duelo foi contra João Chianca. A bateria começou com João melhor, marcando 4,50 contra 3,67 pontos do oponente. Porém Jack, aos 12 minutos, fez um tubo um pouco apertado pro Backdoor e anotou 5,17. A bateria seguiu dessa forma até os últimos sete minutos, quando o brasileiro fez um tubo pequeno, porém profundo, e uma batida potente na junção da direita. Ele necessitava de 4,35 e a performance valeu 5,43.

Mas dois minutos depois o australiano usou bem a prioridade, passou por dentro da direita e bateu na junção para voltar à liderança com 6,50 pontos. João passou a precisa de 6,25 e perto do minuto final fez sua última tentativa. A onda era da série, porém correu e ele não saiu do tubo pro Backdoor.

João Chianca termina etapa ne terceira posição.

Jack x John John – Antes de encarar o brasileiro, Jack teve uma dura batalha contra o local John John Florence. Os primeiros 10 dos 30 minutos da bateria teve cinco ondas surfadas, a melhor pelo havaiano, que marcou 5,33 pontos num canudo pro Backdoor. O australiano também passou por dentro da direita, mas numa onda menor, e a atuação valeu apenas 3,83.

John John fez outro tubo quando restavam 19 minutos. Ele sumiu dentro de Backdoor, saiu e ainda executou duas batidas. A performance valeu 7,17 pontos. Até aquele momento Jack não conseguia achar boas as ondas e acompanhar o ritmo do adversário. O aussie melhorou seu somatório com uma nota 5,00, porém ainda precisava de 7,50 para assumir a liderança.

Aos sete minutos John John usou a prioridade e fez um tubo. Jack surfou a direita seguinte da mesma série. O australiano acelerou, entrou num tubo largo, ficou fundo por um rápido momento e saiu por baixo do lip, sendo quase derrubado. O havaiano colocou 5,70 pontos no somatório e o aussie 6,67. Dois minutos depois Jack usou a prioridade, sumiu dentro da direita, saiu e acertou uma batida. A nota 7,17 colocou Jack na liderança. John John passou a precisar de 6,67 para vencer. O tempo passou e o placar não foi alterado.

John John Florence perde de virada para Jack Robinson.

O caminho de Leo até a final – Antes de chegar na final, Leo teve que passar pelo brasileiro Caio Ibelli. As semifinais do Pro Pipeline tiveram 35 minutos de duração, e a primeira masculina começou com Caio e Leo ativos. O fato ruim é que quando veio a boa, quem estava bem posicionado e com a prioridade era o italiano. Aos seis minutos de duelo ele ficou fundo numa direita e saiu ileso por baixo do lip (dog door). A nota foi 7,67 pontos.

Leo voltou a surfar aos 11 minutos. Novamente ele atuou de frontside, e dessa vez foi com manobras. Com mais 4,33 pontos no somatório, Leo deixou Caio na necessidade de 12,00 pra virar.

Caio segurou a prioridade e fez o uso dela aos 24 minutos. A escolha e a atuação foram boas, ele ficou fundo no Backdoor e ainda bateu. Com 6,50 pontos ele diminui a diferença para 5,51. Porém o tempo passou e Caio só teve mais uma chance, perto do minuto final, entretanto a direita correu e ele não encontrou a saída do canudo.

Quartas contra Jordy – O último dia do Pro Pipeline começou com a primeira bateria das quartas de final masculinas, entre o sul-africano Jordy Smith e Leonardo Fioravanti. Eles iniciaram a disputa soltando as manobras para o Backdoor, e o italiano foi melhor com 4,33 pontos. Jordy reagiu e assumiu a liderança com duas atuações pra direita. Elas valeram notas na casa dos cinco pontos (5,43 e 5,33).

Leo perdeu a prioridade numa onda ruim quando restavam dez minutos. Um minuto depois Jordy deixou uma direita passar e Leo entrou em ação. O italiano surfou um tubo limpo e ainda fez duas manobras. Ele necessitava de 6,43 pontos e anotou 6,67. A partir daquele momento Jordy sentou no pico, e passou a esperar uma onda que valesse no mínimo 5,58 pontos. Mas o tempo passou, ele não teve oportunidade e se despediu da etapa com a quinta posição.

Leonardo Fioravanti chega a sua primeira final no CT.

Brasileiros nas quartas – Caio foi o primeiro brasileiro a atuar no último dia do Pro Pipeline. O surfista teve uma atuação segura nas quartas, com manobras fortes e tubos profundos pra direita do Backdoor. O melhor canudo valeu 9,00 pontos.

Caio participou da segunda bateria das quartas de final junto de Liam O’Brien. O australiano também manobrou de frontside para a direita, mas não conseguiu impressionar com seus movimentos. Já o brasileiro deu show.

Caio Ibelli repete resultado de 2022.

Oitavo melhor surfista do mundo em 2022, Caio atacou de frontside as direitas com fortes manobras de borda, como layback e batida em junção grossa, e ainda encontrou os tubos. Ele começou com duas ondas fracas, mas depois anotou 4,17 e 6,83 pontos. Nesse momento restavam 13 minutos e ele já estava muito à frente no placar. Mas o golpe final veio logo depois. Caio fez um drop difícil, ficou fundo no canudo e saiu limpo para conquistar a nota 9,00.

O australiano não teve forças para reagir, e o brasileiro ainda achou outro tubo para o Backdoor (6,17), mas não trocou de nota. Final de disputa e vitória de Caio pelo placar de 15,83 a 7,70 pontos.

João supera Filipe – A terceira bateria da quartas de final do Pro Pipeline, entre Filipe Toledo e João Chianca, começou com notas fracas. A primeira atuação de destaque aconteceu aos nove minutos. João usou a prioridade e bateu forte duas vezes de frontside. A nota foi 6,00 pontos.

Logo depois da metade da bateria os dois colocaram notas no somatório. Filipe surfou duas ondas pra Pipe. Numa delas pegou um tubo pequeno, mas fundo, com saída espremida, e ainda executou uma batida. Na outra ele voou com reverse. João pegou um tubo curto para Backdoor. Filipe recebeu as notas 4,50 e 5,00, e João 3,57.

Filipe Toledo termina etapa em quinto lugar.

A bateria chegou nos dez minutos finais com João na frente num placar apertado (9,57 a 9,50). Filipe precisava de 4,58 para vencer. João estava com a prioridade quando restavam quatro minutos. Uma série apareceu e João deixou a primeira onda para Filipe, que fez um tubo rápido para o Backdoor. João surfou a direita seguinte e executou três batidas. Filipe não virou com os 4,20 recebidos, e João aumentou a diferença com outra nota 6,00.

Filipe voltou pro pico e pegou a prioridade. Quase no minuto final ele surfou um tubo fundo pra direita, fez um cutback e bateu forte na junção. A onda não era da série. Ele precisava de 7,00 pontos para avançar no Pro Pipeline, mas recebeu 6,40 e foi eliminado.

Próxima etapa – A próxima etapa do CT 2023, a segunda da temporada, acontece também no lado norte da ilha de Oahu. Sunset é o palco. A janela abre já no próximo domingo (12).

Pro Pipeline 2023

Final Masculina

Jack Robinson (AUS) 9,17 x 7,47 Leonardo Fioravanti (ITA)

Semifinais

1 Leonardo Fioravanti (ITA) 12,00 x 7,57 Caio Ibelli IBRA)

2  Jack Robinson (AUS) 11,67 x 9,93 João Chianca (BRA)

Quartas de final

1 Leonardo Fioravanti (ITA) 11,00 x 10,76 Jordy Smith (AFR)

2 Caio Ibelli (BRA) 15,83 x 7,70 Liam O’Brien (AUS)

3 João Chianca (BRA) 12,00 x 11,40 Filipe Toledo (BRA)

4 Jack Robinson (AUS) 13,84 x 12,87 John John Florence (HAV)

Final Feminina

Tyler Wright (AUS)  11,00 x 10,00 Carissa Moore (HAV)

Semifinais

1 Tyler Wright (AUS) 13,43 x 13,33 Lakey Peterson (EUA)

2 Carissa Moore (HAV) 12,17 x 6,67 Bettylou Sakura Johnson (HAV)