Pipe Pro 2024

Brasil vivo no Havaí

Tatiana Weston-Webb e Luana Silva colocam Brasil nas quartas do Pipe Pro 2024. Finais acontecem neste sábado (10).

0
Tatiana Weston Webb segue na disputa do Pipe Pro 2024.

As duas representantes brasileiras na elite mundial estão classificadas para a fase das oito melhores do Pipe Pro 2024. Tatiana Weston-Webb e Luana Silva avançaram na sexta-feira (9) de manobras nas ondas de 3 pés na bancada havaiana. Finais acontecem neste sábado, com primeira chamada às 14h45 (de Brasília).

Clique aqui para ver as fotos

Clique aqui para ver o vídeo

A sexta-feira teve as duas disputas da repescagem, realizas em baterias de 30 minutos cada, e as oitavas de final, disputadas em duelos simultâneos com duração de 40 minutos. Enquanto Luana iniciou o dia já na fase das 16 melhores, Tatiana precisou competir duas vezes no dia para seguir viva na competição.

Tatiana ficou ativa na segunda bateria da repescagem e aos 4 minutos surfou sua segunda onda no duelo. Depois de uma nota baixa, a brasileira atingiu a junção de Backdoor e anotou 4.50 pontos. India Robinson respondeu 4 minutos depois. A australiana executou três ataques de frontside na direita e conquistou 4.00 pontos.

Tatiana Weston Webb foca no ataque de backside e passa duas fases.

Tati trocou de nota aos 9 minutos com duas batidas de backside (3.00). A norte-americana Lakey Peterson chegou nos 12 minutos finais em último lugar. Naquele momento ela executou duas rasgadas, uma alongada e outra curta, além de uma batida numa pequena junção. Ela assumiu o segundo lugar com a nota 3.80, mas logo depois India voltou a ultrapassar a norte-americana com 2.73 pontos.

A brasileira ainda surfou mais quatro ondas, porém não alterou o placar. A norte-americana e a australiana também atuaram, mas as posições não foram alteradas e India avançou junto com a brasileira.

Tati x Sally – Tati travou uma dura batalha contra Sally Fitzgibbons nas oitavas de final. A australiana foi a primeira a marcar uma nota com potencial de fazer parte do somatório final. Aos 4 minutos Sally rasgou e bateu forte de frontside na direita para marcar 3.67 pontos. Enquanto a brasileira seguia com a prioridade, a aussie tentava abrir vantagem no placar. Aos 7 minutos ela surfou um tubo espremido para Backdoor e conquistou 3.50 pontos.

Tati reagiu quando o cronômetro marcou 8 minutos. A atleta bateu na direita e chegou a ficar presa no lip, mas seguiu na onda e acertou uma forte pancada. A performance valeu 4.00 e a brazuca passou a precisar de 3.17 pontos para avançar às quartas de final.

A aussie aumentou um pouco a vantagem aos 16 minutos. Sally usou a prioridade, executou duas batidas de frontside e marcou 3.67, o que deixou Tati buscando no mínimo 3.34 pontos para seguir viva na competição.

Tatiana Weston Webb num forte ataque em Backdoor.

A brasileira remou numa onda, não entrou e perdeu a prioridade, que foi bem usada pela australiana. Aos 23 minutos Sally voltou a executar duas batidas, porém melhores do que as anteriores, e marou 5.67 pontos. Um minuto depois a brasileira foi em busca dos 5.35 que precisava para vencer. Tati executou um forte ataque de backside. A atuação valeu 4.40 e diminuiu a diferença para 4.95 pontos.

A brasileira tentou a virada com um tubo pra Pipeline aos 30 minutos, porém caiu na saída. Quatro minutos depois ela voltou a surfar e conseguiu assumir a liderança. Tati bateu três vezes de backside, com a primeira sendo expressiva, e anotou 5.00 pontos.

Sally usou a prioridade aos 4 minutos, mas a onda para Backdoor foi ruim. Tati pegou a direita seguinte, bateu pra ganhar a seção e executou uma pancada forte. A brasileira conquistou 5.07 e deixou a adversária na necessidade de 4.40.

A australiana tentou retomar a liderança perto do minuto final. Sally executou três manobras de frontside, mas nenhuma de grande impacto. A brasileira ainda surfou na sequência e acertou uma batida potente de backside. As duas se abraçaram na saída do mar e aguardaram as notas. A australiana anotou 3.50 pontos e não mudou sua posição na bateria. Tati não trocou de nota, mas segue viva na etapa e enfrenta a norte-americana Caitlin Simmers na luta por uma vaga na semifinal do Pipe Pro 2024.

“Eu tinha fé que a onda ia vir para mim, acreditei nisso até o fim”, disse Tatiana Weston-Webb, que já foi semifinalista em Pipeline em 2021 e também chegou nas quartas de final no ano passado. “Eu mantive a minha estratégia e o pensamento positivo, sabendo do que eu precisava fazer. Eu treinei bastante nos últimos tempos e agradeço a todos pela força. Agora é dormir bem, me alimentar bem e amanhã (sábado) tentar fazer tudo o que pratiquei na pré-temporada, para começar bem o ano”.

Luana despacha Tyler – Luana Silva superou a bicampeã mundial e atual vice da etapa havaiana do CT para chegar nas quartas. A bateria entre elas foi a terceira das oitavas. Tyler Wright deu o primeiro passo ao marcar 3.33 pontos com uma batida passando as quilhas por cima da crista de uma direita pequena. Um minuto depois, aos 10 de disputa, Luana executou duas pancadas numa direita para colocar 4.00 no somatório.

As atletas ficaram mais ativas após a metade da bateria e o duelo chegou a ficar empatado nos sete minutos finais, com a brasileira na frente e a australiana precisando de 2.51 pontos para vencer.

Luana Silva bota para dentro da direita e avança às quartas de final.

Tyler tentou pegar a liderança quando restavam 6 minutos para o fim. A australiana executou uma boa rasgada e um floater. A brasileira atuou 1 minuto depois. Ela rasgou e bateu na direita. Tyler marcou 3.77 e foi pra liderança, porém a brasileira retomou a primeira posição com a nota 3.53 pontos.

As duas voltaram a atuar antes do fim, mas não mexeram no placar e a brasileira garantiu vaga nas quartas de final. A próxima adversária dela é a surfista da Costa Rica, Brisa Hennessy. Tyler se despediu da etapa em 9º lugar.

“Essa foi uma das baterias mais improvisadas de todos os tempos para mim (risos)”, disse Luana Silva. “Nem tenho muito o que dizer, só que estou muito feliz por ter avançado. O ano passado e principalmente o ano que saí no corte do meio da temporada (2022), foram muito difíceis para mim. Mas, estou me sentindo bem preparada, mentalmente e fisicamente, para este ano. Me sinto confiante para dar o meu melhor e estou muito feliz por ter passado essa bateria”.

Melhor do dia – O nome da categoria feminina do Pipe Pro 2024 segue sendo Molly Picklum. A australiana foi a melhor no primeiro dia das mulheres no evento, e nesta sexta-feira voltou a ser destaque. Molly surfou dois tubos (8.17 e 7.33) e venceu com o maior somatório do dia (15.50).

Baixa precoce – A atual campeã do Pipe Pro está fora da edição 2024 do evento. Carissa Moore competiu na primeira bateria desta sexta-feira, a disputa que abriu a repescagem feminina, e ficou em último lugar.

A havaiana Bettylou Sakura Johnson (1ª) e a australiana Isabella Nichols (2ª) avançaram com as manobras de borda. Carissa optou por esperar por ondas boas e surfou apenas duas. Ela botou pra dentro das direitas de Backdoor, mas não encontrou a saída. A havaiana se despede da etapa em 17º lugar.

Pentacampeã mundial, Carissa não participará do CT 2024. A surfista optou por tirar um ano de folga. Ela quis competir em Pipeline e deseja receber um convite para a prova do Taiti. Carissa é campeã Olímpica e tentará a segunda medalha de ouro no jogos de Paris 2024.

Carissa não acha a saída dos tubos e é eliminada na repescagem.

Previsão das ondas – A previsão das ondas para as finais indica mudança no swell no último dia do evento. A direção passa de Oeste/Noroeste-Noroeste para Noroeste/Norte-Noroeste. O sábado deve começar bombando e, com o passar das horas, as ondas perdem tamanho. A previsão indica 8 a 12 pés nas primeiras horas, caindo para 8 a 10 durante a tarde. O vento deve soprar de terral.

Visual de Pipeline nesta sexta-feira.

Transmissão ao vivo – O Pipe Pro abre a temporada 2024 do World Surf League Championship Tour. O prazo máximo para a realização do evento é 10 de fevereiro. O campeonato tem transmissão ao vivo do Havaí pelo Sportv e Globoplay e em português também pelo WorldSurfLeague.com, aplicativo e Canal da WSL no YouTube.

Pipe Pro 2024

Repescagem Feminina

1 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 6.33 x Isabella Nichols (AUS) 5.43 x Carissa Moore (HAV) 2.37

2 Tatiana Weston-Webb (BRA) 7.50 x India Robinson (AUS) 6.73 x Lakey Peterson (EUA) 5.80

Oitavas de final

1 Caitlin Simmers (EUA) 9.40 x 6.73 Isabella Nichols (AUS)

2 Tatiana Weston-Webb (BRA) 10.07 x 9.34 Sally Fitzgibbons (AUS)

3 Luana Silva (BRA) 7.53 x 7.10 Tyler Wright (AUS)

4 Brisa Hennessy (CRI) 8.67 x 7.86 Gabriela Bryan (HAV)

5 Caroline Marks (EUA) 8.34 x 5.30 Moana Jones Wong (HAV)

6 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 9.83 x 7.60 Sawyer Lindblad (EUA)

7 Molly Picklum (AUS) 15.50 x 6.04 Alyssa Spencer (EUA)

8 Johanne Defay (FRA) 8.67 x 8.00 India Robinson (AUS)

Quartas de final

1 Caitlin Simmers (EUA) x Tatiana Weston-Webb (BRA)

Luana Silva (BRA) x Brisa Hennessy (CRI)

3 Caroline Marks (EUA) x Bettylou Sakura Johnson (HAV)

4 Molly Picklum (AUS) x Johanne Defay (FRA)

Quartas de final Masculinas

1 Ethan Ewing (AUS) x Connor O’Leary (AUS)

2 Jordy Smith (AFR) x Barron Mamiya (HAV)

3 Ian Gentil (HAV) x Imaikalani deVault (HAV)

4 John John Florence (HAV) x Leonardo Fioravanti (ITA)