WSL Finals

John John prefere Pipe

Em entrevista ao The Inertia, John John Florence diz gostar da configuração do WSL Finals, mas que prefere ondas de consequência como Pipeline no lugar de Trestles.

0
John John Florence em ação nas ondas de J-Bay.

O bicampeão mundial John John Florence concedeu uma entrevista ao jornalista Joe Carberry, do The Inetia. Na conversa, Florence refletiu sobre a campanha de 2023 que viu de perto o WSL Finals Five em Trestles.

John John diz que não se importa com o conceito do WSL Finals, mas que gostaria de ver ondas de consequência como Pipeline para decicir o campeão mundial. Além do Finals, Florence fala sobre aposentadoria, julgamento, planos para pós-temporada e mais.

“Gosto da ideia da configuração do WSL Finals. Acho que a ideia é muito boa porque no passado, como quando ganhei meus títulos mundiais, ganhei em pé na praia. O que é sempre um pouco estranho. Você fica tipo ‘ok, eu ganhei. Oba’. Meu primeiro título mundial, quando ganhei no início de Portugal, foi ainda mais estranho. Eu apareci (no último evento da temporada) em Pipe e pensei: ‘Ok, acho que estou fazendo isso apenas para me divertir’. Foi ótimo. Consegui terminar meu intervalo em casa sem pressão e apenas aproveitar. Mas acho que o título mundial definitivo foi quando Ítalo e Gabe (Gabriel Medina) chegaram à final em Pipe para decidir. As ondas estavam muito boas e acho que isso é o máximo. Acho que muitas pessoas concordariam que ter o título mundial nas mãos de Pipeline sempre foi muito divertido e interessante”, relata John John.

John John comenta também sobre Trestles, pico que rola o Finals há algumas temporadas e seguirá sendo a sede. Florence acrescenta também que prefere uma onda de consequência para conhecer o campeão mundial.

“Pipe é um lugar muito emocionante para ter as finais. Não que Lowers não seja emocionante. Acho que Lowers é uma ótima onda. É apenas diferente, é muito mais técnico. É aqui que entra a preferência pessoal. Estou muito mais interessado em ondas pesadas e de alto risco. Então, quando você assiste o título mundial sendo conquistado em Lowers, você fica tipo, ‘Oh, ok, isso é legal’. Mas não é tão emocionante quanto Pipe de 10 pés que você pensa: ‘Oh meu Deus!’. Também não precisa ser Pipe, pode ser qualquer lugar que seja uma onda de consequência. Seria ótimo levar os cinco finalistas para Pipeline”, afirma.

Tema de muita discussão ao longo da temporada 2023, Florence fala sobre o julgamento. Os atletas brasileiros reclamaram em diversas ocasiões.

“Parecia haver muito mais conflito com o julgamento este ano. É tão difícil porque remonta ao fato de ser um esporte individual. No Surf Ranch teve a questão do Gabe (Gabriel Medina) e Ethan Ewing. E Ethan acha que o julgamento foi bom. Gabe não acha que foi bom. Uma pessoa vai pensar que é bom e a outra não. Sempre acontecerá nos dois sentidos. Eu  questionei o julgamento em J-Bay, mas Connor (O’Leary) provavelmente estava gostando. Além disso, os juízes também são humanos. Eles farão suas interpretações, sejam elas quais forem. O julgamento nunca será uma coisa perfeita. E acho que esses caras provavelmente têm um trabalho muito difícil e com muita pressão”, diz.

John John foi questionado sobre até quando pensa em seguir nas competições. O havaiano afirma que pensa o tempo todo na aposentadoria, que a sua personalidade não combina tanto em competir.

“Penso nisso o tempo todo. Às vezes é difícil para mim, porque minha personalidade não se adapta tão bem (competir). Especialmente no Tour dos últimos anos, o ambiente mudou muito. Não combina ainda mais com a minha personalidade.

Então, eu luto com isso às vezes, mas no final desta temporada me senti muito bem e isso mudou toda a minha perspectiva – mais uma abordagem descontraída em relação a onde estou, o que estou fazendo e como quero (competir).

Definitivamente não competirei se não achar que posso ganhar um título mundial. Continuarei fazendo isso enquanto conseguir ganhar um título mundial e enquanto estiver me divertindo. Estou planejando continuar nos próximos anos. Mas, neste momento, estou analisando ano após ano e vendo como me sinto no início de cada temporada e pensando: ‘Oh, isso parece muito divertido agora’ ou ‘Isso não parece divertido agora'”, afirma.

Fonte The Inertia