Rip Curl Pro

Toledo na superação

Depois de tratamento intensivo, Filipe Toledo chega à décima e penúltima etapa do Championship Tour confiante em um bom resultado.

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Filipe Toledo venceu a etapa de Portugal no ano de 2015.Reprodução
Filipe Toledo venceu a etapa de Portugal no ano de 2015.

Em 2015, quando venceu em Portugal, Filipe Toledo chegou à etapa com dores nas costas e sinusite. Agora, em 2019, o surfista brasileiro novamente compete querendo se superar, depois de sofrer com dores fortes na lombar, consequência de uma Espondilólise.

Depois de um tratamento intensivo com fisioterapeuta, quiroprata, osteopata e personal trainer, ele chega à décima e penúltima etapa do Championship Tour (CT) animado para um bom resultado.

Em sua etapa preferida no Tour, encara Supertubos, em Peniche, com foco no título mundial e, consequentemente a vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, outra prioridade. “Portugal é realmente uma etapa muito importante, onde o primeiro pode se distanciar ou o ranking embolar para Pipe. É uma disputa crucial e estou focado e tentando me concentrar ao máximo para fazer o meu melhor aqui”, afirma Filipinho, atual vice-líder do ranking. “Peniche é uma onda que gosto muito, provavelmente a etapa favorita no Tour, a que mais gosto de surfar”, revela.

Para ele, competir sobre pressão é um estímulo e o objetivo foi estar o melhor fisicamente possível para encarar os rivais em condições de igualdade. “Eu gosto, está no meu sangue. Eu sempre fiz boas disputas sob pressão e estou tentando dar meu melhor. Competir 100% com lesão é bem difícil, ainda mais com dores fortes como estava sentido”, comenta.

“Creio que para essa etapa vou ter uma apresentação um pouco melhor e espero que os tubos apareçam, assim ajuda mais minha performance dentro d’água, não me esforçando tanto quanto se for manobras”, argumenta o atleta, falando do tratamento. “Tem sido muito treino e, ao mesmo tempo, muito descanso. Me tratei com fisioterapeuta, quiroprata, osteopata. Tenho dado atenção 100% ao tratamento para ficar preparado para esse evento, porque a meta é sempre chegar na final”, destaca.

Top brasileiro durante free surf em Peniche.Hugo Leal
Top brasileiro durante free surf em Peniche.

Filipe sabe que junto com a disputa pelo título, há a “corrida olímpica”, com duas vagas em jogo para o Brasil e três concorrentes diretos. “Será consequência. Vou tentar batalhar para chegar ao título e assim, consequentemente a vaga vem para mim. Não estou deixando a vaga fazer parte da pressão. Estou focado em um objetivo, porque sei que a consequência do outro vai ser muito boa”, explica.

Segundo o coach de alta performance, Eduardo Takeuchi, que o acompanha na perna europeia e é responsável por sua preparação física, Filipe fez tudo o que estava ao seu alcance para conseguir competir em alto rendimento em Portugal.

“Fisicamente ele está fazendo tudo o que pode, com osteopatia, quiropraxia, rolfing, vários exercícios respiratórios, exercícios de repadronização de movimento e decoaptação abdominal, criando novas conexões neurais e aumentando o espaçamento entre as vértebras. Acredito que estará num patamar competitivo, que a gente acredita que vai dar certo”, conclui.

Vale lembrar que no Surf Ranch, mesmo com dores, Filipe foi o segundo colocado. Na França, foi o 17º colocado, superado pelo francês Marc Lacomare. Na bateria de estreia chegou a sair dez minutos antes do final, sentido dores nas costas que irradiavam para as pernas e mesmo assim avançou em primeiro. O tratamento contou com o quiroprata Terry Romine e na etapa francesa ainda contou com apoio do também quiroprata Chris Prosser, da WSL.

Filipe está escalado para a quinta bateria, enfrentando o havaiano Ezequiel Lau e o português (wild card) Vasco Ribeiro. No ranking, o brasileiro está em segundo lugar, com 45.730 pontos, contra 48.015 de Gabriel Medina. Seu melhor resultado na temporada foi a vitória na etapa de Saquarema, a segunda nessa praia e a terceira no Brasil.