Surfe Olímpico 2024

Pela bandeira havaiana

Do diretor Cliff Kapono, filme Moho pretende mobilizar opinião pública mundial, a favor de uma equipe havaiana de surfe nos Jogos Olímpicos de 2024.

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Um movimento no Havaí pretende brigar pela montagem de uma equipe de surfe exclusivamente havaiana nos próximos Jogos Olímpicos. Para tanto, foi lançado o filme Moho, uma animação que celebra a cultura aloha do surfe no arquipélago.

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Paralelamente, uma petição online busca assinaturas para tentar o reconhecimento do Havaí como nação esportiva na modalidade dos Kahunas, junto ao Comitê Olímpico Internacional.

O estado do Havaí faz parte dos Estados Unidos, mas é um lugar com sua própria cultura e tradições, sendo reconhecido desde a década de 1960 como nação em eventos de surfe profissional e amador em todo o mundo.

Se alguém perguntar, hipoteticamente, para a medalhista de ouro Carissa Moore de onde ela vem, certamente a resposta será que ela é do Havaí, em vez de Estados Unidos.

“Esta distinção permitiu que os surfistas do arquipélago competissem sob a bandeira do Havaí e honrassem o local de nascimento dos ancestrais do surfe”, afirma Cliff Kapono, criador, escritor e diretor do filme Moho e ele próprio um surfista profissional.

“Em 2016, após décadas de esforços da International Surfing Association (ISA) – órgão regulador do surfe – o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou que o surfe iria estrear no Jogos Olímpicos de 2020. No processo do esforço olímpico da ISA, no entanto, uma equipe de surfe do Havaí não foi autorizada a competir nos Jogos Mundiais da ISA e nos Jogos Olímpicos”, prossegue Kapono.

O lendário surfista Duke Paoa Kahanamoku defendeu o surfe nas Olimpíadas – na verdade, foi ele quem expressou ao Comitê Olímpico Internacional, durante os Jogos Olímpicos de 1912 em Estocolmo, Suécia, que o surf fizesse parte dos Jogos Olímpicos.

Parte de seu raciocínio provavelmente veio do fato de que ele realmente acreditava que o surfe é uma modalidade capaz de ajudar a criar um mundo mais generoso para todos. E embora o surfe faça parte das Olimpíadas agora, se Kahanamoku voltasse hoje, como o campeão olímpico de natação, o havaiano e padrinho do surfe moderno, se sentiria sobre a ausência de uma equipe de surfe do Havaí nos Jogos Olímpicos de 2020?

“Moho traz esta perplexidade por meio das lentes de um jovem garoto chamado Apo, quando o espírito de Paoa Kahanamoku visita Waikiki. A inspiração primordial para o filme Moho foram as Olimpíadas, bem como a representação do esporte número 1 do Havaí, o surfe, em nível global. Eu sinto que a identidade faz parte do meu trabalho – seja na ciência ou na narrativa de histórias ou surfe”, explica Kapono.

“Então, naturalmente, a inspiração para contar uma história sobre a identidade havaiana e o nacionalismo faz parte da minha natureza e de como eu penso todos os dias. Acreditamos que todo mundo tem o direito de contribuir para a construção de um mundo melhor e em paz por meio do esporte, sem discriminação de qualquer espécie. Acreditamos que a presença de uma equipe de surfe do Havaí nos Jogos Olímpicos de 2024 vai celebrar os ancestrais do surfe e, ao mesmo tempo, vai elevar o futuro do nosso esporte”, finaliza.

Fonte The Inertia