Pro Bells Beach

Brasil com time completo

Todos os brasileiros da categoria masculina chegam ilesos na terceira fase do Pro Bells Beach. Michael Rodrigues é o melhor brazuca no dia de disputas em Winkipop.

0
Michael Rodrigues é o melhor brasileiro no primeiro dia do Pro Bells Beach.

O Pro Bells Beach começou nesta quinta-feira (6) após dois dias de adiamentos devidos às fracas condições para o surfe. As disputas aconteceram em direitas com cerca de 0,5 a 1 metro no pico australiano de Winkipop, vizinho ao palco principal. As 12 baterias da primeira fase masculina foram realizadas e todos os brasileiros garantiram vagas no Round 3. O destaque brazuca no dia foi Michael Rodrigues.

Clique aqui para ver a reportagem completa da categoria feminina

Clique aqui para ver as fotos

Clique aqui para ver o vídeo

Michael Rodrigues ficou muito ativo na oitava bateria, porém a maioria das ondas que pegou foi ruim. Os adversários estavam mais encaixados com Winkipop. O sul-africano Jordy Smith soltou três manobras logo no início do confronto e abriu com 6.50 pontos. Já o australiano Callum Robson encontrou duas ondas mais longas, bateu forte e também rasgou para anotar 6.33 e 5.60.

O brasileiro voou alto aos 12 minutos de confronto. Com 5.17 pontos ele foi para o segundo lugar, porém Jordy precisava de pouco (2.34). O sul-africano marcou 3.03 aos 18 minutos e jogou Michael para a última posição, precisando de 4.37 para garantir vaga no Round 3.

Michael Rodrigues decola em Winkipop.

Michael usou a prioridade quando restavam sete minutos para o fim. Ele executou três batidas em sequência, marcou 6.97 pontos e foi para a liderança. Em último, o sul-africano pegou a prioridade e ficou de olho numa onda que desse oportunidade de marcar no mínimo 5.43.

Jordy surfou quando restavam dois minutos. Ele começou a apresentação com uma batida um pouco atrasada, seguida de uma rasgada curta, porém forte, um cutback e uma batida na junção. O brasileiro entrou na onda seguinte da mesma série e decolou alto com rotação completa. Michael ainda tentou um segundo aéreo, porém caiu. Jordy anotou 5.97 pontos e foi pra liderança, mas Michael somou mais 7.50, voltou para a primeira posição e venceu a disputa. Callum acabo caindo para o terceiro lugar e precisará encarar a repescagem.

“Foi bem difícil o início da bateria, porque eu estava com um plano na cabeça, mas tudo mudou. As ondas mudaram, então tive que me adaptar e estou muito feliz que no final deu tudo certo”, disse Michael Rodrigues. “Foi difícil manter o foco na bateria, com tantas opções de ondas para escolher onde surfar aqui em Winkipop. Eu prefiro Bells, mas essa onda é boa também, minhas pranchas estão ótimas, então é ficar pronto para surfar o que vier”.

Dobradinha brazuca – A outra vitória masculina do Brasil no dia aconteceu no décimo confronto. A disputa começou com Jake Marshall surfando uma onda pequena, mas longa. O norte-americano executou algumas manobras e anotou 4.50 pontos. Yago Dora não teve um bom início, mas na terceira direita, uma pequena, ele fez três manobras linkadas e marcou 4.00. Samuel Pupo abriu com 2.50. Pouco antes do fim do primeiro terço do duelo ele pegou uma onda da série. fez quatro manobras fortes e marcou 8.00 para assumir a liderança.

A bateria chegou na metade com Samuel em primeiro e Yago em segundo. Em último, Jake precisava de apenas 2.87 pontos para avançar. O norte-americano usou a prioridade numa série quando restavam 14 minutos para o término da bateria. As principais manobras foram duas batidas. Yago também surfou e fez ataques agressivos e verticais. Jake marcou 5.50 e Yago aumentou a diferença com 6.33.

A disputa entrou nos dez minutos finais depois que Samuel trocou de nota duas vezes. A quinta performance dele valeu 4.07 pontos e logo depois o brasileiro tirou essa do somatório para colocar 5.00, após voar com reverse e bater numa onda pequena. Yago permanecia em segundo lugar, e Jake necessitava de 4.84 para chegar na terceira fase. O norte-americano pegou uma onda ruim e Yago deu show. O brazuca fez uma rasgada forte e voou jogando a rabeta acima da crista da onda. A atuação valeu 7.50 e a liderança do confronto.

Samuel voltou a trocar de nota, mas não saiu do segundo lugar, porém deixou Jake precisando de 8.17 pontos para avançar. Samuel ainda tentou virar pra cima de Yago perto do final, mas não conseguiu. O tempo acabou, os brasileiros avançaram e o norte-americano caiu para a repescagem.

Caio Ibelli – O primeiro brasileiro classificado para a terceira fase do Pro Bells Beach foi Caio Ibelli. Ele estreou na terceira bateria do evento e ficou em segundo lugar. O vencedor foi o australiano Ryan Callinan. Ezekiel Lau, do Havaí, caiu para a repescagem.

Ryan Callinan começou forte. O australiano encaixou boas manobras de backside nas suas duas ondas iniciais, marcou duas notas na casa dos cinco prontos (5.83 e 5.33) e abriu vantagem para os adversários. Ezekiel Lau ficou ativo, e depois de três ondas fracas anotou 4.07 e 4.03 pontos. Caio entrou no jogo aos 17 minutos. O brasileiro executou um floater e duas batidas fortes para marcar 5.17 e assumir a segunda posição.

O aussie subiu o nível perto do último terço do confronto. Com manobras verticais., Ryan colocou 7.00 pontos no somatório e abriu vantagem no placar. Ezekiel foi em busca dos 4.78 que precisava para assumir a segunda posição. O havaiano não teve tanto espaço para manobras na onda, mas terminou a atuação com um aéreo reverse. Caio tentou dar o troco logo depois. Ezekiel foi pra segundo com 6.27 e o brasileiro não conseguiu os 5.18 que precisava para sair do terceiro lugar.

Caio virou perto dos cinco minutos finais. Ele fez duas curvas e outras três manobras mais contundentes para anotar 5.77 pontos. Com isso ele pulou para a segunda posição. Ezekiel passou a necessitar de 4.67. O havaiano segurou a prioridade e fez o uso dela quando restavam dois minutos. Ele fez algumas manobras, mas nada de expressivo, e a nota 3.87 não mudou sua situação na bateria.

Ryan Callinan executa boas manobras de backside e vence bateria.

Vice-líder – João Chianca não teve vida fácil na estreia do Pro Bells Beach. O vice-líder do ranking competiu na quarta bateria do evento, e só conseguiu garantir a vaga na terceira fase com atuação no minuto final. Dylan Moffat venceu o duelo e Matthew McGillivray caiu para a repescagem.

Os três surfistas começaram com notas parecidas, porém João largou melhor, com 5.67 pontos. Mas Dylan Moffat, convidado para a etapa, fez um bom trabalho em Winkipop no final do primeiro terço do confronto. O australiano encaixou manobras verticais em sequência e colocou a nota 8.00 no somatório.

Matthew virou pra cima de João quando restavam 11 minutos para o fim. O sul-africano necessitava de 3.51 pontos para tirar a vaga do brasileiro. Ele entrou em ação e a manobra de destaque foi um aéreo reverse. A performance valeu 5.67 e o brazuca passou a buscar 5.18 para evitar a repescagem.

João ficou com a prioridade e só fez o uso dela no último minuto. Ele executou uma batida, uma rasgada e uma pancada chutando a rabeta com reverse. Com a atuação ele marcou 6.00 pontos, pulou para o segundo lugar e garantiu vaga na terceira fase do Pro Bells Beach.

“Pois é, estou chegando aqui em segundo lugar no ranking e as pessoas já criam expectativas, então estou tentando lidar com essa pressão”, disse João Chianca. “A bateria foi complicada. Eu preferi esperar por ondas melhores e mais consistentes, só que não entraram muitas ondas, mas estou preparado para tudo. Vi que as séries estavam demorando e fiquei rezando por mais uma oportunidade. Por sorte, a onda veio no final e consegui a nota que precisava. É incrível saber que já passei do corte e acho que estou colhendo os resultados de todo trabalho que fiz desde o ano passado”.

Atual campeão – Filipe Toledo começou bem sua defesa de título do Pro Bells Beach. O campeão mundial de 2022 participou da quinta bateria do evento e garantiu vaga no Round 3 ao terminar em segundo lugar. Owen Wright venceu e Ian Gentil caiu para a repescagem.

O havaiano Ian Gentil foi o único a surfar nos dez minutos iniciais. Ele pegou três ondas e marcou 4.33 e 2.33 pontos nas melhores. Owen largou com 6.17 no início do segundo terço da bateria, e logo depois Filipe colocou 5.17 no somatório numa onda que não foi boa, mas que ele fez algumas curvas fortes, em alta velocidade, além de uma batida na junção chutando a rabeta.

Filipe Toledo fica em segundo lugar na bateria.

Owen, que participa de sua última competição antes da aposentadoria, seguiu fazendo um bom trabalho de backside. Ele marcou outra nota na casa dos seis pontos (6.67) e pegou a liderança. Enquanto Filipe esperava uma boa oportunidade, Ian seguia ativo e melhorou sua situação no duelo com 4.83 pontos.

Filipe chegou nos sete minutos finais precisando de 3.39 pontos para avançar. Ele entrou em ação, mas cometeu um erro e caiu da prancha. Dois minutos depois o campeão mundial voltou a performar. Dessa vez ele fez boas curvas e bateu forte na junção. A nota 5.47 o colocou no segundo lugar e deixou Ian na necessidade de 6.41 para sair da última posição.

O havaiano pegou a prioridade depois que o australiano entrou em ação numa onda fraca. Ian atuou quando restavam três minutos. Ele fez duas curvas rápidas, sem muita expressão, e decolou, sem muita altura. Ele voltou a atuar antes da divulgação da nota e voou novamente. A primeira nota (5.53) diminuiu a diferença para 5.72 pontos e a segunda (4.30) não alterou sua situação no confronto. Owen venceu e Filipe avançou em segundo lugar.

“Está sendo especial para mim esse evento esse ano. É legal estar defendendo o título mundial e a vitória aqui no ano passado, ainda ter na bateria o Owen (Wright) no último evento dele, é realmente muito especial”, disse Filipe Toledo. “Tem sido tudo incrível e estou muito feliz. Me sinto abençoado por fazer o que eu amo e por continuar até o final da temporada, agora que já passei pelo corte. Quero seguir surfando bem, manter o ritmo, para chegar entre os top-5 no final e me classificar para as Olimpíadas. Esses são os objetivos”.

Owen Wright participa de sua última competição antes da aposentadoria.

Italo quer o bi – A sétima bateria do Pro Bells Beach colocou na água Italo Ferreira, o norte-americano Kolohe Andino e o australiano Connor O’Leary. Os três começaram o evento australiano com notas na casa dos 5 pontos.

Italo, de backside em Winkipop, estava ágil e com um surfe vertical. Kolohe, de frontside, achou algumas seções para executar rasgadas alongadas e invertendo a prancha. Ele também acertou batidas retas e aéreos. Connor, também de backside, era outro que emendava uma manobra na outra.

O duelo chegou na metade com Kolohe na frente e Italo em segundo. O norte-americano tinhas as notas 5.97 e 5.67 pontos. Já o brasileiro havia marcado 5.47 e 5.33 nas melhores atuações. Ele precisava de 6.17 para assumir a liderança. Connor estava em último, e necessitava de 5.57 para evitar a repescagem.

Os últimos 15 minutos da bateria tiveram pouca ação. O vento maral começou a estragar a formação das ondas, e os surfistas não encontraram direitas com potencial para boas notas. Kolohe venceu e avançou com Italo para a terceira fase. Connor terá uma nova chance na repescagem. O brasileiro venceu o Pro Bells Beach em 2018 e segue vivo na busca pelo bicampeonato.

Kolohe Andino voa em Winkipop para vencer na estreia.

Medina e o melhor do dia – Gabriel Medina também está garantido na terceira fase do Pro Bells Beach. A classificação não aconteceu com vitória, mas o segundo lugar valeu a vaga. O japonês Kanoa Igarashi venceu com o maior somatório do dia entre os homens, e o australiano Liam O’Brien caiu para a repescagem.

O brasileiro começou forte a 11ª disputa. O tricampeão mundial entrou numa onda e procurou partes boas para manobrar. A melhor seção foi uma rampa que ele utilizou para voar alto com rotação completa e aterrissagem perfeita. A nota foi 8.00 pontos. Logo depois Kanoa Igarashi mostrou que não estava de brincadeira. O japonês executou uma rasgada curta, seguida de outra melhor, com invertida na direção da prancha. Depois ele bateu chutando a rabeta e voou com reverse. A performance valeu 8.17.

O australiano Liam O’Brien tentava se manter no jogo, mas Medina e Kanoa estavam num ritmo diferente. O brasileiro trocou de nota duas vezes (4.50 e 5.00), e o japonês voltou a soltar as manobras para colocar mais 7.70 pontos no somatório.

Liam, que tinha 6.00 pontos na melhora apresentação, colocou mais 6.43 no somatório e diminuiu a diferença para Medina (6.58). O brasileiro precisava de 7.88 para assumir a liderança. Perto do fim o japonês voltou a aprontar, soltando novamente as manobras com agilidade e força para anotar 8.23 para vencer com o maior somatório do dia entre os homens, 16.40.

Líder vence na estreia – O primeiro colocado no ranking venceu pela primeira fase do Pro Bells Beach. O australiano Jack Robinson surfou em alta velocidade e decolou. Ele venceu com as três maiores notas do confronto (6.33, 6.23 e 6.13). O norte-americano Kelly Slater e o australiano Xavier Huxtable, convidado para a etapa, brigaram pela segunda posição.

Depois de algumas viradas entre os dois, Xavier entrou em ação nos últimos segundos e tomou o segundo lugar de Kelly, que caiu para a repescagem.

Próxima chamada e previsão das ondas – A próxima chamada para o Pro Bells Beach acontece na manhã desta sexta-feira (7) na Austrália, início de noite de quinta no Brasil, às 18h15 (de Brasília).

A previsão oficial das ondas, feita pelo Surfline, indica que as ondas diminuirão de 4 a 5 pés de face para 3 a 4 pés. Com o passar das horas as direitas ficam ainda menores, com 2 a 3 pés. O vento esperado é um lateral / terral pela manhã, e lateral / maral a tarde. No dia seguinte as direitas aumentam para 3 a 4 pés pela manhã, subindo para 4 a 6 pés ao longo da tarde. O vento pode soprar de lateral / terral nas primeiras horas do dia, e lateral a tarde.

o Pro Bells Beach 2023 teve início em Winkipop.

Pro Bells Beach 2023

Round 1 Masculino

1 Ethan Ewing (AUS) 14.50 x Nat Young (EUA) 11.43 x Carlos Muñoz (CRI) 8.54

2 Griffin Colapinto (EUA) 15.66 x Seth Moniz (HAV) 11.03 x Maxime Huscenot (FRA) 10.37

3 Ryan Callinan (AUS) 13.27 x Caio Ibelli (FRA) 10.94 x Ezekiel Lau (HAV) 10.34

4 Dylan Moffat (AUS) 12.33 x João Chianca (BRA) 11.67 x Matthew McGillivray (AFR) 10.84

5 Owen Wright (AUS) 12.84 x Filipe Toledo (BRA) 11.24 x Ian Gentil (HAV) 10.36

6 Jack Robinson (AUS) 12.56 x Xavier Huxtable (AUS) 11.50 x Kelly Slater (EUA) 9.60

7 Kolohe Andino (BRA) 11.64 x Italo Ferreira (BRA) 10.80 x Connor O’Leary (AUS) 10.00

8 Michael Rodrigues (BRA) 14.47 x Jordy Smith (AFR) 12.47 x Callum Robson (AUS) 11.93

9 Jackson Baker (AUS) 13.00 x Leonardo Fioravanti (ITA) 11.37 x Rio Waida (IDN) 10.60

10 Yago Dora (BRA) 13.83 x Samuel Pupo (BRA) 13.67 x Jake Marshall (EUA) 10.00

11 Kanoa Igarashi (JAP) 16.40 x Gabriel Medina (BRA) 13.00 x Liam O’Brien (AUS) 12.43

12 John John Florence (HAV) 16.26 x Morgan Cibilic (AUS) 12.17 x Barron Mamiya (HAV) 12.10

Round 2

1 Callum Robson (AUS) x Liam O’Brien (AUS) x Ezekiel Lau (HAV)

2 Rio Waida (IDN) x Barron Mamiya (HAV) x Maxime Huscenot (FRA)

3 Connor O’Leary (AUS) x Kelly Slater (EUA) x Carlos Muñoz (CRI)

4 Matthew McGillivray (AFR) x Ian Gentil (HAV) x Jake Marshall (EUA)

Round 1 Feminino

1 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 13.07 x Sophie McCulloch (AUS) 11.93 x Caitlin Simmers (EUA) 11.24

2 Molly Picklum (AUS) 13.73 x Macy Callaghan (AUS) 13.50 x Johanne Defay (FRA) 13.16

3 Carissa Moore (HAV) 14.33 x Lakey Peterson (EUA) 13.66 x Kobie Enright (AUS) 12.57

4 Caroline Marks (EUA) 15.83 x Isabella Nichols (AUS) 13.04 x Tatiana Weston-Webb (BRA) 9.40

5 Sally Fitzgibbons (AUS) 16.57 x Gabriela Bryan (HAV) 13.73 x Tyler Wright (AUS) 12.17

6 Stephanie Gilmore (AUS) 16.16 x Courtney Conlogue (EUA) 12.06 x Brisa Hennessy (CRI) 11.50

Round 2

1 Caitlin Simmers (EUA) x Brisa Hennessy (CRI) x Kobie Enright (AUS)

2 Tatiana Weston-Webb (BRA) x Tyler Wright (AUS) x Johanne Defay (FRA)