Margaret River Pro

Medina vence na Austrália

Gabriel Medina é agressivo no Main Break, marca duas notas no critério excelente na final e fatura o Margaret River Pro em cima de Griffin Colapinto. Entre as mulheres deu Carissa Moore pela terceira vez na etapa.

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Gabriel Medina é campeão do Margaret River Pro 2023.

O campeão voltou. Gabriel Medina faturou nesta sexta-feira (28) o Margaret River Pro. O surfista que luta pelo quarto título mundial fez ataques agressivos de backside nas direitas do Main Break, marcou duas notas no critério excelente na final e venceu pela primeira vez no pico do Oeste da Austrália. A vítima da decisão foi o norte-americano Griffin Colapinto. Antes ele já havia superado Filipe Toledo nas quartas e João Chianca na semi. Entre as mulheres deu Carissa Moore pela terceira vez na etapa.

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A final de 40 minutos pegou fogo no início. Medina surfou no segundo minuto e fez cinco manobras, três delas fortes. Griffin atuou logo depois e executou quatro movimentos, dois muito expressivos. O brasileiro largou com 7.17 pontos e o norte-americano com 8.17. Aos sete minutos o brazuca surfou outra direita da série. Ele foi ainda mais agressivo, fez cinco ataques e anotou 8.00.

Aos 11 minutos Griffin usou a prioridade numa onda ruim e deixou o caminho aberto para Medina. O brasileiro escolheu uma direita grande três minutos depois, fez quatro ataques contundentes e marcou 9.50 pontos. Na necessidade de 9.34 pontos para vencer, Griffin passou a ficar mais ativo, porém ou escolhia onda ruim ou errava manobras. A partir dali ele mudou a estratégia e passou a tentar ser mais seletivo.

Medina usou a prioridade para barrar Griffin quando restavam dez minutos. O atleta executou três batidas, porém não chegou a tempo de atingir a junção (7.37). O norte-americano tentou responder, porém novamente pegou uma direita ruim. Griffin ainda tentou um último ataque no minuto final, porém voltou a cair da prancha e terminou em segundo lugar na etapa. Com a vitória Medina subiu quatro posições no ranking e agora aparece em sétimo lugar. Griffin subiu de quinto pra quarto.

“É muito especial vencer aqui”, disse Gabriel Medina. “É um lugar onde tenho lutado para fazer boas baterias, então foi muito bom fazer boas ondas desta vez e por vencer o campeonato. Estou me sentindo bem melhor agora, sentindo que estou voltando a ter um bom ritmo de competição novamente. Eu e o Griff (Griffin Colapinto) sempre fazemos boas batalhas. Adoro competir contra esses caras, é para isso que estamos aqui. Essa onda é muito difícil de surfar, então estou feliz por conseguir fazer boas baterias esse ano e, especialmente, pela vitória”.

Caminho até a final – Nesta sexta-feira Medina teve duas pedreiras no caminho até a final do Margaret River Pro. Nas quartas ele superou o atual campeão mundial Filipe Toledo, e na semi barrou o líder do ranking João Chianca.

O dia das finais da quinta etapa do CT 2023 começou com séries espaçadas de 10 a 15 pés de face e vento terral. Medina ficou ativo no primeiro duelo das quartas masculinas, enquanto Filipe optou por esperar as melhores ondas, porém não fez boas escolhas e sofreu a quinta derrota para o adversário em duelos entre dois surfistas.

Gabriel Medina começou melhor. O atleta foi o primeiro a atuar, aos 4 dos 40 minutos de bateria, e executou três manobras, uma rasgada forte, outra curta numa seção cheia da onda e uma batida na junção. Ele marcou 6.33 pontos. Filipe surfou na sequência, mas a direita encheu logo depois da primeira manobra. A atuação valeu 2.17.

Medina pegou mais duas ondas antes dos dez minutos iniciais. Na segunda ele fez uma batida e errou o segundo ataque (3.33), e na terceira o brasileiro executou cinco manobras, porém numa direita menor (4.33). A disputa chegou na metade com Filipe necessitando de 8.49 pontos para vencer.

Os dois surfaram ondas ruins, e Medina melhorou seu somatório aos 23 minutos. Ele executou uma batida, um cutback e acertou outra pancada forte numa grande junção. A performance valeu 7.67 pontos e deixou Filipe precisando de 14.00 para chegar nas semifinais. O atual campeão mundial tentou entrar no jogo, mas novamente marcou uma nota baixa.

Aos 26 minutos Filipe conseguiu completar sua primeira onda. Ele rasgou, fez um cutback e acertou a junção. O atual melhor surfista do mundo anotou 4.17 pontos e diminuiu a diferença para 9.83.

Filipe ficou sem a prioridade, mas aproveitou uma onda deixada pelo adversário. O brasileiro quase não completa a primeira rasgada, depois fez um curva sem destaque e errou a batida na junção. A bateria seguiu e Medina fez o uso da prioridade no minuto final. Ele acertou duas batidas fortes, além de uma rasgada (6.10), porém não trocou de nota. Filipe ainda teve mais uma chance, mas após a primeira manobra a direita encheu. Então ele esperou a parede levantar, acelerou e voou, porém caiu na aterrissagem. Com o resultado Medina ampliou a vantagem sobre o adversário. Agora o placar entre os dois está em 5 a 3. Filipe agora é o vice-líder do ranking.

Virada no final – Chianca e Medina começaram a semifinal disputando espaço no pico na remada, quase que entrelaçando os braços enquanto se movimentavam. Ação mesmo só aos 12 minutos do confronto de 35. Medina atuou primeiro, mas caiu logo no início da atuação. Chianca surfou três minutos depois. Ele fez uma rasgada forte, derrapando a rabeta, e executou uma curva curta próximo da junção. A nota foi 5.67 pontos.

A bateria seguiu com pouca ação, até que os dois atuaram logo depois da metade da bateria. João marcou 5.00 pontos. Medina colocou 3.00 no somatório e passou a precisar de 7.67 para vencer.

Medina voltou a surfar aos 26 minutos. Ele executou duas batidas, adicionou 6.00 pontos ao somatório e passou a necessitar de 4.67 pra chegar na final. Chianca atuou perto do fim e perdeu a prioridade. Medina teve uma última chance no último minuto. Ele bateu forte, rasgou e atingiu a junção espumada. A nota 6.50 valeu a virada e a vaga na final. Chianca terminou o evento em terceiro e lugar e vai para a próxima etapa, no Surf Ranch, ainda como líder do ranking.

O caminho de Griffin – Assim como Medina, Griffin também venceu duas baterias nesta sexta-feira para chegar na decisão do Margaret River Pro. A disputa entre ele e o havaiano Barron Mamiya foi a terceira das quartas masculinas. Griffin abriu com 5.00 pontos e aos 26 minutos executou duas batidas para marcar 6.67,

Barron chegou nos dez minutos finais necessitando de 8.17 pontos pra vencer. Três minutos depois o havaiano entrou em ação, anotou 5.33 e passou a precisar de 6.45. O surfista ainda tentou a virada duas vezes, porém não conseguiu. Na última, quando restavam dois minutos, ele fez uma boa rasgada e atacou uma junção quadrada, porém a espuma o derrubou na base da onda e eles se despediu da prova.

A segunda semifinal teve um havaiano John John Florence ativo e se distanciando no placar, enquanto Griffin estava meio perdido. Porém a história mudou na segunda metade do duelo. O norte-americano marcou 8.50 pontos quanto restavam 14 minutos, e depois colocou mais 9.00 no placar com dois movimentos. O havaiano não conseguiu melhorar seu somatório e perdeu precisando de duas ondas. John John está em sexto lugar na lista dos melhores do CT 2023.

“Fiquei muito orgulhoso da bateria com o John John (Florence). Ele provavelmente é o GOAT aqui, então foi meu ponto alto do dia”, disse Griffin Colapinto. “Contra o Gabe (Medina), você tem que ir com tudo. Eu tentei dar meu máximo em cada seção das ondas. Eu comecei bem, mas não peguei as melhores ondas no restante da bateria. Só tenho que parabenizar o Gabriel. Ele parece estar super empolgado com as competições e com a vida. Isso contagia e todos nós podemos sentir essa paixão dele, então fico feliz por vê-lo de volta ao topo”.

Chianca segue líder – Antes de perder para Medina na semi, o líder do ranking João Chianca superou o australiano Connor O’Leary nas quartas. O brasileiro surfou nos primeiros segundos da bateria. Chianca rasgou, executou um curback e bateu na junção. A atuação valeu 6.17 pontos. O australiano só respondeu aos 15 minutos. Ele rasgou duas vezes depois partiu para uma pancada, porem caiu da prancha. Ela anotou 3.50.

A disputa só voltou a ter alterações marcantes perto do final. Chianca surfou sem a prioridade quando restavam quatro minutos. Naquele momento Connor precisava de apenas 3.18 pontos para vencer. O brasileiro rasgou, fez um layback e bateu na junção espumada, mas caiu. Ele adicionou 4.67 ao somatório e ampliou a diferença para 7.34.

Connor fez a última tentativa no minuto final, porém errou a segunda manobra e se despediu da competição. Chianca ainda teve tempo de trocar de nota (5.07) e confirmar a vitória pelo placar de 11.24 a 5.50 pontos. O australiano está em 11º lugar no ranking.

Tricampeã – Quem também saiu da praia de Margaret River feliz nesta sexta-feira foi Carissa Moore. No dia foram realizadas as semis e final da categoria feminina. A decisão entre a havaiana e Tyler Wright chegou na metade com as atletas emboladas no placar, porém com australiana na frente. Carissa necessitava de 3.07 pontos para vencer.

Carissa pulou pra frente aos 23 minutos ao marcar 6.10 pontos. Tyler passou a precisar de 6.53 para ser a campeã do evento. A australiana ainda fez outras três tentativas, porém não chegou perto da nota e terminou em segundo lugar. Já Carissa comemorou o tricampeonato do Margaret River Pro (2013, 2014 e 2023).

Carissa chegou na final depois de eliminar Bronte Macaulay na semi. A australiana vencedora da triagem não foi bem na bateria e perdeu por 12.50 a 4.07 pontos. A havaiana marcou 7.17 na melhor apresentação do duelo. A outra semi teve Tyler contra Caroline Marks. A norte-americana endureceu a briga, porém a australiana anotou 8.50 pontos, abriu larga vantagem no placar e ficou com a vaga na decisão.

Tyler aparece em primeiro lugar no ranking após o Margaret River Pro e Carissa em segundo. A ex-líder Molly Picklum caiu para a terceira posição e Caroline está na quarta.

“Foi uma semana e um mês muito louco longe de casa. Parece uma montanha russa de emoções”, disse Carissa Moore. “Quando cheguei aqui, dúvidas começaram a surgir para mim. Mas, eu realmente senti o amor e a alegria desta comunidade e quero agradecer a todos, porque não teria conseguido nada sem essa boa energia que me passaram. Eu não vi a última onda da Tyler (Wright), então pensei que poderia ter desperdiçado minha oportunidade de vencer, mas o universo conspirou a meu favor e estou muito feliz”.

Margaret River Pro 2023

Final Masculina

Gabriel Medina (BRA) 17.50 x 12.27 Griffin Colapinto (EUA)

Semifinais

Gabriel Medina (BRA) 12.50 x 10.67 João Chianca (BRA)

2 Griffin Colapinto (EUA) 17.50 x 11.27 John John Florence (HAV)

Quartas de final

Gabriel Medina (BRA) 14.00 x 7.00 Filipe Toledo (BRA)

2 João Chianca (BRA) 11.24 x 5.50 Connor O’Leary (AUS)

3 Griffin Colapinto (EUA) 11.77 x 8.83 Barron Mamiya (HAV)

4 John John Florence (HAV) 14.83 x 11.23 Ethan Ewing (AUS)

Final Feminina

Carissa Moore (HAV) 11.10 x 9.17 Tyler Wright (AUS)

Semifinais

1 Carissa Moore (HAV) 12.50 x 4.07 Bronte Macaulay (AUS)

2 Tyler Wright (AUS) 15.33 x 11.34 Caroline Marks (EUA)

Ranking do CT masculino após o Margaret River Pro (5ª etapa)

1 João Chianca (BRA) 28.255

2 Filipe Toledo (BRA) 25.575

3 Jack Robinson (AUS) 25.215

4 Griffin Colapinto (EUA) 25.090

5 Ethan Ewing (AUS) 22.810

6 John John Florence (HAV) 20.235

7 Gabriel Medina (BRA) 19.960

8 Ryan Callinan (AUS) 17.760

9 Yago Dora (BRA) 16.045

10 Leonardo Fioravanti (ITA) 15.770

11 Connor O’Leary (AUS) 15.565

12 Caio Ibelli (BRA) 15.480

13 Matthew McGillivray (AFR) 14.140

14 Callum Robson (AUS) 14.055

15 Jordy Smith (AFR) 12.715

16 Italo Ferreira (BRA) 11.290

17 Barron Mamiya (HAV) 10.725

17 Liam O’Brien (AUS) 10.725

19 Rio Waida (IDN) 9.660

20 Kanoa Igarashi (JAP) 9.300

20 Seth Moniz (HAV) 9.300

20 Ian Gentil (HAV) 9.300

Cortados

23 Samuel Pupo (BRA) 8.735

23 Nat Young (EUA) 8.735

23 Jackson Baker (AUS) 8.735

26 Miguel Pupo (BRA) 8.235 – Recebeu um convite da WSL para o CT 2024

27 Kelly Slater (EUA) 7.310 – Recebeu um convite da WSL e seguirá no CT

27 Michael Rodrigues (BRA) 7.310

29 Maxime Huscenot (FRA) 6.245

30 Jake Marshall (EUA) 5.320

30 Kolohe Andino (EUA) 5.320

32 Ezekiel Lau (HAV) 4.255

34 Jadson André (BRA) 1.060

34 Ramzi Boukhiam (MAR) 1.060

Ranking do CT feminino após o Margaret River Pro (5ª etapa)

1 Tyler Wright (AUS) 31.685

2 Carissa Moore (HAV) 29.490

3 Molly Picklum (AUS) 27.290

4 Caroline Marks (EUA) 21.240

5 Caitlin Simmers (EUA) 19.965

6 Stephanie Gilmore (AUS) 18.185

6 Tatiana Weston-Webb (BRA) 18.185

8 Lakey Peterson (EUA) 16.050

8 Gabriela Bryan (HAV) 16.050

8 Bettylou Sakura Johnson (HAV) 16.050

Cortadas

11 Brisa Hennessy (CRI) 14.710 – Recebeu um convite da WSL para o CT 2024

11 Sally Fitzgibbons (AUS) 14.710

13 Courtney Conlogue (EUA) 14.065

14 Isabella Nichols (AUS) 13.915

14 Macy Callaghan (AUS) 13.915

16 Sophie McCuloch (AUS) 11.010

17 Teresa Bonvalot (POR) 6.265

18 Johanne Defay (FRA) 5.745 – Recebeu um convite da WSL e seguirá no CT