Surfland Big Waves Brasil

Swell fora de controle

Transmissão ao vivo do Prêmio Surfland Big Waves Brasil é cancelada de última hora por causa das condições adversas no pico do "Quebra-Ossos", em Laguna (SC).

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Michaela Fregonese desce a bomba no Quebra-Ossos em 2020.Damon Michelipsi
Michaela Fregonese desce a bomba no Quebra-Ossos em 2020.

A equipe organizadora do Prêmio Surfland Big Waves Brasil / Mormaii não quis mais aguardar pelo final da pandemia de Covid-19 e optou por chamar a transmissão ao vivo oferecida pela Cervejaria DadoBier neste sábado (6), no primeiro grande swell de 2021.

Para isso, em respeito à vida e as medidas de combate ao coronavírus impostas pelo poder público, a organização tomou uma série de medidas preventivas, como não divulgar o local da transmissão e realizá-la em um local alternativo, de difícil acesso ao público.

Com um grande know-how no surfe em ondas grandes, um grupo de atletas relacionados à Big Waves Brasil (BWB) optou por apresentar ao Brasil e ao mundo um pico pouco conhecido, mas com ótimo potencial: o “Quebra-Ossos”, uma onda que quebra em alto-mar, na Boca dos Molhes da Barra da Laguna (SC).

Atualmente, a Prefeitura de Laguna tomou a bela iniciativa de bloquear o acesso de veículos automotores nos molhes, fazendo com que o acesso se dê apenas a pedestres e ciclistas, o que ajuda também a conter qualquer tipo de aglomeração nesse momento de fragilidade da pandemia.

Em 2020, a onda do Quebra-Ossos foi reconhecida nacionalmente, quando a paranaense Michaela Fregonese ganhou o prêmio de maior onda surfada no Brasil por uma mulher, com uma bomba na Boca da Barra, clicada pelo fotógrafo Damon Michellepis. Esta foto também concorre ao Prêmio Surfland Big Waves Brasil / Mormaii na categoria de Maior Onda.

Sinal vermelho para transmissão ao vivo.

No dia anterior à transmissão, a equipe organizadora da transmissão ao vivo teve que trabalhar em uma grande logística para a instalação de energia elétrica (gerador a gasolina) e internet na ponta dos Molhes, e para isso contou com o grande apoio da Associação de Surf de Laguna (ASL) e do parceiro Preto Crippa. Eles mobilizaram a Prefeitura Municipal de Laguna, que já iniciou o mandato mostrando que realmente deseja apoiar e fortalecer o cenário do surfe no município.

Esse time também contou com o apoio das empresas Fibra Internet e Litoral Internet, que juntas conseguiram instalar uma antena na ponta dos Molhes de Laguna e fornecer incríveis 70mb de upload para a transmissão. A alimentação da equipe iria ficar por conta do tradicional restaurante do hotel Atlântico Sul.

A previsão para este sábado apontava uma grande ondulação de Sul, com vento no turno matinal soprando com intensidade fraca de Sudoeste. No entanto, no dia que antecedeu a transmissão (sexta-feira), a previsão mudou, aumentando a intensidade do vento e deixando-o apenas do quadrante Sul. Durante o final da tarde e noite de sexta-feira Laguna sofreu com o vento e com a maré alta, tendo inclusive o trabalho da balsa grande paralisado.

Neste sábado, dia da transmissão ao vivo, a equipe organizadora acordou com o envio de uma mensagem às 5:15 horas da manhã do multiesportista e big rider local Fernando ‘Grilo’:

“Estou aqui no Quebra-Ossos desde cedo e, agora que está amanhecendo, estou conseguindo olhar o mar. Não quero desanimar vocês, eu gostaria muito que tivesse uma onda irada como no último ciclone, mas deu um ‘marezão’ na madrugada, jogou água quase lá em cima da calçada. Agora a maré está vazando bastante, vou monitorar algumas séries para ver o que rola de maior e atualizar a condição pra vocês.”

Aproximadamente cinco minutos depois, Grilo mandou uma nova mensagem:

“Não está encaixando direito, aqui o ‘Quebra-Ossos’ é muito específico, tem que estar tudo muito encaixado, não é só o swell e o vento, mas é a bancada também. Andou dando muita chuva e a gente está achando que esta bancada deu uma mudada por causa dessa quantidade de chuva, com muita água da lagoa correndo para dentro do mar, por isso que a formação não está boa. Que pena.”

Experiente Saulo Lyra lamenta as condições, mas volta a sentir a adrenalina de um big swell. Foto arquivo:

No meio da manhã, a equipe organizadora encontrou diversas personalidades do surfe nacional nos Molhes da Barra, ansiosos por surfar essa onda pouco explorada, como o Legend Saulo Lyra, ex-campeão brasileiro e o mais veterano das últimas competições de ondas grandes na praia do Cardoso.

“Infelizmente rolou muito vento, a condição está storm, está sobrevivência e não performance. Estamos tentando um swell, esse bateu na porta, mas estamos fazendo a nossa parte. A hora que o swell estiver aqui, os guris (organizadores) estarão fazendo a parte deles também. Essa chamada já serviu para sentir novamente a adrenalina de um grande swell e da competição, e isso foi bom”, destaca Lyra.

Outra personalidade que esteve presente foi o ex-Top mundial do CT Marco Polo, um dos grandes destaques da histórica transmissão ao vivo de 2017 na praia do Cardoso. Marco Polo disse: “Foi uma pena não ter rolado a transmissão. Com certeza iria ser um grande sucesso, por ser em um pico novo, alternativo, como aqui no Quebra-Ossos”.

Com o cancelamento desta transmissão, o Prêmio Surfland Big Waves Brasil / Mormaii segue com duas transmissões ao vivo em aberto, oferecidas pela Cervejaria DadoBier. Nesta ocasião, em Laguna, a transmissão contou com o apoio da Associação de Surf de Laguna, Prefeitura Municipal de Laguna, Preto Crippa, Fibra Internet, Litoral Internet, Restaurante Atlântico Sul e Site Waves.

Para saber mais, acesse o site oficial do Prêmio ou siga o perfil @bigwavesbrasil no Instagram.

O Prêmio é patrocinado pela Surfland Brasil e apresentado pela Mormaii. Co-patrocínio: Cervejaria DadoBier. Apoio: Banco Remessa On Line, Apneia Surf Brasil, Hennek Surfboards, Session Store, Cigana’s House, Baiuka Pousada e Restaurante, Açaí Barbacuá, Site Waves, Index Krown, Protetor Solar Suntech e Advogada Flavia Correa Vieira. A realização fica por conta da Big Waves Brasil (BWB) e da Swell Eventos. Toda a competição é homologada e supervisionada pela Federação Catarinense de Surf (Fecasurf).