Mundial Pro Junior

Leo é o Brasil na Califa

Leo Casal avança para semifinais e é único brasileiro no Mundial Pro Junior da WSL em Oceanside Pier, Califórnia (EUA).

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Leo Casal tenta décimo título brasileiro no Mundial Pro Junior.

O catarinense Leo Casal e a peruana Sol Aguirre seguem na disputa dos principais títulos das categorias de base no mundo. Na última sexta-feira (12) de boas ondas em Oceanside Pier, Califórnia (EUA), ambos chegaram nas semifinais do World Junior Championships.

Leo tenta aumentar para 10 o recorde de títulos do Brasil no Mundial Junior da World Surf League e Sol pode ser a primeira campeã da América do Sul nesta categoria Sub-20. Os últimos títulos mundiais de 2023 da WSL serão decididos neste sábado (13), ao vivo de Oceanside pelo WorldSurfLeague.com.

A peruana Sol Aguirre enfrenta a norte-americana Zoe Benedetto na disputa pela primeira vaga na grande final do World Junior Championships. Já o catarinense Leo Casal disputa contra o havaiano Jackson Bunch. O brasileiro barrou o campeão mundial Junior do ano passado, Jarvis Earle, da Austrália. Depois, Sol derrotou a canadense Erin Brooks, campeã do Corona Saquarema Pro apresentado por Banco do Brasil, que fechou o Challenger Series 2023 na Praia de Itaúna.

Os semifinalistas da categoria masculina foram os primeiros a ser definidos. O Brasil perdeu os dois confrontos diretos com os Estados Unidos que abriram as quartas de final, com Ryan Kainalo e Heitor Mueller terminando em quinto lugar no World Junior Championships 2023.

Leo Casal entrou na terceira bateria, numa hora que o mar estava em transformação, sem tantas ondas boas. Mas, o catarinense começou melhor numa direita, que rendeu duas manobras e uma nota 5,67.

O campeão mundial Jarvis Earle falhou nas suas primeiras ondas, mas acertou um aéreo reverse numa esquerda, que valeu 4,23. Leo Casal também pega uma esquerda para fazer batidas, rasgadas e até um aéreo de frontside. O brasileiro recebe nota 6,43 e abre 7,87 pontos de vantagem sobre o australiano. Leo passou a marcá-lo de perto e o máximo que Jarvis Earle conseguiu foi 5,57, com Leo Casal confirmando o Brasil nas semifinais por uma tranquila diferença de 12,10 a 9,84 pontos.

Leo Casal em ação nas águas californianas.

“As ondas já não estavam tão boas. Ontem (quinta-feira) estavam bem maiores, mas hoje ficou parecido com o Brasil, onde surfamos muitos beach breaks com ondas até menores do que essas”, destaca Leo Casal. “Já sou acostumado a surfar ondas assim, então estou muito feliz de ter avançado para as semifinais. Não foi fácil chegar até aqui, eu tenho batalhado muito nas baterias, mas confio no meu surfe e vamos para cima, porque é finals day”.

Peru nas semifinais

Duas baterias depois da única vitória brasileira nas quartas de final masculinas, Sol Aguirre confirmou o Peru nas semifinais derrubando uma das favoritas ao título. A peruana começou bem numa direita, que lhe rendeu nota 7,00 e liderou toda a bateria. A canadense Erin Brooks deu trabalho e reagiu nos minutos finais, com notas 6,00 e 5,10, mas Sol Aguirre somou um 4,27 que garantiu a vitória por 11,27 a 11,10 pontos.

Sol Aguirre segue na disputa.

“Foi uma bateria incrível e estou exausta. A Erin (Brooks) não parava de remar e eu queria que terminasse logo (risos). Eu queria romper essa barreira das quartas de final que fiquei nos últimos anos, então estou muito feliz por ter conseguido e quero ir mais longe ainda”, promete Sol Aguirre. “Eu acho que a nota 7 no início da bateria me deu uma grande vantagem. Tive muita sorte porque o mar ficou flat (sem ondas) por um tempo, então deu tudo certo para mim hoje e espero que continue assim”.

Derrotas brasileiras

Sol Aguirre já havia surfado muito bem nas oitavas de final, que abriram a sexta-feira de boas ondas de 3-4 pés (pouco mais de um metro) em Oceanside Pier. Sol competiu na segunda bateria do dia e derrotou a havaiana Eweleiula Wong por 13,23 a 11,33 pontos, também somando uma nota 7,0 da sua melhor onda.

A brasileira Laura Raupp, que na última quarta-feira conseguiu a maior nota da categoria feminina, um 9,0, repetiu o bom desempenho nas direitas de Oceanside. Laura somou notas 7,33 e 7,27 na vitória sobre a japonesa Nanaho Tsuzuki.

Nas quartas de final, Raupp começou bem com suas manobras de frontside nas direitas também, recebendo uma nota 7,0. Ela enfrentava a cabeça de chave número 1 do campeonato, Sierra Kerr. A australiana só pegou sua primeira onda aos 12 minutos e detonou uma direita que arrancou nota 8,67 dos juízes. Laura Raupp seguia na frente, até Sierra Kerr surfar sua segunda onda, outra boa direita e ganhou 8,87, registrando um novo recorde feminino de 17,54 pontos, contra 12,50 da brasileira.

EUA 2 X 0 Brasil

Com a derrota, Laura Raupp repetiu o quinto lugar no World Junior Championships do ano passado em San Diego, também na Califórnia. Na mesma posição, ficaram o campeão e vice-campeão sul-americano Pro Junior Sub-20 da WSL South America em 2023, Ryan Kainalo e Heitor Mueller, respectivamente. Os dois acabaram perdendo para os dois únicos norte-americanos que se classificaram para as quartas de final.

Enquanto o Brasil é recordista com 9 títulos nas 22 edições do Mundial Junior da WSL, os Estados Unidos ainda não têm nenhum campeão na lista da categoria masculina.

Heitor Mueller enfrentou o vice-campeão mundial do ano passado, Levi Slawson, que usou os aéreos para eliminar o catarinense. O norte-americano começou com nota 7,83, ganhou 8,83 na segunda para somar 8,53 no maior placar das quartas de final masculinas, 17,36 a 12,34 pontos.

Ryan Kainalo entrou na bateria seguinte com Jett Schilling. A disputa foi equilibrada, quase onda a onda, com o paulista de Ubatuba começando nas direitas e o californiano nas esquerdas. O primeiro terço dos 30 minutos da bateria mostrou isso, com Jett Schilling na frente por 12,93 a 12,27 pontos apenas.

O campeão sul-americano então pegou a sua primeira esquerda, onde os juízes deram nota 8,17 e Ryan Kainalo abria assim, uma boa vantagem de 7,12 sobre o norte-americano. Mas, 3 minutos depois, Jett Schilling também achou uma esquerda para fazer quatro manobras e receber 7,50. O ubatubense ficou precisando de 6,66 para vencer e nos últimos segundos pega uma direita. A nota demora um pouco a ser divulgada, mas sai 6,03 e Jett Schilling se classifica por 14,83 a 14,44 pontos do Ryan Kainalo.

A competição é transmitida ao vivo dos Estados Unidos pelo WorldSurfLeague.com e pelo aplicativo e canal da WSL no YouTube.

Semifinais

Categoria Masculina – Derrota = 3.o lugar
1 Levi Slawson (EUA) x Jett Schilling (EUA)
2 Leo Casal (BRA) x Jackson Bunch (HAV)

Categoria feminina – Derrota = 3.o lugar
1 Sol Aguirre (PER) x Zoe Benedetto (EUA)
2 Sierra Kerr (AUS) x Talia Swindal (EUA)

Resultados da sexta-feira

Quartas de final masculina – Derrota = 5.o lugar
1 Levi Slawson (EUA) 17,36 x 12,34 Heitor Mueller (BRA)
2 Jett Schilling (EUA) 14,83 x 14,44 Ryan Kainalo (BRA)
3 Leo Casal (BRA) 12,10 x 9,84 Jarvis Earle (AUS)
4 Jackson Bunch (HAV) 15,43 x 13,20 Joel Vaughan (AUS)

Quartas de final feminina – Derrota = 5.o lugar
1 Sol Aguirre (PER) 11,27 x 11,10 Erin Brooks (CAN)
2 Zoe Benedetto (EUA) 10,67 x 9,86 Annette Gonzalez Etxabarri (ESP)
3 Sierra Kerr (AUS) 17,54 x 12,50 Laura Raupp (BRA)
4 Talia Swindal (EUA) 15,50 x 7,57 Bella Kenworthy (EUA)

Oitavas de final feminina – Derrota = 9.o lugar
1 Erin Brooks (CAN) 13,83 x 5,63 Noah Klapp (ALE)
2 Sol Aguirre (PER) 13,23 x 11,33 Eweleiula Wong (HAV)
3 Annette Gonzalez Etxabarri (ESP) 15,67 x 14,13 Ellie Harrison (AUS)
4 Zoe Benedetto (EUA) 11,84 x 10,87 Nora Liotta (HAV)
5 Sierra Kerr (AUS) 15,17 x 10,17 Keira Buckpitt (AUS)
6 Laura Raupp (BRA) 14,60 x 10,33 Nanaho Tsuzuki (JAP)
7 Bella Kenworthy (EUA) 12,83 x 9,77 Louise Lepront (AFS)
8 Talia Swindal (EUA) 14,50 x 12,76 Zahli Kelly (AUS)