Jogos de Tóquio

Olimpíadas no horizonte

Tops brasileiros falam sobre a preparação e expectativa para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

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Atual líder do ranking do CT da WSL, Gabriel Medina pretende perder peso até os Jogos.

Os quatro atletas brasileiros que representarão o Brasil na estreia do surfe nos Jogos Olímpicos de Tóquio em julho demonstram muita vontade e garra para a conquista de uma medalha. “No que depender de mim, vou chegar lá com muita vontade de trazer esse ouro”, diz sem titubear Gabriel Medina, bicampeão mundial. “Vou dar o meu melhor para trazer essa medalha inédita”, dispara o atual campeão mundial, Italo Ferreira.

A ala feminina também não deixa por menos. Atleta que acabou de vencer a etapa de Margaret River, na Austrália, e assumiu a vice-liderança do circuito mundial na temporada 2021, Tatiana Weston-Webb, e a eleita oito vezes a melhor surfista brasileira Silvana Lima, contam que estão em treinamento intensivo para abocanhar uma medalha e ambas dizem estar tranquilas física e psicologicamente para a competição. “Estou muito feliz em conquistar o meu sonho de estar no maior evento esportivo do mundo. E, o mais importante, estou bastante otimista”, afirma Tati.

Os surfistas olímpicos foram selecionados a partir do ranking de 2019 do Championship Tour. No total, serão 40 atletas que estarão nas Olimpíadas de Tóquio, no Japão – 20 homens e 20 mulheres, com no máximo dois representantes de cada país em cada gênero.

Italo Ferreira já trabalha as pranchas sob medida para as ondas do Japão.

“Acho que o Brasil vai chegar muito forte nos Jogos Olímpicos. Vejo que estão todos motivados, preparados e animados. E, sem dúvida, o surfe vai crescer ainda mais com essa entrada nas Olimpíadas”, considera Medina, 27 anos, atualmente em primeiro no ranking da WSL. “É algo indescritível, nunca imaginei participar desse momento histórico. Estou treinando bastante e será uma honra representar nosso país”, acentua o potiguar Italo Ferreira, também com 27 anos.

Tati alega não ter nem palavras para descrever a emoção que é fazer parte dos Jogos. Gaúcha de 25 anos, ela reside em Kauai, ilha do arquipélago havaiano, e conta que não tem um treino específico para vencer nas ondas do Japão. “Fico surfando muito, o tempo todo, e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) tem me dado suporte, disponibilizando uma equipe de nutrição, preparador físico e fisioterapeuta, o que tem me ajudado bastante a fortalecer meu treino. E, claro, tenho trabalhado a mente também.”

Para Silvana Lima “a ficha não caiu ainda, mas deve cair quando me juntar com toda equipe e embarcar para o Japão. Até lá estou sonhando aos pouquinhos”. Cearense, 35 anos, a atleta já chegou ao vice-campeonato mundial nas temporadas 2008 e 2009. “Estou bem tranquila. Toda equipe está dando suporte para que eu possa me concentrar nos treinos. O negócio agora é chegar em Tóquio, me adaptar ao fuso, me alimentar bem e focar em cada bateria.”

Silvana Lima conquistou a prata na última competição disputada no país nipônico.

Os atletas e as ondas do Japão

Os quatro brasileiros já surfaram no Japão e até levaram medalhas quando competiram no país. No ISA World Surfing Games de 2019, em Miyazaki, Italo conquistou o ouro e Medina o bronze. “Foi ótimo poder ir lá antes dos Jogos e conhecer o Japão, a sua cultura e para começar a adaptar”, conta Medina.

Já Silvana ficou com a prata no feminino da competição: “Foi incrível essa conquista no Japão, não conhecia o país e só de ter subido ao pódio fiquei muito feliz. Também conheci um pouco das ondas locais”.

Mas especificamente a praia Shidashita, escolhida para sediar as competições de surfe nos Jogos, os brasileiros ainda não conhecem. “Sabemos que são um pouco parecidas com as ondas do Nordeste do Brasil, então, acredito que vamos nos adaptar rápido”, diz Silvana.

“Estou preparado para tudo. Cada lugar apresenta ondas diferentes. O que eu faço sempre é me preparar fisicamente e mentalmente para conseguir surfar em qualquer lugar do mundo e dar o meu melhor, me divertindo, pois faço o que mais gosto”, diz Italo.

Medina obteve a informação de que as ondas não são as tradicionais que costumam pegar no Tour. “Parece que são menores e com menos força e, sabendo disso, vou me preparar para essa situação. Pretendo perder peso para ficar um pouco mais leve e poder surfar essa onda nas melhores condições.”

“Nunca surfei nessa praia, mas já surfei em outro local que deve ter condições parecidas ao do ISA Games de 2019, quando fui super bem. Geralmente é mais beach break e ondas menores”, explica Tati.

Cada atleta deve levar uma média de 20 pranchas para o Japão. “Tenho feito pranchas sob medida em parceria com Tico e Teco, em Santos, e para as Olimpíadas não poderia ser diferente. Desenvolvemos juntos as pranchas”, conta Italo. O atual campeão mundial se refere aos shapers e surfistas Adriano Teco e Tico Oliveira.

Shidashita será o palco do surfe nos Jogos.

Programação do surfe nos Jogos Olímpicos

25 de julho (domingo)

Round 1 da categoria masculina
Round 1 da categoria feminina
Round 2 da categoria masculina
Round 2 da categoria feminina

26 de julho (segunda-feira)

Round 3 da categoria feminina
Round 3 da categoria masculina

27 de julho (terça-feira)

Quartas de final da categoria masculina
Quartas de final da categoria feminina
Semifinal da categoria masculina
Semifinal da categoria feminina

28 de julho (quarta-feira)

Bateria da medalha de bronze feminina
Bateria da medalha de bronze masculina
Bateria da medalha de ouro feminina
Bateria da medalha de ouro masculina
Cerimônia de entrega de medalhas feminina
Cerimônia de entrega de medalhas masculina