MEO Pro Portugal

Oito brasileiros no terceiro round

Oito dos nove brasileiros participantes do MEO Pro Portugal estão classificados para a terceira fase. João Chianca é o melhor brazuca na sexta-feira (4) e John John Florence conquista as maiores marcas.

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João Chianca é o melhor brasileiro na sexta-feira no MEO Pro Portugal.

O Brasil segue com oito surfistas após a realização das duas fases iniciais masculinas e femininas do MEO Pro Portugal. Cinco deles competiram nesta sexta-feira (4). Quatro avançaram com vitórias. Deivid Silva foi eliminado. João Chianca conquistou a maior nota de um brazuca no dia, e o havaiano John John Florence comandou as ações com as melhores marcas.

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O pico português localizado na cidade de Peniche, Supertubos, amanheceu com ondas maiores do que as da quinta-feira (3). A direitas e esquerdas quebraram com 1,5 a 2 metros, com algumas maiores. O vento soprou com muita força de terral, com momentos de lateral/terral.

Supertubos bomba ondas pesadas no segundo dia do MEO Pro Portugal.

John John Florence estreou com tudo na etapa. O havaiano, campeão da prova em 2016, venceu com autoridade a oitava bateria da primeira fase masculina. O surfista pegou dois tubos avaliados como excelentes pelos juízes. O também havaiano Ezekiel Lau ficou em segundo lugar e o sul-africano Matthew McGillivray terminou em terceiro.

O melhor momento da bateria aconteceu aos seis minutos. John John dropou despencando e virou rápido para o tubo numa direita. Ele sumiu e reapareceu na saída para anotar 9.07 pontos, a maior nota do MEO Pro Portugal até o momento.

Os adversários não estavam bem na disputa, mas Ezekiel achou um tubo numa direita quando restavam 15 minutos para o fim. A nota foi 7.17 pontos. O tempo passou e Matthew não conseguiu pegar os canudos, e ainda viu John John e Ezekiel melhorarem suas pontuações no fim. O primeiro conquistou 8.50 e o segundo 6.33, ambos com tubos para a esquerda. John John venceu com o maior somatório da etapa, 17.17. O havaiano bicampeão mundial enfrentará o australiano Ryan Callinan no Round 3.

John John escolheu a mãe, Alexandra Florence, para homenagear com nome na lycra. Essa é uma ação da WSL para festejar o Dia Internacional das Mulheres, que é comemorado no dia 8 de março.

João no critério excelente – O outro surfista que conquistou nota no critério exclente nesta sexta-feira foi João Chianca. O brasileiro venceu a décima bateria masculina do MEO Pro Portugal. Ele abriu a disputa com um tubo de backside que valeu 6.17 pontos. João ficou fundo, mas teve que ser rápido para encontrar a saída antes da onda fechar.

Na sequência, o italiano Leonardo Fioravanti colocou duas notas na casa dos quatro pontos no somatório (4.33 e 4.17), conquistadas com manobras de frontside. Logo depois, no décimo minuto da bateria, o australiano Jack Robinson completou um canudo numa direita, e terminou a apresentação com uma batida (6.60).

Depois de cair para o terceiro lugar, João foi rápido em dar uma resposta. Ele executou um layback numa direita e voltou a liderar com 2.67 pontos. Mas o melhor ainda estava por vir.

Quando restavam 11 minutos para o término do duelo, João sumiu num tubo pra esquerda e só saiu depois da baforada. A nota foi 8.00 pontos, a única avaliada no critério excelente fora do confronto de John John no dia. Dessa forma o brasileiro disparou na liderança e venceu com 14.17 no somatório. Jack também garantiu vaga direta na terceira fase, e Leo seguiu pra a repescagem.

João vai pra cima do norte-americano Conner Coffin na terceira fase. O brasileiro competiu com o nome da brasileira Silvana Lima na lycra de competição.

Mais vitórias brasileiras – O MEO Pro Portugal começou muito cedo nesta sexta-feira. Filipe Toledo competiu na primeira disputa do dia, a quinta do Round 1 masculino, e avançou com paciência e melhor escolha de ondas.

Filipe surfou apenas quatro ondas ao longo dos 30 minutos de duelo, a última já nos instantes finais para sair do mar. Ele fez a maior nota do confronto (4.67) e garantiu vaga no Round 3 com 8.20 pontos no somatório.

Filipe Toledo no trilho da direita de Supertubos.

“A maré está secando bastante agora, está chegando no auge da maré seca, mas deu tudo certo. Consegui achar duas ondas ali, dois tubinhos nada de muito especial, mas foi o suficiente para passar a bateria. Acho que hoje, qualquer coisa acima de três, quatro pontos já vai ser uma onda boa, então estou amarradão de ter passado. Agora é focar no próximo round”, diz Filipe em entrevista exclusiva ao Waves.

Sobre o país europeu, Filipe comenta: “Eu amo Portugal! Gosto de estar aqui, sou muito bem acolhido aqui, muito bem recebido. E sobre as ondas, não tenho nem o que falar… Sempre foi muito bom e tem altos tubos, não é à toa que se chama Supertubos”.

O brasileiro competiu com o nome da tenista Maria Esther Bueno escrito na lycra. Ele enfrentará o australiano Owen Wright na terceira fase.

A segunda vaga da bateria para a terceira fase do MEO Pro Portugal ficou com Justin Becret, francês que foi convidado para a etapa. Ele estava em último até os dois minutos finais da bateria, e virou com um tubo numa direita pequena que valeu 2.23 pontos. O australiano Connor O’Leary, que caiu na saída de um dos melhores canudos do duelo, logo no início, terá uma nova chance na repescagem.

Etapa em espera – O mar começou a mudar rapidamente depois da bateria de Filipe. Após o duelo seguinte, vencido pelo japonês Kanoa Igarashi, a WSL colocou a etapa em espera e marcou uma nova chamada para três horas depois.

Caio Ibelli foi pra água assim que o MEO Pro Portugal foi reiniciado. O melhor brasileiro no ranking (4º) começou bem a sétima bateria do Round 1, caiu para a terceira posição perto do fim, mas reagiu rápido, retomou a liderança e venceu. O português Frederico Morais avançou em segundo lugar e o norte-americano Conner Coffin caiu para a repescagem.

Caio Ibelli passa por dentro de Supertubos.

O brasileiro abriu a disputa no primeiro minuto com um tubo para a direita. Ele não ficou muito fundo e desapareceu lá dentro por pouco tempo. A nota 5.67 pontos acabou sendo a maior de todo o duelo. Conner também começou com um tubo, mas de backside para a esquerda. Ele conquistou 5.00 pontos. Frederico não acompanhou o ritmo dos adversários no início e largou com 1.77.

Caio e Conner ficaram mais ativos, enquanto Frederico preferiu manter a prioridade e esperar uma onda boa. O norte-americano tomou a liderança do brasileiro na metade da disputa, com um ataque de backside que teve uma leve rasgada e uma batida próxima da junção (2.67).

O português surfou sua segunda onda quando restavam 12 minutos. Ele foi numa esquerda e ficou na porta do tubo durante todo o tempo. A nota foi 2.50 pontos. Naquele momento ele precisava de 4.58 para assumir a segunda posição. Caio precisava de 2.00 para liderar.

Frederico Morais é o único português ainda vivo na etapa.

Nos cinco minutos finais houve várias trocas de posições. Frederico fez um tubo para a direita. Apesar de não ficar fundo, chegou a desaparecer por um instante. Ele anotou 5.23 pontos e pulou para a primeira posição. Rapidamente Caio deu o troco com um tubo curto de frontisde. O brasileiro conquistou 2.53, foi para primeiro e jogou Conner para o último lugar. O norte-americano ainda tentou os 2.74 que precisava, porém não conseguiu e foi para a repescagem.

“O mar está bem difícil. A maré estava bem seca antes da minha bateria, mas a gente sabe que o mar só irá melhorar com a maré enchendo. Será um campeonato com ondas difíceis, pois tem muito swell e muito vento. Mas estamos aí. As condições não estão fáceis, mas estão assim pra todo mundo. Vamos seguir procurando os tubos e tentando avançar mais algumas baterias”, fala Caio com exclusividade ao Waves.

“Gosto muito de pegar tubos. Hoje acabei morrendo em alguns que eu deveria ter saído, mas o importante é passar bateria, estar no próximo round e graças a Deus vou ter mais uma oportunidade de pegar um tubão”, finaliza Caio, que competirá contra o norte-americano Kelly Slater no Round 3.

Caio escolheu a surfista australiana, campeã mundial de 2005, Chelsea Hedges, para homenagear com o nome na lycra de competição. E Kelly, que venceu nesta sexta-feira pela repescagem, colocou o nome da tetracampeã mundial de surfe, Lisa Andersen.

Miguel também vence – A outra vitória brasileira no dia aconteceu na penúltima disputa da primeira fase masculina. Nenhum tubo foi completado nos 30 minutos de bateria, e as manobras decidiram o resultado final. A primeira nota acima de um ponto foi conquistada por Miguel Pupo, quando executou duas rasgadas numa esquerda (4.67).

Os australianos Morgan Cibilic e Ryan Callinan tentaram entrar no jogo nos minutos finais. Morgan fez alguns movimentos e anotou 3.17 e 4.00 pontos para ficar em segundo lugar. Ryan teve como melhor nota 3.70 e caiu para a repescagem. Miguel garantiu a vitória com quatro manobras numa direita pequena que valeu 3.00 pontos.

Miguel, assim como Filipe Toledo, colocou o nome da tenista brasileira Maria Esther Bueno na lycra de competição.

Miguel Pupo rasga forte pra vencer pela primeira fase do MEO Pro Portugal.

Duelo entre irmãos – A terceira fase do MEO Pro Portugal terá a primeira disputa entre os irmãos Pupo. Samuel, que venceu na quinta-feira com direito a nota 8.10, estará frente a frente com Miguel de olho numa vaga nas oitavas de final.

Deivid eliminado – O único brasileiro já eliminado da competição é Deivid Silva. Ele foi muito mal na estreia, e se despediu do MEO Pro Portugal na repescagem precisando de 8.40 pontos.

Deivid pegou apenas uma onda nos 30 minutos de bateira na primeira fase, e recebeu como nota 0.67. Seus adversários, o havaiano Barron Mamiya e o australiano Ethan Ewing ficaram mais ativos, acharam ondas na casa dos cinco e seis pontos e avançaram.

O atual líder do ranking, Barron, ficou na primeira posição no confronto durante grande parte do tempo (6.67 e 5.50), mas Ethan conseguiu a virada (6.27 e 6.00) e avançou com vitória.

Deivid voltou a ficar seletivo na repescagem. Ele abriu a última bateria da fase com uma forte batida de backside que valeu 4.33 pontos. Porém depois viu os adversários conquistarem notas maiores.

Leonardo Fioravanti solta as manobras para avançar.

O italiano Leonardo Fioravanti começou com 6.33 e, depois de quatro tentativas, colocou mais 4.33 no somatório. O australiano Ryan Callinan estava com dificuldades, até que perto do meio da bateria ele fez um tubo pra esquerda e anotou 6.67. O brasileiro também fez um canudo pra esquerda, porém sem ficar fundo (3.10).

A bateria chegou nos dez minutos finais e Ryan fez um ataque vertical de backside, com duas batidas fortes. A nota 6.20 pontos jogou o australiano para a primeira posição, e deixou Deivid na necessidade de 6.33 para seguir vivo no MEO Pro Portugal.

Porém, enquanto o brasileiro esperava, o italiano procurava as ondas. E ele achou mais um tubo pra direita quando restavam oito minutos para o fim. A nota 6.40 pontos dificultou a vida de Deivid, que dali pro final não surfou mais e foi eliminado na necessidade de 8.40. Deivid competiu no MEO Pro Portugal com o nome de Malu Mendes na camisa. Ela é campeã mundial de surf adaptado.

Próxima chamada – A próxima chamada para o MEO Pro Portugal acontece neste sábado (5), às 4h20 (de Brasília). A previsão indica que as ondas vão perder tamanho, e que o vento deve mudar de direção ao longo do dia, tendo momentos de lateral/terral e de maral.

Além dos sete homens ainda vivos na competição, o Brasil conta com Tatiana Weston-Webb, classificada para o Round 3 feminino.

Confira uma análise das condições do mar e da previsão das ondas com Miguel Fortes, conselheiro local de previsões da WSL:

MEO Pro Portugal

Round 1 Masculino

Baterias realizadas na quinta-feira (3)

1 Jackson Baker (AUS) 11.70, Jordy Smith (AFR) 11.10, Jake Marshall (EUA) 6.00

2 Samuel Pupo (BRA) 14.60, Imaikalani Devault (HAV) 13.73, Kelly Slater (EUA) 9.90

3 Owen Wright (AUS) 12.36, Seth Moniz (HAV) 9.66, Lucca Mesinas (PER) 9.43

4 Italo Ferreira (BRA) 16.17, Jadson André (BRA) 9.47, Vasco Ribeiro (PRT) 9.17

Baterias realizadas na sexta-feira (4)

5 Filipe Toledo (BRA) 8.20, Justin Becret (FRA) 6.23, Connor O´Leary (AUS) 5.93

6 Kanoa Igarashi (JPN) 9.33, Callum Robson (AUS) 8.84, Afonso Antunes (PRT) 0.00

7 Caio Ibelli (BRA) 8.20, Frederico Morais (PRT) 7.73, Conner Coffin (EUA) 7.67

8 John John Florence (HAV) 17.57, Ezekiel Lau (HAV) 13.50, Matthew McGillivray (AFR) 6.14

9 Ethan Ewing (AUS) 12.27, Barron Mamiya (HAV) 12.17, Deivid Silva (BRA) 0.67

10 João Chianca (BRA) 14.17, Jack Robinson (AUS) 11.60, Leonardo Fioravanti (ITA) 9.06

11 Miguel Pupo (BRA) 7.67, Morgan Cibilic (AUS) 7.17, Ryan Callinan (AUS) 5.40

12 Griffin Colapinto (EUA) 11.67, Nat Young (EUA) 11.20, Kolohe Andino (EUA) 9.67

Round 2

1 Kelly Slater (EUA) 13.10, Connor O’Leary (AUS) 9.17, Afonso Antunes (POR) 2.00

2 Lucca Mesinas (PER) 6.77, Conner Coffin (EUA) 6.70, Vasco Ribeiro (PRT) 4.20

3 Kolohe Andino (EUA) 14.60, Jake Marshall (EUA) 7.57, Matthew McGillivray (AFR) 5.90

4 Ryan Callinan (AUS) 12.87, Leonardo Fioravanti (ITA) 12.73, Deivid Silva (BRA) 7.43

Round 3

1 Italo Ferreira (BRA) x Imaikalani deVault (HAV)

2 Miguel Pupo (BRA) x Samuel Pupo (BRA)

3 Jordy Smith (AFR) x Barron Mamiya (HAV)

4 Morgan Cibilic (AUS) x Connor O’Leary (AUS)

5 Filipe Toledo (BRA) x Owen Wright (AUS)

6 Leonardo Fioravanti (ITA) x Jake Marshall (EUA)

7 Conner Coffin (EUA) x João Chianca (BRA)

8 Jack Robinson (AUS) x Callum Robson (AUS)

9 Kanoa Igarashi (JAP) x Justin Becret (FRA)

10 Ezekiel Lau (HAV) x Frederico Morais (PRT)

11 Ethan Ewing (AUS) x Nat Young (EUA)

12 John John Florence (HAV) x Ryan Callinan (AUS)

13 Seth Moniz (HAV) x Jackson Baker (AUS)

14 Kolohe Andino (EUA) x Lucca Mesinas (PER)

15 Griffin Colapinto (EUA) x Jadson André (BRA)

16 Kelly Slater (EUA) x Caio Ibelli (BRA)

Oitavas de final Femininas

1 Johanne Defay (FRA) x Molly Picklum (AUS)

2 Sally Fitzgibbons (AUS) x Stephanie Gilmore (AUS)

3 Brisa Hennessy (CRI) x Courtney Conlogue (EUA)

4 Lakey Peterson (EUA) x Isabella Nichols (AUS)

5 Carissa Moore (HAV) x Bronte Macaulay (AUS)

6 Tyler Wright (AUS) x Gabriela Bryan (HAV)

7 Tatiana Weston-Webb (BRA) x Luana Silva (HAV)

8 Malia Manuel (HAV) x India Robinson (AUS)

Top-22 do WSL Championship Tour 2022 – 2 etapas

1 Barron Mamiya (HAV) – 13.320 pontos
2 Kanoa Igarashi (JPN) – 12.545
2 Seth Moniz (HAV) – 12.545
4 Caio Ibelli (BRA) – 12.170
5 Kelly Slater (EUA) – 11.330
6 Ethan Ewing (AUS) – 7.415
7 Filipe Toledo (BRA) – 6.640
7 Jordy Smith (AFR) – 6.640
9 Miguel Pupo (BRA) – 6.350
10 John John Florence (HAV) – 6.075
10 Jack Robinson (AUS) – 6.075
10 Ezekiel Lau (HAV) – 6.075
10 Jake Marshall (EUA) – 6.075
10 Samuel Pupo (BRA) – 6.075
10 Lucca Mesinas (PER) – 6.075
16 Italo Ferreira (BRA) – 4.650
16 Leonardo Fioravanti (ITA) – 4.650
16 Deivid Silva (BRA) – 4.650
16 Matthew McGillivray (AFR) – 4.650
16 Connor O´Leary (AUS) – 4.650
16 Kolohe Andino (EUA) – 4.650
16 Callum Robson (AUS) – 4.650
16 Nat Young (EUA) – 4.650
16 João Chianca (BRA) – 4.650

Outros brasileiros

25 Jadson André (BRA) – 3.585 pontos
35 Miguel Tudela (PER) – 1.330
38 Gabriel Medina (BRA) – 530
38 Yago Dora (BRA) – 530

Top-10 do WSL Championship Tour 2022 – 2 etapas

1 Brisa Hennessy (CRI) – 14.745 pontos
2 Malia Manuel (HAV) – 12.545
3 Moana Jones Wong (HAV) – 11.045
4 Carissa Moore (HAV) – 10.410
5 Johanne Defay (FRA) – 9.490
6 Tyler Wright (AUS) – 8.695
6 Lakey Peterson (EUA) – 8.695
6 Gabriela Bryan (HAV) – 8.695
6 Bettylou Sakura Johnson (HAV) – 8.695
10 Isabella Nichols (AUS) – 7.355
14 Tatiana Weston-Webb (BRA) – 5.220