Márcio Freire

Um raro surfista de alma

Personalidades do mundo do surfe deixam seu depoimento para homenagear a passagem do surfista baiano Márcio Freire.

0
Márcio Freire.

A morte prematura de Márcio Freire deixou perplexa a comunidade do surfe. Desbravador das ondas de Jaws na remada, em Maui, Havaí, ao lado dos amigos também baianos Danilo Couto e Yuri Soledade, Márcio Freire foi uma pessoa especial, amável, gentil e cordial, aliás, como todos deveriam ser.

Clique aqui para saber mais sobre a morte de Márcio Freire

Passei toda a minha carreira de jornalista contando a história da vida dos surfistas nas revistas e no site Waves. É fácil falar da vida deles todos. Porém, falar da morte de um amigo, ou mesmo de um conhecido, é bastante difícil e penoso. Mas alguém tem que assumir a missão.

A seguir, alguns depoimentos da galera que conviveu ou admirava a trajetória deste baiano sangue bom e atirado nas ondas, um verdadeiro Mad Dog em sua loucura saudável e ao mesmo tempo insana de amar as ondas grandes.

Bruno Lemos, fotógrafo e produtor do filme Mad Dogs – Eu poderia muito bem dizer que o mundo do surfe está em luto hoje, mas, na verdade, o planeta está em luto hoje com a passagem desse incrível e único ser humano chamado Márcio Freire.

Um dos caras mais tranquilos e alegres que já conheci. Viveu pra surfar e faleceu surfando. Dava pra ver o brilho nos olhos e a felicidade de estar prestes a dar mais uma caída épica em Jaws, lugar que amava. Vamos todos sentir sua falta, amigo!

Jaime Viudes, longboarder – Ser chamado de cachorro louco poderia soar ofensivo em algum outro esporte, mas no caso do surfe de ondas gigantes o “elogio” massageia o ego de qualquer um desses caras que colocam suas vidas em risco a cada swell.

Porém isso nunca parece ter inflado o ego do Márcio Freire. Bastava olhar no seu rosto para perceber que era um cara simples. Para conseguir respeito na meritocracia do surfe, a nível internacional, ou você é excepcionalmente técnico ou você tem muita atitude para dropar as maiores.

Hoje, com cada vez mais segurança para o big surf, cresce o número de surfistas se aventurando nas ondas grandes, mas são poucos os remanescentes dos legítimos big riders, que encaravam os maiores dias no braço, sem jet skis, coletes e tubos de oxigênio.

E ainda que sua imagem de big rider tenha sido construída após a chegada dos jets, ele encarou muitas sessões de surfe só com a prancha, a cordinha e seus dois parceiros de fé para garantir sua segurança. Quem tem um pouco de noção desse universo sabe que isso não garante a vida de ninguém na hora que o bicho pega.

E ainda dá para imaginar quantos mares bizarros ele deve ter pegado sozinho. Isso pode ser uma prova de que ele nunca teve intenção de construir uma reputação, apenas queria fazer o que amava. Para um cara ser chamado de Mad Dog pelos havaianos, pode ter certeza que mesmo que, nunca ninguém, nem a mídia, tivesse tocado no nome dele, ele estaria pegando ondas grandes de qualquer jeito. Essa era primeira coisa que eu pensava quando ouvia falar do Márcio Freire. Surfista de verdade!

Tulio Brandão, jornalista multimídia – Márcio era um cara querido na comunidade, do bem, humilde, um dos grandes representantes da essência mais raiz do surfe. Um cara que resolveu descer o cliff e entrar remando em Jaws.

Um cara que aceitou trabalhar duro para pagar pelo seu sonho, diante da falta de patrocínio. Pouca gente está disposta a isso. A morte trágica pode em algum momento nos colocar num lugar de crítica, por conta da ausência de colete inflável e de uma possível falta de forma, mas a esta altura isso não faz sentido.

Márcio era gigante, exímio no que fazia, e o perdemos porque no surfe de ondas gigantes há, sim, espaço para a morte. Ele morreu como viveu, amando profundamente o que fazia. Esta pra mim é a maior lição.

Motaury Porto, fotógrafo – A melhor e maior onda da vida! Nós, como surfistas, sempre buscamos as melhores ondas e alguns buscam as maiores. Deslizar sobre o mar em cima de uma prancha, independente de qual modalidade, é algo que nunca poderá ser descrito em palavras.

Mas, é facilmente observável na vida de vários surfistas mundo afora. O surfista de alma vive para se manter perto do mar e das ondas. Márcio Freire era exatamente um destes surfistas e que nos deixa para surfar a mais perfeita, a maior onda de todas e também a mais misteriosa, a eternidade!

Que nosso Pai, criador das nossas ondas e da onda eterna, console o coração dos familiares do Márcio, assim como amigos e fãs. Enquanto isso, que possamos pegar nossas ondas aqui neste mundo, ondas de compreensão, perdão, paz e, principalmente, de amor, que tem o poder que transcende tudo. Com carinho, meus sentimentos.

Márcio Freire com os grandes amigos Yuri Soledade, Danilo Couto e Lapo Coutinho.

Yordan Bosco, jornalista especializado – Encontrei Márcio pela última vez há cerca de um ou dois anos na Praia do Forte, quando tivemos a oportunidade de um bom papo. Ele tinha vindo do Havaí, estava feliz e cheio de planos de viajar e surfar.

O mesmo cara tranquilo, manso e sereno que conheci no início dos anos 90, nas competições, quando ele corria a categoria mirim ou junior e eu era juiz.

Uma perda inestimável para toda a comunidade do surfe. Deixa um legado de coragem, de atitude, de luz e de amor. Um cara que passava a lição, no semblante e no seu jeito, de que não precisamos de muito para ser feliz.

Thiago Rausch, freesurfer – Tive o privilégio de conhecer o Marcinho há dois anos, no Passo de Torres. Surfamos umas marolas no meio do Rio Mampituba e foi muita vibe, o cara era muito humilde e surfava muito, a bateria foi casca-grossa.

Entre uma onda e outra, já que estávamos sozinhos no pico, eu aproveitei e fiz o máximo de perguntas sobre Jaws que pude, já que não é todo dia que recebemos no quintal de casa um verdadeiro mito do surfe mundial. De maneira muito gentil e tranquila, ele respondeu, ou melhor, me contou um pouco de sua linda história.

O mar estava bem mais ou menos, o vento nordeste e o sorriso no rosto nos acompanhava, os botos também. Marcinho estava viajando pelo Brasil, um sonho que estava realizando, conhecendo lugares, pessoas aleatórias como eu e visitando amigos.

No caso, o destino era Tramandaí, onde vive seu amigo dos tempos de Havaí, Peterson Marchese. Ele também veio visitar o Pedra Dornelles. Acho que estes simples fatos, a diversão nas marolas, ele super humilde comigo, que recém havia conhecido, e vir de longe visitar um amigo querido como o Peterson, mostram um pouco do grande ser humano que ele foi.

Márcio Freire, Pedra Dornelles, um amigo e Thiago Rausch.

João Cabral, free surfer, Jaguaboy – Márcio era uma pessoa extremamente simples, uma pessoa que tinha coração aberto. Não é porque o cara morreu, não é nada disso. Duvido que exista uma pessoa na face da Terra capaz de falar alguma coisa contra ele. O cara era bem quisto em todo o lugar que chegava. Todo mundo gostava dele, era humilde ao extremo.

É até difícil falar dele, era uma pessoa boa demais. Casca grossa, da pesada, depois que voltou ao Brasil ele parou de treinar em onda grande, estava mais relaxado. Começou a pegar mais onda pequena e isso atrapalhou bastante.

Era um cara iluminado, e tenho certeza de que ele morreu feliz, fazendo o que mais gostava. Ele morreu onde mais queria estar, amarradão. O último áudio que ele mandou para o Jacaré foi para dizer que no dia anterior tinha surfado altas ondas na remada. E estava feliz da vida que iria fazer um tow-in com o Chumbo. Era um cara nota 10, nota 1.000.

Giovanni Mancuso, empresário e free surfer – Infelizmente não tive a sorte de conhecer o Márcio pessoalmente. Mas conhecia ele muito bem da mídia do surfe. Desde que li sobre os malucos brasileiros que desbravaram Jaws na remada ele entrou no meu radar e nunca mais saiu.

Daqueles personagens que a gente grava o nome e nunca mais esquece. Mas se eu não tive a sorte de encontrá-lo pessoalmente, muitos amigos meus conviveram com ele. E todos, sem exceção, falam a mesma coisa: um ser humano especial, amigão, generoso, atencioso, divertido, bem humorado e muito, mas muito casca grossa!

Portanto é mais um daqueles casos dos bons nos deixando cedo. A gente tem dificuldade de compreender isto. Mas, examinando com atenção, somos obrigados a acreditar que em algum lugar, esta galera deve estar pegando altas ondas. E se isto for verdade, quando eu for pra lá vou fazer questão de encontrar o Márcio!

Alexandre Toledo Piza, jornalista especializado – Desde que vim morar na Bahia a lenda viva dos Mad Dogs era ponto central nas rodas de conversas sobre surfe e o ápice das façanhas obtidas pelo big surf baiano na esfera mundial.

Quando Márcio voltou definitivamente do Havaí, estivemos juntos algumas vezes, seja surfando, seja com ele fazendo imagens. Sempre amarradão, cativante, sorridente, pilhando a cada série e sempre muito educado. Um verdadeiro legend soul surfer coroado em vida e agora na memória para toda eternidade.

Márcia Portes, longboarder – Márcio era um surfista de alma. Junto com os Mad Dogs, tinham amor à adrenalina. Ele partiu fazendo o que mais gostava, sem medos, sem receios.

Acompanhava a trajetória dele durante algum tempo. Envio energias positivas e minhas condolências aos amigos e familiares. É o amor ao surfe, às ondas grandes, a adrenalina e loucura única de desbravar um oceano mágico e cheio de energia. Admiro o Márcio, surfista de alma. Descanse em paz.

Wilson Piolho, jornalista especializado – O mundo do surfe e principalmente do big surf está atônito com a prematura passagem do Mad Dog Márcio Freire. Protagonista da revolução do surfe na assustadora Jaws ao encarar as montanhas de água na remada, algo inimaginável antes de Márcio e seus parceiros Danilo e Yuri.

O canhão de Nazaré abateu o Mad Dog Márcio Freire. Deixa um legado enorme e chama a atenção para a risco que esse surfistas correm ao desafiar as maiores ondas do mundo.
Grandes homens com grandes feitos tem a honra de escolher seu derradeiro momento fazendo aquilo que amam. Vá em paz, Márcio Freire .

Tony Kaluama, shaper – Sempre tive uma grande admiração por Márcio Freire e pelos Mad Dogs baianos. Pois nos tempos de hoje, ondas como Jaws, por exemplo, e Nazaré, todos surfam de tow-in, enquanto ele, pelo menos em Jaws, se jogava na remada, justificando o apelido de Mad Dog. Então, acredito realmente que foi uma fatalidade o que houve com ele. O surfe mundial, não só o brasileiro, perdeu muito. R.I.P, Márcio.

Sebastian Rojas, fotógrafo – Conversei com o Márcio algumas vezes durante umas idas pra Jaws, em Maui. Como todos os surfistas baianos que gostam de ondas grandes, ele foi pra Maui surfar Jaws na companhia dos amigos e teve como referências Danilo Couto e Yuri Soledade, entre outros tantos outros e acabou fixando residência por lá. Ele era divertido e brincalhão e muito fissurado no surfe de remada em ondas gigantes. Era um surfista raiz apaixonado pela força do oceano e pelo esporte.

Lima Junior, fotógrafo – Márcio Freire sempre foi uma referência para todos os surfistas nordestinos, principalmente os que sonham em se tornar surfista de ondas grandes. Ele foi um exemplo que é possível sim, sair do Nordeste e ganhar o mundo em busca do sonho de surfar ondas grandes. Sua passagem vai deixar saudades e muita inspiração para todos de nossa região. Que Deus o tenha.

João Valente, jornalista especializado em Portugal – Era uma questão de tempo até acontecer um acidente fatal. Tivemos algumas situações que ficaram perto disso. Koxa, Scooby, Maya, Alex Botelho, Andrew Cotton, várias situações mas por felicidade nada aconteceu.

Agora aconteceu com o Márcio, uma tristeza imensa. Mas, são os riscos de quem assume o surfe de ondas grandes como um meio de vida, fonte de prazer. Há muito tempo que eu falo que a Nazaré é que nem o Everest. Pode não ser tecnicamente a onda mais exigente, outras exigem mais, assim como tem montanhas que exigem muito mais tecnicamente do que o Everest. Negócio do Everest é altura e ausência de ar. Negócio da Nazaré é tamanho, volume de água e toda aquela dinâmica. Não é o lado técnico da onda que faz ela se destacar. É o tamanho mesmo e a dimensão toda.

Enfim, era esperado que uma hora acontecesse uma vítima. Claro que agora a gente fique encontrando as razões. Ah, não usou colete de flutuação, não estava em forma etc. Mas, nos acidentes que chegaram perto, as pessoas eram muito bem preparadas e teve uma grande dose de sorte de não ter acontecido nada. Por isso, sem dúvida, preparem-se, não facilitem com questões de segurança. Não é qualquer um que vai subir o Everest sem garrafa de oxigênio. Tem uns que fazem, estão nessa missão, mas estão preparados para isso.

Por isso, quem quiser enfrentar o mar em Nazaré tem que saber exatamente para o que estar preparado. Mas, acho que nada disso seja garantia. O risco é muito alto. E às vezes os mais preparados podem se ver numa situação que não tem saída. Que descanse em paz, Márcio. Todo mundo só fala bem dele. Deixou boas memórias e morreu fazendo o que gosta.

Felipe Fernandes, jornalista especializado – Muito triste o que aconteceu. Mas, já era para ter acontecido antes, pelo nível de risco do local. Eu já estive lá três vezes para olhar as ondas, eu nunca surfei em Nazaré. Sei que não é todo dia que está daquele jeito. As ondas não ficam sempre daquele tamanho. Mas, eu nunca tive a oportunidade de surfar lá ondas de 2, 3 metros. Estive lá três vezes com ondas imensas. A primeira vez foi em 1993, com meus amigos Zé Loiro e Zé Negrella.

Paramos o carro na praia e não tinha ninguém pra gente perguntar alguma coisa e eu acredito que as ondas deviam estar de 18 a 20 pés. A gente acabou nem surfando porque o mar estava enorme.

Voltei em 2013, no dia em que a Maya Gabeira se acidentou. Depois, voltei com a minha mulher em 2017. Em duas vezes que estive lá, quase dois acidentes fatais, com a Maya e com o inglês Andrew Cotton. Não cheguei a ver nenhum destes dois acidentes, aconteceram antes da minha chegada.

Eu sinto muito a morte do Márcio Freire, conheço ele das reportagens. Sinto muito a perda deste surfista porque ele era uma referência, um dos desbravadores de Jaws na remada. Maior respeito por ele, mas não tive o privilégio de conhecê-lo pessoalmente. Que Deus o tenha.

Regi Galvão, fotógrafo – Infelizmente, 2023 começou de forma brutal com a partida do Mad Dog Márcio Freire.

Quando recebi a notícia, pensei que era outra pessoa, mas a ficha caiu rapidamente com a notícia sendo publicada em alto volume nas rede sociais. Estou particularmente muito triste, uma vez que acompanhamos toda trajetória desse bom baiano nas maiores ondas do planeta e ficamos buscando respostas pela forma como aconteceu. Desejo muita força e expresso meus sentimentos à família, amigos e fãs. Márcio Freire sempre.

Paulo Kid, legend – Eu não conheci pessoalmente o Márcio Freire, acompanhei, claro, as performances dele em Jaws, à distância, pela mídia.

O que eu sempre percebi que ele estava ali pelo prazer, por gostar de se atirar nas bombas. E o que leio sobre ele é o testemunho dos mais próximos falando que ele era uma pessoa do bem!

Uma perda sempre é triste para os amigos, os familiares, mas se existe algum conforto nesse momento é que ele partiu fazendo aquilo que ele amava, em condições que ele se sentia à vontade.

Com certeza, é uma grande perda para o big surf brasileiro. Márcio Freire deixa seu legado de amor, paixão e go for it no surf.

James Thisted, fotógrafo – Não convivi muito com o Marcio Freire, mas como fotógrafo claro q a gente se conhecia lá do Havaí. Lembro bem do começo do surfe em Jaws, quando eu ia pra Maui registrar as sessions de tow-in dos brazucas, numa época em que se chegava no cliff de Jaws e não tinha quase ninguém por ali, muito diferente do circo que é hoje.

E um dos surfistas certo de encontrar ali era o Márcio Freire, sempre na fissura de pegar umas na remada, numa época que os caras tiravam pra louco quem pensasse em fazer isso. E ele sempre humilde, na dele, o cara era gente boa demais. Era nessas ocasiões que eu tive mais contato com ele. E algumas outras em Oahu mesmo.

Márcio Freire durante evento em Jaws.

Depoimentos publicados no Facebook

Rosaldo Cavalcanti, legend – Márcio Freire, Mad Dog era um cara legal. Sempre sorrindo. Humilde e gentil. Definitivamente, espalhava boas vibrações. O tipo de cara que todo mundo gostava.

Ele morou em Maui por um longo tempo e enquanto estava lá costumava praticar paddle surf em Jaws. Ele gostava de ir para a esquerda, embora a maioria dos outros surfistas costumava ir para a direita.

Ele sofreu muitas quedas verticais lá fora. Mas, há alguns anos ele teve que deixar as ilhas. Foi quando sua vida mudou. Ele voltou ao Brasil e continuou surfando, o amor de sua vida.

Infelizmente, desmaiou ontem em Nazaré, Portugal, depois de pegar sua última carona. Uma canhota que fechou e o empurrou para debaixo d’água. Aparentemente, levou algumas pancadas na cabeça e de alguma forma se afogou. É uma grande perda para sua família e amigos, bem como para a comunidade de surfe de ondas grandes. Descanse em paz, Márcio Freire.

Christian Barnard Beserra, representante do surfistas do CT – Poxa Pancinha. Tá difícil aceitar essa sua partida tão prematura. Seu sorriso, seus dropes insanos, seu sotaque de rei baiano, suas serenatas desafinadas de ukulele e o seu coração maior que as morras surfadas por você, jamais serão esquecidos.

Obrigado pelo privilégio de ter te conhecido e obrigado por todas as ondas que surfamos juntos no passado. Muita luz e amor pra você e sua família. RIP, meu rei!

Thiago Jacaré, free surfer, Jaguaboy – Descanse em paz, meu grande amigo Márcio Freire. Os homens do mar morrem no mar. Você foi especial em nossas vidas. Hoje você iria embora, mas a sua partida foi diferente, juntamente a Deus. Sei que você surfou sua última onda, mas em nossos corações você será eterno. Ahh, não esquece do tutu, meu amigo pra sempre.

Eduardo Sampaio, produtor de Mad Dogs – Nem sei o que escrever. Fui pego completamente de surpresa.

Cresci tendo Márcio como referência desde a época de escola. Ele era o cara que matava aula pra ir surfar no Barravento e que ganhava todos os campeonatos de surfe. Eu sempre quis matar aula pra ir surfar.

Depois ele foi morar no Havaí e tornou-se um dos maiores exemplos de pioneirismo no surfe de ondas grandes da história. Um cara extremamente humilde e com um coração enorme. Um amigo que vai deixar saudades em muita gente e um legado importante no esporte.

Tive o privilégio e a sorte de registrar parte da vida e dos feitos dele e dos Mad Dogs com o documentário que produzimos. Poxa, cara, por que você teve que partir tão cedo? Você vai fazer muita falta! Só tenho boas lembranças de você. Fique em paz!

Roberto Vieira Nascimento, free surfer – Difícil escrever neste momento de tristeza sobre Márcio Freire, um ser humano incrível que só trazia alegria com sua simplicidade e humildade, um ídolo, um amigo, um irmão, não só pra mim, mas pra todos que passavam no seu caminho, ele só levava luz e alegria pra todos .

Conheço Pancinha e Buno Freire e Silva desde dos meus 13 anos de idade. A gente começou a surfar juntos em Barra do Pote, Ilha de Itaparica (BA). No verão de 85 eu vi Marcinho completar seu primeiro 360 com 10 anos de idade com uma prancha sem quilhas.

Sua alegria foi tão contagiante que me marcou até hoje. Depois, muito free surf juntos, baterias de campeonatos, surf trips. A trip derradeira foi ano passado. Passamos dois meses na Indonésia, dias de sonho que jamais irei esquecer !

Obrigado, painhooo, por todos os momentos vividos, pelos ensinamentos, principalmente de que a vida se vive o hoje. O que me conforta é quando fecho o olho e vejo você sorrindo e dizendo, relaxe Roberdose, tá tudo bem!

Vá em paz, irmão, sua energia jamais se apagará! Meus sentimentos a Bruno Freire e Silva e a toda família e amigos!

The Inertia, site norte-americano – A morte de Freire abala fortemente a comunidade das ondas grandes. Nossas mais sinceras condolências vão para os amigos, familiares e todos os afetados pela morte de Freire.

Abaixo, talvez a última entrevista de Márcio Freire, concedida ao canal Lets Surf.