San Diego Surf Festival

Brasil na fita

San Diego Surf Festival celebra tão esperada décima edição nos dias 17 a 19 de fevereiro, na Califórnia. Bruno Lemos e Olívio Petit tem filmes selecionados.

0

Décima edição do San Diego Surf Festival acontece nos dias 17 a 19 de fevereiro e seleciona 23 filmes de mais de 15 países diferentes, que serão exibidos no San Diego Mission Bay Boat and Ski Club, Califórnia (EUA). Brasileiros Bruno Lemos e Olívio Petit tiveram seus filmes selecionados para o evento.

Um dos festivais mais esperados pelos fãs em San Diego, o evento acontece desde 2012. O que começou como um festival popular que evitou a moda do tapete vermelho e, em vez disso, destacou pessoas extremamente criativas e talentosas, cineastas, surfistas, shapers, artistas etc, que trabalham incansavelmente na comunidade do surfe.

Uma década depois e mais de 200 filmes internacionais exibidos, o San Diego Surf Festival se orgulha de apresentar a cultura do surfe com narrativas poderosas de todos os lugares do mundo.

Para comemorar seu décimo aniversário, o evento recebe o artista americano Todd Francis, que por mais de duas décadas criou artes icônicas em shapes de skate para diversas empresas. A edição também irá reunir todos os artistas anteriores e alguns amigos para uma inesquecível festa de arte na noite de abertura em La Jolla, no Flowerpot Café.

Estão incluídos na programação de eventos, incríveis filmes de surfe, show de arte, sessão de expressão de bodysurf, encontro de longboard, música ao vivo e muito mais.

Na seleção de filmes desta edição, foram escolhidos dois filmes em português, Sou do Mar, produzido por Bruno Lemos, que retrata o estilo de vida conectado com o mar no North Shore do Havaí, sonhos realizados, a escolha de fazer o que ama e as barreiras e vantagens de lutar pelos seus sonhos, além de Dunas do Barato, produzido por Roberto Moura e dirigido por Olívio Petit, que aborda movimentos culturais que surgiram através do surfe, da música, filmes e exposições de arte, em torno do Píer de Ipanema (RJ) nos anos 70.

“O Filme Sou do Mar, é feito em português e relativamente longo (75 minutos de duração). Não é todo festival fora do Brasil que se propõe a exibir um filme em português e longo que nem este. Para mim foi uma surpresa muito boa estar vendo como tem repercutido esse filme nos festivais”, comenta Bruno.

“Em particular, nesse festival de San Diego, considero a cidade uma surf city e essa edição é o décimo ano deles e a organização quis fazer um lance bem legal, disseram que tinham muitos filmes disputando a vaga para serem exibidos, então fiquei muito feliz com a seleção. O fato de ser exibido na tela e também em ver que o Sou do Mar não é o único filme em português no festival. Muito bom ver um filme da Massangrana Filmes, produzido por Roberto Moura, com direção de Olívio Petit, que foram duas pessoas que me apoiaram muito no início da minha carreira. O Petit era um dos diretores do Sportv, que foi o canal que começou a exibir minhas primeiras cenas capitadas aqui no Havaí, quando comecei a minha carreira como cinegrafista”, revela.

“E trabalhei para a produtora do Roberto Moura durante sete anos, produzindo a série Surf Adventures para o Sportv. Então, quando comecei a careira, eu olhava o Olívio Petit e Roberto Moura como referências máximas do áudio visual e, hoje em dia, estar com um filme meu em um festival de tanto peso, junto com um filme dos caras, também em português, para mim é incrível, como se fosse um reconhecimento. Por exemplo: ‘você começou lá atrás e os caras te apoiaram, hoje em dia tu está exibindo um filme junto deles, num festival dessa magnitude’, é um lance muito legal”, finaliza Bruno Lemos.

“Eu e o Roberto Moura, da Massangana Filmes, temos quase 30 anos de relacionamento profissional, que começou com a série Surf Adventures para o Canal Sportv. Um dia, o Roberto me ligou falando sobre um projeto dele, para contar a importância do Píer de Ipanema para a profissionalização do surfe brasileiro. Quando começamos a conversar, vimos que a coisa era muito maior. E fomos juntando fragmentos de nossas lembranças sobre a cultura pop de nossas adolescências, para formatar esse patchwork que é o Dunas. Costumo dizer que o Pier de Ipanema foi o Baile da Ilha Fiscal do Estado da Guanabra. Logo depois veio a fusão com o Estado do Rio, que foi o início do fim”, conta Petit.

“Nossa intenção é resgatar a possibilidade de criatividade sem muita grana, mas com muito carinho e cooperação”, ressalta sobre a ideia principal do filme.

“Ter sido selecionado para dois festivais na Califórnia foi muito legal. Afinal a Califórnia é a terra da contracultura, do cinema e do surfe. Participamos de um Festival não competitivo de cinema latino em São Francisco, com 70 filmes da Europa, África e Américas e fomos os únicos representantes do Brasil. E agora veio esta chance de participar de uma competição num o Festival de filmes de surfe em San Diego. É muito gratificante”, revela Olívio.

“Espero que isso atraia mais convites internacionais para o Dunas, para que nossa história não oficial, passe a fazer parte do conhecimento de todos. No Brasil, estamos há 1 ano na Netflix e o povo tem sido muito carinhoso com nosso trabalho. Gente que viveu aquela época e o pessoal da nova geração, interessados por arte e cultura nacional”, comenta a respeito das expectativas das pessoas sobre o filme e propostas futuras que deseja receber através do filme.

“Muito feliz. O Bruno é um parceiro de aventuras no mundo do surfe, um universo que não era, nem de longe, a minha zona de conforto. Sou muito agradecido a ele e a muitos outros, pela ajuda naquelas primeiras transmissões ao vivo do WCT no Brasil. E acho lindo que aquele moleque que resolveu viver de fotografia e de surfe, lá do outro lado do mundo, hoje seja um documentarista reconhecido, com ainda muito a crescer e realizar”, fala sobre a sensação de ver um filme de Bruno Lemos no mesmo festival que o dele e a relação entre os dois.

“Quando ele me ligou, lá do Havaí, de madrugada, pra dizer que nossos filmes tinham sido selecionados para o festival, a alegria dele me invadiu e não saiu mais. Foi a prova definitiva de que eu ainda estou no mercado após 40 anos de estrada, e muito bem acompanhado. Que venham muitos outros filmes”, completa.

Filmes selecionados

Wai is the Yang – Chris Clark – New Zealand Obibini – Ben Lelande – Canada

The Spider Web – Timothy Donovan Hay – South Africa

Fifth Tide – Lena Kemna and Christina Gindl – Germany

A Lesson in Three Images with Grant Ellis – Jack Boston – United States

Convergence: A Film by 805 Beer – Perry Gershkow – United States

The Corners of the Earth: Kamchatka – Spencer Thomas Frost and Guy Willimen – Australia

Big Wave Guardians – Luke Stirtz – United States

WOMP – Hannah Walsh – United States Movers and Shapers – Ciara Kelleher and Alanna

MacNamee – Ireland

Emergence – Amanda Pfifti – United States Ocean Minded – Drew Rasmus – United States

Saunton Surf Sisters – Nicky Woodhouse and Georgie Clarke – United Kingdom

To Be Frank – Anns Wilder Burns – United States

Rick Griffin Interlude 01, Pacific Vibrations -David Tourje and Steve Barilotti – United States

Dunas do Barato – Olívio Petit e Roberto Moura – Brasil

Stoker Machine – Darieus Legg – United States

Femme Ocean – Annika Lioba von Schütz – Germany

Ministry of Surf – Collins Reagan – United States

Bound by the Ocean – Paul Lavoine – France Standing on Water – Tommy Corey – United States

Sou Do Mar – Uma História de Outro Amante do Oceano – Bruno Lemos – Brasil

Clique aqui para comprar os ingressos e acessar todas as informações.

Leia mais

Bruno Lemos em foco