Surf Adventures 2

Roberto Moura dá a letra

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Roberto Moura é o produtor de Surf Adventures – A Busca Continua. Foto: Bruno Lemos.

O filme “Surf Adventures ? A Busca Continua? estréia no dia 27 de março, nas telas dos cinemas. O primeiro filme, feito em 2002, está entre os cinco documentários mais assistidos do Brasil e levou às salas de exibição mais de 250 mil pessoas.

 

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A busca da onda perfeita continua. Em nome desta saudável obsessão, o diretor e produtor Roberto Moura voltou a reunir as maiores feras do surfe brasileiro que encaram e esbanjam talento em ondas absolutamente assustadoras.

 

Desta vez, a elite do surf nacional ? de estreantes a veteranos ? viajou pelas incríveis ondas do Peru, México, Austrália, Tahiti, Chile sem esquecer pontos privilegiados do litoral Rio-São Paulo.

 

Marcos Sifu na pororoca do Rio Araguari, Amapá. Foto: Arquivo pessoal Marcos Sifu.

E mais: quem associa os melhores picos ao mar aberto, certamente se surpreenderá com a beleza das ondas em plena região amazônica, mais exatamente na pororoca do rio Araguari, no Amapá ? pela primeira vez exibida no cinema.

 

?Surf Adventures II ? a Busca Continua? é continuação de ?Surf Adventures ? o Filme?, que em 2002 atraiu 250 mil espectadores às salas de exibição, consagrando-se como um dos cinco documentários mais vistos do cinema nacional.

Em entrevista concedida ao Waves, Roberto Moura comenta os bastidores de Surf Adventures 2 e explica a decisão de fazer um novo filme.

 

Por que a decisão de fazer um segundo filme?

Pequeno potiguar Italo Ferreira exibe seu potencial nos cinemas brasileiros. Foto: Diego Freire / SurfBahia.com.br.

A busca pela onda perfeita é eterna. Há muita onda ainda no mundo que precisa ser descoberta e explorada. Neste filme tentamos aliar países mais próximos do Brasil como México, Chile e Peru com outros que são mundialmente conhecidos por terem ondas espetaculares com Tahiti e Austrália. Optamos também por mostrar que, ao contrário do que muitos dizem, no nosso país existe muita onda boa. Conseguimos imagens sensacionais quando filmamos a pororoca, no Amapá, e as ondas do litoral Rio-São Paulo.

 

Qual a principal diferença entre Surf Adventures 2 para o primeiro filme?

 

A ideia do primeiro filme deu super certo e não haveria motivo para mudar a linha que ditou Surf Adventures 1. Mas neste novo longa conseguimos observar a evolução de alguns surfistas como Marcelo Trekinho e o Phil Rajzman que há seis anos eram apenas promessas do surf.

 

Apresentamos também a nova geração do esporte nacional como Jadson André e Ítalo Ferreira que arrebentaram nas ondas do México. Além disso, filmamos novos lugares paradisíacos que não necessariamente estão relacionados a praias e ondas. No Peru, por exemplo, fomos a Machu Pichu.

 

Quais foram os surfistas que se destacaram?

 

Acho que vários renderam muito bem, mas, talvez os que mais se destacaram foram o Fabinho Gouveia, no Peru, e o Stephan Figueiredo junto com o Mineirinho no Tahiti. No geral da trip, destaque para o Sifu, Trekinho e Phil.

 

Qual foi a principal dificuldade da viagem?

 

Tivemos momentos difíceis como dias com chuva forte, vento maral e mar flat na Austrália. No Peru, nosso carro atolou várias vezes, o que foi punk. Mas o pior de tudo foi quando nosso bote virou durante as filmagens na pororoca e por poucos perdemos quase todo o nosso equipamento. Eu quase chorei!


Como você conseguiu imagens tão próximas da visão do surfista quando pega uma onda?


Uma das câmeras que usamos na água foi desenvolvida por nosso ?professor pardal?, Fernando Pinel. Esta câmera capta o ponto de vista do surfista. Ela mostra a onda como se fosse a ponta do pé, mas era preciso um surfista que agüentasse o peso da câmera na prancha. E quem segurou essa onda foi o Phil Rajzman, campeão mundial de long board em 2007, o maior waterman brasileiro. Em comparação ao primeiro filme, conseguimos uma imersão maior que leva o espectador para dentro da água.


As filmagens duraram quanto tempo?

Começamos a filmar no final de 2005 no Peru e terminamos no litoral Rio-São Paulo, entre Saquarema e Maresias, em novembro de 2007. Entre essas datas, fomos ao Amapá filmar, pela primeira vez para cinema, o surf na pororoca do rio Araguari. Fomos também ao México, Chile, Austrália e Tahiti. O maior desafio da realização de um filme sobre surf é ir para o lugar na época certa. Nem sempre as ondas se comportam como você espera e as filmagens dependem de várias combinações.


Qual foi o melhor destino de Surf Adventures 2 ? A Busca Continua?


Não tem como deixar citar locais como Tahiti e Austrália, mas o destaque desta viagem vai para as filmagens da pororoca, no Amapá. Conseguimos takes aéreos incríveis e os surfistas puderam treinar bastante naquela onda quase interminável. O curioso é que na melhor parte da viagem tivemos também o nosso pior momento quando o nosso bote capotou e quase perdemos todo o nosso equipamento.


Como foi a seleção da equipe e dos surfistas?

Escolhemos aqueles que estavam surfando bem nos últimos meses, os que tinham apoio financeiro de alguém (família, patrocinador, namorada…) e os que pareciam ser bons companheiros de viagem. Este último quesito essencial para que a trip tenha o melhor astral possível, afinal estávamos lá nos divertindo também.


A busca continua? Há possibilidade de um novo filme?


A busca sempre continua. Há muita onda boa ainda para ser descoberta e explorada.


Como se deu a ideia de chamar o Helio de La Pena para a narração do filme?


O Hélio foi chamado por sugestão do meu filho e o resultado foi ótimo. Ao entrarmos em contato com o humorista tivemos a grata surpresa de saber que o filho dele era apaixonado pelo Surf Adventures I e tinha pedido ao ?casseta? para comprar na locadora de vídeo uma cópia do filme em DVD. O texto é de Pedro Cezar, surfista, videomaker e poeta pernambucano.


Neste filme vocês viajaram pelo litoral de Rio-São Paulo? O que vocês descobriram por aqui?


Descobrimos que o nosso país não deixa nada a desejar a outros locais do mundo. Provamos que há ondas excelentes de vários tipos e tamanhos, bem próximas de nós. O litoral entre Rio e São Paulo, que nós filmamos, é um grande exemplo.


Este filme é para surfistas ou também para surfistas?


Apesar de o surf ser o ponto forte do filme, há muito que se apreciar até mesmo para quem não for aficionado pelo esporte. Há belas paisagens, conversas entre os surfistas que mostram como é o dia-a-dia deles, entrevistas com ícones internacionais como o nove vezes campeão do mundo Kelly Slater e viagens culturais como quando fomos a Machu Pichu, no Peru.

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A busca continua