Previsão das Ondas

Power swell encerra veranico

Previsão indica formação de ciclone na região das Ilhas Malvinas no sábado, intensificar no domingo e gerar ondas até quarta-feira no litoral brasileiro.

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Domingo, como previsto, o tempo vira no Sul, e o mar bate na casa dos 12-13 s e altura de 2,5 a 3 metros de altura significativa. O frio também chega, baixando a temperatura para 5°C na segunda-feira.

O calor desta semana ocorreu devido à Alta Subtropical, mas acaba no domingo!
Nesta sexta, um ciclone se forma na região das Malvinas e vai rodar no sábado, intensificar no domingo, e os modelos indicam que vai ficar gerando ondas até quarta-feira.

Quando esquenta demais acontece o gatilho para os fortes ciclones, pois vocês lembram que a intensificação rola quando os contrastes (gradientes) de temperatura são mais fortes. E é isso que vai gerar a ondulação desta semana.

O mar sobe na região sul no domingo de SW e vira pra S na segunda. Mesma ondulação que bate na costa da região sudeste na madrugada de domingo para segunda-feira.

O bom é que estes ciclones mais afastados, ao sul do Rio da Prata, geram ondulações mais limpas, ventos locais mais fracos, que favorecem uma formação perfeita das ondas, principalmente na região sudeste do Brasil.

As ondas na região sul sobem domingo de SW, se mantém por pelo menos um dia e rodam pra Sul, direção que vai se manter até terça-feira, pois o ciclone fica rodando e se movendo bem devagar na direção leste.

A altura significativa nestes dias deve variar entre 2 e 3 metros no domingo, e sobe na segunda-feira para 3 metrões. O vento no domingo ainda é forte, e roda para S na segunda junto, com o pico do swell. A melhor condição deve rolar na terça-feira.

Previsão de ondas para Floripa apresenta chegada da ondulação de S-SW no domingo, virando para S na segunda, quando alcança os 3 metros de altura (na praia deve chegar a 2,5 m). Ondas que se mantém grandes até quarta-feira.
Previsão de vento para Floripa mostra a condição de S-SW no domingo. O vento vira para S na segunda e só na quarta deve rodar para SE.

Na região sudeste, o mar começa a subir na madrugada de domingo para segunda, com pico do swell previsto para terça-feira. A altura significativa entre 2,5-3 metros e período de 14 segundos na segunda e 13 segundos na terça.

E é na terça-feira que rola o grande e clássico sem vento, com uma leve brisa que não interfere na formação das ondas. A previsão é de boas ondas pelo menos até quarta-feira, com altura entre 1,5 e 2 metros.

Este swell vai segurar a pressão e não vai baixar tão rápido quanto o último.

Na região nordeste, a ondulação demora um pouco mais a chegar devido à direção inicial da zona de geração de SW. Vai começar a subir na terça-feira, mas o pico do swell deve ser na quarta-feira.

No entanto, a condição de SE ainda está presente nesta região, ainda sob influência do ciclone anterior. Assim, teremos ondas de SE-E na faixa de 1 metro e 11 segundos de período até domingo, baixando na segundo e voltando a subir na quarta.

A região nordeste é a que tem apresentado as condições mais constantes de ondas, pois recebe uma boa influência das ondulações geradas no meio do Atlântico.

Para a região norte é que as condições se mantem fracas, período curto na faixa de 5-8 segundos não favorece uma boa formação. Ventos moderados e constantes de E (leste), com vagas geradas localmente devem manter a altura significativa em 0,5 metro.

Esta tempestade vai possibilitar condições excelente para o fechamento da etapa do WQS na Prainha (RJ), o que deve favorecer uma excelente final na terça/quarta-feira!

Heitor Tozzi
Oceanógrafo e Mestre em Estudos Costeiros, trabalha com morfodinâmica de praias e impacto de tempestades na costa desde 1991, quando fez parte do 1º grupo de Sentinelas do Mar (Watching Waves in Brazil). Como pesquisador já embarcou em navios de Norte a Sul do Brasil, Golfo do México, Angola e Indonésia. Velejador e surfista nas horas vagas, atualmente é pesquisador do doutorado em Meteorologia no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), onde estuda os processos de Interação Oceano-Atmosfera para geração dos Ciclones.