Maldivas

Novo ecossistema descoberto

Cientistas descobrem novo ecossistema no fundo do oceano nas Ilhas Maldivas.

0

Mapeando os 26 atóis que circundam as Maldivas, país insular no oceano Índico, uma missão científica descobriu por acaso um ecossistema inédito a 500 metros no fundo do mar. Batizado de “The Trapping Zone”, algo como “zona de armadilha”, pela equipe, a comunidade de organismos vivos descoberta mostrou-se um verdadeiro oásis de vida submerso.

A teoria da Trapping Zone começou a tomar corpo depois que os cientistas da Missão Nekton – uma organização de pesquisa sem fins lucrativos – coletaram diversas amostras biológicas mostrando a existência de enxames de pequenas criaturas chamadas micronektons em terraços marinhos. Esses organismos aquáticos se transformam em banquetes para predadores da megafauna, como tubarões e peixes maiores.

Os famosos atóis das Maldivas são formados por estratos vulcânicos e recifes de carbonato fossilizado, formando íngremes e profundos penhascos verticais com terraços de prateleiras. À noite, os nektons migram do fundo do mar para a superfície e, quando tentam retornar para as profundezas ao amanhecer, ficam “aprisionados” nessas formações compactas.

Como os cientistas perceberam que se tratava de um ecossistema?

O Instituto de Pesquisa Marinha das Maldivas, parceiro da Nekton na missão, começou a perceber, na profundidade de 500 metros, peixes normalmente detectáveis apenas em águas rasas, como tubarões-tigre, seis tubarões branquiais, tubarões-tigre-de-areia, peixes-cão, tubarões-gulper, tubarões-martelo-recortados, tubarões-seda e o raríssimo tubarão -bramble (peixe-prego).

Em um comunicado à imprensa, a cientista líder da missão, professora Lucy Woodall, indagou: “Ficamos particularmente intrigados com essa profundidade — por que isso está ocorrendo?”. Para o professor Alex Rogers, renomado biólogo marinho que passou mais de 30 horas submerso na Trapping Zone, “Isso tem todas as características de um novo ecossistema distinto.”

A avaliação dos vídeos e das amostras biológicas está sendo processada nas Maldivas e em diversos laboratórios parceiros. “O conhecimento obviamente nos ajudará a proteger o oceano, porque saberemos quais áreas precisamos proteger, quais precisamos gerenciar e como administramos o desenvolvimento do turismo e do setor pesqueiro”, explica Shauna Aminath, ministra do Meio Ambiente das Maldivas.

Fonte Tecmundo