Tsunami em Tonga

Efeitos chegam ao Brasil

Após duas semanas, cinzas de vulcão de Tonga chegam à atmosfera de São Paulo.

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A erupção de um vulcão submarino em Tonga, em 15 de janeiro, desencadeou uma onda de choque na atmosfera que foi sentida em países a milhares de quilômetros do arquipélago no Sul do Pacífico.

Imagens feitas com a ajuda de um satélite mostram o trajeto e a intensidade das oscilações, que avançaram quase à velocidade do som. Modelos de previsão de tsunami subestimaram força da erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, que não levaram em conta a intensidade do choque provocado pela explosão.

Após cerca de duas semanas da erupção de um vulcão próximo da ilha de Tonga, no Pacífico Sul, as cinzas chegaram à atmosfera da cidade de São Paulo. De acordo com o Climatempo, foi possível ver o efeito dos gases, arrastados por milhares de quilômetros, na coloração alaranjada do céu durante o amanhecer de ontem e da última quarta-feira. Também foi possível ver efeitos em cidades do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

“As ondas transpacíficas e globais chegaram antes do previsto, o que foi terrível para costas distantes”, disse em entrevista à Reuters, o engenheiro Hermann Fritz, que estuda tsunamis.

A erupção do Hunga Ha’apai desencadeou um tsunami que destruiu vilarejos e resorts e interrompeu as comunicações para a nação do Pacífico Sul.

Tsunamis desencadeados por vulcões são raros. No entanto, a onda de choque do vulcão de Tonga foi uma das maiores já registradas, semelhante à produzida pela erupção do Krakatoa em 1883.

Ondas de tsunami, impulsionadas pela gravidade, viajam a cerca de 200 metros por segundo – aproximadamente a velocidade de um avião a jato.

Mas a onda de choque do vulcão de Tonga se moveu a mais de 300 metros por segundo, e foi tão poderosa, disseram os cientistas, que fez a atmosfera soar como um sino.

Apesar da forte intensidade do tsunami, Tonga registrou três mortes em decorrência do desastre –isso porque a pequena nação insular é considerada uma das mais preparadas para desastres naturais.

Com anos de exercícios de tsunami, por conta de sua localização, muitos tonganeses conseguiram escapar em tempo para terrenos mais altos. No entanto, como as ondas avançaram milhares de quilômetros e atingiram países com menos experiência neste tipo de desastre, incidentes foram registrados.

No Peru, por exemplo, duas pessoas que se afogaram em ondas excepcionalmente altas – que também fizeram com que um petroleiro vazasse perto da refinaria La Pampilla.

“Precisamos reavaliar os riscos de tsunami para outros vulcões ao redor do mundo”, disse Fritz.

Ainda que o Brasil não tenha sido tocado pelas fortes ondas – que ficaram concentradas na costa do Pacífico da América, os efeitos do Hunga Ha’apai foram vistos também por aqui.

Na última quinta-feira (27) foi possível ver um céu mais colorido em diversas cidades do país. O evento foi causado pela presença das partículas do vulcão que seguem viajando pela atmosfera.

Caçando tsunamis – Os sistemas de alerta de tsunami são programados para priorizar eventos terremotos, e não erupções – isso porque eles são mais comuns na hora de produzir maremotos.

Cientistas medem o risco e criam alertas caso a magnitude de um terremoto seja alta o suficiente para provocar ondas destrutivas.

Os instrumentos do fundo do mar também monitoram mudanças irregulares na altura das ondas, enviando informações por bóia de superfície e depois por satélite para um centro de alerta para avaliação.

O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico no Havaí alertou inicialmente sobre ondas perigosas a 1.000 km da erupção de Tonga.

No entanto, seu boletim observou que “devido à fonte do vulcão, não podemos prever as amplitudes do tsunami nem até que ponto o risco de tsunami pode se estender”.

Cerca de 10 horas depois, o alerta foi atualizado para incluir uma possível ameaça ao Peru – um desenvolvimento surpreendente, dado que o tsunami perto de Tonga foi relativamente pequeno.

As informações são dos portais Globo e UOL.