Plástico nos oceanos

Lixo no mar pesa 10 mil baleias

Revista científica Plos One relata que há 171 trilhões de partículas nos oceanos, equivalente ao peso de 10 mil baleias.

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Em 2012, Dede Suryana, fez sessão rodeado de lixo.

A revista científica Plos One publicou um estudo para apontar que 171 trilhões de partículas de plástico, o equivalente a 2,3 milhões de toneladas, estão nos mares. Esse peso é o mesmo que 10 mil baleias-azul ou 5.137 aviões Boeing modelo 747-8 com carga máxima.

O mar, que é o maior ecossistema da Terra e cobre 70% do planeta, sofre com acidificação, aumento do nível do oceano, poluição difusa, erosão costeira, pesca insustentável e aumento da temperatura das águas.

O estudo analisou 11.777 estações de medição ao redor do mundo para criar uma série temporal global com as contagens médias e a massa de pequenos plásticos na camada superficial do oceano entre 1979 a 2019.

Mais do que isso, são hoje uma das maiores ameaças às espécies marinhas, desde moluscos até aves, tartarugas e mamíferos. A cada ano, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), isso custa pelo menos US$ 8 bilhões (R$ 39,36 bilhões) em danos aos ecossistemas marinhos. Segundo estimativas, até 2050, 99% das aves marinhas da Terra terão ingerido plástico.

O órgão da ONU também projeta que, até 2050, os oceanos terão mais plástico do que peixes se as tendências atuais não forem interrompidas. Mas não só os animais marinhos estão ameaçados, os seres humanos também.

Além do perigo do consumo indireto de plástico ao se alimentar de peixes e moluscos, uma pesquisa publicada na Nature avaliou a relação entre a poluição por microplásticos e patógenos como Toxoplasma gondii, Cryptosporidium parvum e Giardia enterica, reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como causas subestimadas de doenças decorrentes do consumo de mariscos.

Os resultados apontaram que os patógenos são capazes de se associar a microplásticos em água do mar contaminada, com mais parasitas aderindo a superfícies de microfibra em comparação com microesferas.

Fonte Estadão