Eco Local Brasil

Projeto retira lixo das praias

Em um ano, projeto da ONG Eco Local Brasil retira 43 toneladas de lixo das praias do sul do país.

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Praia da Atalaia, em Itajaí (SC), é monitorada pela ONG Eco Local Brasil.

Um projeto vem promovendo mutirões de limpeza nas praias do litoral sul brasileiro e transformando resíduos não-recicláveis em lixeiras, mesas, banquinhos e vasos de plantas. O trabalho coleta materiais em praias, encostas e rios de cidades litorâneas. Somente em 2021, 43 toneladas de resíduos foram retirados da natureza. O material recolhido passa por um processo de classificação e depois é encaminhado ao destino correto.

Segundo a ONG Eco Local Brasil, organizadora do projeto, 70% de todo o material recolhido tem sido enviado às empresas de reciclagem. Já os itens não-recicláveis, em torno de 30% do que é recolhido, são usados para fabricar produtos ecológicos.

“O processo é de gerenciamento total desses resíduos coletados. Dos recicláveis, geralmente 80% são destinados para recuperação e se transformam em matéria-prima com o conceito de plástico do mar. Os outros 20% são separados e, por exemplo, vidros e ferrosos são encaminhados para descartadores certificados. O que sobra dessa seleção nós reutilizamos por um processo de compactação, transformando em mobiliário urbano como bancos de praça e lixeiras ou produtos como vasos, floreiras e até mesmo tampa de bueiro”, explica Filipe de Oliveira, coordenador de atividades da organização Ecoa Local Brasil.

A ideia de retirar resíduos das praias surgiu junto com a criação da ONG Eco Local Brasil. O projeto começou há 20 anos, quando estudantes universitários visitavam praias desertas de Florianópolis e encontravam muito lixo em áreas não habitadas. A partir dali, entenderam a dimensão do problema que estava se formando.

“Transformar esses resíduos em produtos começou em 2018, quando resolvi empreender projetos sustentáveis com os resultados das ações e criar processos e conexões para fazer esse reaproveitamento. Primeiro, nós criamos o hábito de agir pela causa e consequentemente veio a ONG, a empresa Eco Local Sustentabilidade, selos ambientais, premiações.”

De acordo com ele, o projeto We Nature foi idealizado pela empresa Core Case e tem a realização operacional da Eco Local Brasil. Neste ano, os trabalhos já ocorrem nas margens do rio Itajaí-Açú, nos molhes do Atalaia, em Itajaí, Santa Catarina. Desde 2020, o projeto passou a quantificar os resíduos recolhidos. Nos dois primeiros anos de auditorias, a Cooperativa do Mar, criada para atender a demanda de atividades pelo litoral brasileiro, já gerenciou mais de 130 toneladas.

Nos dias das ações, a depender do dia e do formato, o projeto We Nature sempre engaja de 20 a 30 pessoas por atividade. Essas ações acontecem o ano inteiro e sempre tem a participação de projetos parceiros e instituições que atuam na mesma causa.

“Só limpar não é nosso objetivo. Queremos envolver e multiplicar a conscientização para que outras pessoas atuem fazendo isso. A Eco Local desenvolve dezenas de projetos formatados durante o ano todo, são mais de 250 ações por ano. Entre nossos projetos, temos alguns nacionais como o projeto Quilhas e o Pé na Estrada Praia Limpa que atuam na questão socioambiental geralmente envolve instituições comunitárias como as beneficiárias, o programa de educação ambiental nas Escolas e os projetos específicos como o We Nature que registra números reais quanto a quantidade de resíduos recolhidos naquele local determinado”, ressalta Filipe.

As atividades beneficiam várias comunidades, que se envolvem nas operações. Já os produtos resultantes desse esforço são doados para áreas de uso comum. “Não nos sentimos como uma ferramenta e sim como empreendedores, como agentes transformadores. Falar sobre um tema, um problema que quase ninguém quer ver ou se responsabilizar… transformar isso em produtos sustentáveis faz com que em cada cidade que abrimos uma operação rapidamente encontramos uma equipe disposta e preparada para multiplicar”, completa o coordenador.

Fonte UOL