Correntes marítimas

Aceleração alerta cientistas

Cientistas tentam entender como a iminente aceleração das correntes oceânicas pode impactar a vida marinha nos próximos anos.

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Aquecimento global pode provocar a aceleração das correntes marítimas.

Depois dos sucessivos recordes de altas temperaturas na Antártica, o aquecimento global pode estar provocando outra profunda mudança nos oceanos: a aceleração das correntes marítimas.

Uma nova pesquisa, publicada no dia 6 de fevereiro na revista Science Advances e repostada pelo site brasileiro Mar Sem Fim, constata que essa aceleração está ocorrendo em todo o mundo, com os efeitos mais notáveis ​​nas latitudes tropicais.

De acordo com os cientistas, a mudança de velocidade das correntes não está apenas na superfície do oceano, mas está ocorrendo a uma profundidade de 2.000 metros. Pesquisadores tentam entender o novo fenômeno.

“Embora esperássemos alguma resposta ao aumento dos ventos nas últimas duas décadas, a aceleração foi acima e, além disso, foi uma resposta inesperada que provavelmente se deve às mudanças climáticas globais”, declara Janet Sprintall, oceanógrafa do Scripps Institution of Oceanography da Universidade da Califórnia (EUA).

Os pesquisadores descobriram que os ventos sobre o oceano estão aumentando a uma taxa de 1,9% por década. Esse aumento transfere energia para a superfície do oceano e, posteriormente, para águas mais profundas. Cerca de 76% dos oceanos a 2.000 metros de profundidade observaram um aumento na energia cinética desde os anos 90. No geral, as velocidades da corrente oceânica subiram cerca de 5% por década desde o início dos anos 90, aponta o estudo.

Os cientistas ainda não estão certos sobre todas as consequências dessa aceleração. Mas elas podem incluir impactos em regiões-chave ao longo das costas orientais dos continentes, onde várias correntes se intensificaram. O resultado, em alguns casos, tem aumentado os pontos quentes do oceano, que prejudicaram a vida marinha.

Os pesquisadores ainda descobriram um aumento global da velocidade do vento sobre o oceano em cerca de 2% por década desde os anos 90, o que se traduz em um aumento de cerca de 5% por década na velocidade das correntes oceânicas.

Matéria originalmente publicada no site Mar Sem Fim.