Ondas artificiais

Piscinas movimentam bilhões dólares

Segundo site da Surfer, relatório de mercado indica que indústria de piscinas de ondas movimentou US$ 1,4 bilhão em 2023.

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Piscina de ondas movimentam o mercado.

Na última semana, a revista Surfer noticiou a inauguração da nova piscina Wavegarden em Sydney, Austrália. O projeto de AUS$ 75 milhões (R$ 251 milhões) será administrado pela UrbnSurf, que abriu o primeiro parque de surfe australiano em Melbourne.

“As ondas são realmente de classe mundial”, diz Owen Wright, ex-atleta do CT e medalhista de bronze nas Olimpíadas de Tóquio, que testou a instalação. Estima-se que dois milhões de moradores de Sydney possam usar as ondas de classe mundial de carro ou transporte público em meia hora. Ou, se não surfam, há sempre a piscina, pista de skate, centro de saúde e bem-estar, lojas surfwear e restaurantes.

Segundo a Surfer, as piscinas de ondas se tornaram populares e percorreram um longo caminho desde o século 19, quando o louco rei Ludwig II da Baviera, Alemanha, eletrificou um de seus lagos particulares no Castelo de Neuschwanstein para criar ondas artificiais.

A piscina de Sydney conta com a tecnologia Wavegarden, que inclui 52 módulos separados. Cada um usa um sistema eletromecânico para mover painéis, fazendo com que as partículas de água se movam de maneira semelhante às ondas do oceano. Variações na movimentação dos painéis mudam o tipo e o tamanho da onda, tudo controlado por um sistema de software.

“Os dados da Wavegarden são extraídos de instalações operacionais em grande escala, não de planos de projeto teóricos, e são compilados por engenheiros, não por vendedores”, fala Josema Odriozola, fundador e CEO da Wavegarden.

Isso se baseia na afirmação de que a Wavegarden está emergindo como líder de mercado no setor de tecnologia de geração de ondas. Ainda de acordo com a Surfer, eles possuem oito parques de surfe em operação e mais 12 em construção. Eles se gabam de ter mais de 70 projetos em desenvolvimento em cinco continentes nos próximos anos.

“Os números falam por si: oito instalações, dois milhões de visitantes. 30 milhões de ondas”, continua Odriozola. “Nossos dados reais mostram que, em consumo de energia, consumo de água e confiabilidade, nossa tecnologia lidera na maioria das métricas. Em uma base equivalente, será necessário 10 vezes mais energia para criar essas ondas com tecnologia pneumática (área da física que estuda o uso de gases ou ar) do que com a tecnologia Wavegarden”.

A Surfer revela também, que um relatório de mercado recente avaliou a indústria de piscinas de ondas em US$ 1,4 bilhão (R$ 7,1 bilhões) em 2023, e deve quase dobrar até 2030. A tecnologia pneumática é a base de outras tecnologias de piscinas de ondas do mercado. Embora a tecnologia de cada empresa seja diferente, elas usam o gerenciamento de ar por vácuo e pressão para criar um pulso de onda. O pulso sai por câmaras para criar sequências de ondas semelhantes às do oceano.

As empresas que usam essa tecnologia incluem American Wave Machines (AWM), a equipe por trás das piscinas PerfectSwell em Boa Vista Village em São Paulo, Waco Surf no Texas (EUA) e Surf Stadium no Japão. A tecnologia Surf Loch é usada no Palm Springs Surf Club, nos EUA, aberto ao público e estará presente em um novo empreendimento em Rotterdam, Holanda. Endless Surf é outro player emergente, com projetos de desenvolvimento em andamento, incluindo Houston, Coachella Valley, Gold Coast na Austrália, Lisboa e Arábia Saudita. O2 SurfTown MUC em Munique será o primeiro a ser inaugurado em 2024.

Some-se a Surf Ranch apoiada por Kelly Slater na Califórnia e a versão recém-inaugurada em Abu Dhabi, Emirados Árabes, e verá que a ideia já se tornou realidade. Kelly certa vez admitiu ter algumas preocupações ao estilo de Frankenstein após a construção de sua Surf Ranch. “Eu me perguntava se havia criado uma versão do surfe de uma bomba nuclear”, declara ao Washington Post.

Fonte Surfer