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Vantagens e desvantagens do ao vivo

Artigo do portal Surfer Today apresenta prós e contras de haver câmeras de surfe instaladas nas praias.

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Há algumas semanas, o portal Surfer Today publicou um artigo sobre os prós e contras das câmeras de surfe. Na publicação, assinada por Luís MP, é relatado que o progresso e a tecnologia são frequentemente associados à qualidade de vida e à felicidade, mas certamente apresentam desvantagens mais ou menos diversas.

Ao longo da história do esporte, as câmeras de surfe na praia sempre foram objeto de discussões de amor e ódio e de alguns ataques graves à propriedade privada. Segundo o texto, as câmeras de vídeo instaladas perto de praias e locais de surfe raramente são apontadas para os melhores picos.

Antigamente, na era pré-informação (aproximadamente antes da década de 1950), além das marés, os surfistas sabiam pouco sobre o que esperar do oceano.

Uma das primeiras tentativas de prever o surfe para obter vantagens táticas ocorreu em um dos episódios mais críticos da Segunda Guerra Mundial, o Dia D da Invasão da Normandia.

Há um swell chegando? Existem tempestades em ação e enviando ondulações de ondas maiores que a média? Não sabíamos muito e, de certa forma, a ignorância era uma bênção.

Não esqueçamos que o primeiro satélite meteorológico do mundo – Television Infrared Observation Satellite (Tiros) – só foi lançado em abril de 1960. Portanto, era difícil dizer como as tempestades produziriam ondas que viajariam milhares de quilômetros antes de atingir os litorais.

Na década de 1970, foram implantadas boias nos oceanos Atlântico e Pacífico, melhorando as informações disponíveis sobre os padrões climáticos. Lentamente, mas de forma constante, mais dados meteorológicos foram sendo partilhados publicamente em todo o mundo através do rádio, jornais e, mais tarde, da televisão.

Os primeiros serviços diários de reportagem de surfe surgiram na Austrália e nos EUA. Essas linhas diretas forneceram informações valiosas sobre o tamanho e direção das ondas, padrões de vento e marés.

Na década de 1980, Sean Collins transformou esses serviços de consultoria diária em negócios de sucesso com 976-TRAK, Wavefax, Surfalert e, por fim, o portal Surfline. O pioneiro meteorologista da modalidade comercializou suas marcas de maneira brilhante, dando duas opções aos seus clientes: “Ore pelo surf… ou ligue para a Surfline 976-SURF”.

Quando o Surfline chegou à World Wide Web (WWW), foi apenas uma questão de anos de tecnologia até que as palavras fossem substituídas por imagens ao vivo.

Surfe ao vivo

Em 1999, o Surfline testou a primeira câmera de praia do mundo. Como se pode imaginar, a qualidade das imagens transmitidas era inferior a 4K ou mesmo 1080 pixels, já que a resolução da câmera, a disponibilidade da Internet e a velocidade online ainda estavam em seus primórdios.

E demorou muito para que câmeras fossem montadas nos picos mais famosos do mundo.

Em alguns casos, apenas ocasionalmente videoclipes filmados em horários pré-determinados (7h, 9h, 13h, 15h, etc) estavam disponíveis, e apenas alguns locais apresentavam filmagens ao vivo, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.

No início dos anos 2000, o Surfline apresentava cerca de 75 câmeras instalados na Califórnia, no Havaí e na costa leste dos EUA.

A empresa também contratou a primeira equipe de surfistas para verificar e compartilhar as condições em tempo real. Em menos de uma década, o império de reportagens sobre surfe expandiu sua cobertura de câmeras e se tornou disponível em smartphones.

Em pouco tempo, mais serviços regionais e nacionais de câmeras de praia estrearam online, tornando as câmeras um mercado relativamente aberto, mais baseado em oportunidades de localização do que na singularidade tecnológica ou no conhecimento específico da indústria.

Câmera na praia: o bom e o mau

Longos são os dias de pegar ônibus ou trem, andar de bicicleta ou skate, dirigir um carro e ser surpreendido pelas condições do mar. Nos dias antes da internet, você se molhava ou ficava seco, esperando a maré virar.

E no final do ano estava tudo bem. Os surfistas teriam tido sessões épicas e decepções inesperadas.

Hoje, quase todas as ondas de qualidade estão sob observação contínua, dia e noite, faça chuva ou faça sol, por centenas de milhares de olhos gananciosos de surfistas.

Nem tudo é perfeito e nem tudo é um desastre. No texto, Luís MP fala das más notícias das câmeras nos picos. Quais são as desvantagens de ter câmeras 4K de alta qualidade filmando os picos favoritos?

Crowd: quanto melhor o surfe, maior será a quantidade de surfistas. O crowd só piora com as câmeras relatando as condições a todo momento. Então, se estiver bombando, todos vão querer fazer uma sessão;

Localismo: Mais surfistas vindos de outros picos também significam mais disputas territoriais. “Somente moradores locais”, você pode ler no estacionamento mais próximo, diz Luís;

Tensão: A soma de uma sessão lotada e localismo é igual a tensão e, muitas vezes, visitas e violência dentro e fora da água. Não admira a criação de patrulhas policiais do surfe para controlar a selvageria;

Vandalismo: Quando a tensão aumenta, a destruição de propriedade se torna parte da experiência de surfe. Pode começar com pneus vazios e mensagens ameaçadoras deixadas no para-brisa, de pranchas quebradas e câmeras roubadas ou destruídas;

Indisponibilidade: As câmeras são uma faca de dois gumes. Eles dirão quando estiver absolutamente perfeito, mas também reduzirão suas chances de ter uma experiência (quase) solitária e inesquecível;

Luís também explica os pontos positivos, onde às vezes, ter câmeras apontadas para os picos mais consistentes pode ser útil.

Primeiro surfe do dia: Se a previsão for boa e os horários das marés estiverem alinhados, pode valer a pena tentar a sorte nas ondas da madrugada. Ao amanhecer, você encontrará menos pessoas, o que resulta em menos crowd;

Saber antes: saber quando e onde está funcionando e partir para o pico pode ser uma boa notícia. Informação é poder, portanto, uma verificação inteligente dos locais favoritos nas proximidades pode significar mais e melhor surfe;

Economia de tempo: imagine que você só tem algumas horas para conseguir sua sessão semanal. Verificar as câmeras e saber para onde ir pode significar a opção de uma saúde mental equilibrada, pelo menos no curto prazo;

Mais opções: A capacidade de ver imagens ao vivo de vários pontos separados por vários quilômetros e escolher aquele que parece o melhor pico não tem preço. Além disso, as câmeras instaladas nas praias poderiam ajudar a diluir o crowd;

Impulsionar economia local: A ascensão da rede de câmeras nas praias abre novas oportunidades para pequenas empresas em destinos menos conhecidos. Cafés, acomodações, restaurantes e lojas especializadas podem se beneficiar das mudanças nas tendências nas trips.

O vídeo foi publicado no canal do Surfline.

Fonte SurferToday