Teahupoo

Medos de Tyler Wright

Semifinalista em Teahupoo, Taiti, Tyler Wright publica texto vulnerável sobre seus medos ao surfar onda perigosa.

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Tyler Wright admite ter medo da onda de Teahupoo.

Na décima e última etapa do CT 2023, antes da finalíssima em Trestles, Tyler Wright chegou até às semifinais, perdendo então para Caroline Marks. O seu resultado consolidou a sua posição no ranking mundial, e valorizou o mérito de estar entre as cinco mulheres que vão disputar o título mundial em setembro.

Mas Teahupoo não foi um mar de rosas para Wright. No primeiro round, a australiana teve uma participação muito aquém de suas capacidades, tendo as melhores ondas valido apenas décimos.

Wright se redimiu na repescagem e daí para a frente ela evoluiu. Ainda assim, ela não deixou de registrar as dificuldades que sentiu e compartilhou uma reflexão honesta na sua página de instagram, em que assumiu os medos que sente ao surfar Teahupoo.

“Sempre fui honesta em relação ao quanto esta onda me assusta, mas evitava, e talvez não estivesse pronta para encarar, o quanto estas emoções influenciaram as minhas escolhas nos últimos anos”, escreveu. “Sinto que já vi tantas consequências, com pessoas tão próximas de mim, que tornou-se mais fácil ignorar”.

A surfista reconhece que, durante este último evento, as ondas não estavam tão grandes, mas o que sentia ultrapassava o lado racional.

“A forma violenta como o medo me agarrava não permitia que qualquer lógica me libertasse. Tinha as minhas intenções bem definidas, mas era como se elas não existissem perto daquilo que senti”.

Encarar essas emoções e lidar com elas foi um processo complexo e Wright explica que foi difícil negociar com o instinto de sobrevivência.

A surfista conta também que passou muitos anos na tentativa de “trabalhar a conexão com o próprio corpo, com as emoções e as minhas motivações, o que me leva a estar aberta a estas experiências e como elas me ajudam”.

À sua volta, a atleta tem pessoas que a encorajam a “manter a curiosidade e a conexão nestes momentos”. Feitas as contas, Tyler está “agradecida por poder explorar esse espaço num nível maior de auto-conexão, mesmo sem saber onde essa exploração vai dar”.

Tyler Wright participa do WSL Finals, que ocorre entre 8 e 16 de setembro, em Trestles, Califórnia.