Olimpíadas 2024

Protesto em Teahupoo

Surfistas profissionais se unem aos moradores de Teahupoo em manifestação contra nova torre para as Olimpíadas de 2024.

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Arco-Íris, Billabong Pro 2012, Teahupoo, Tahiti. Foto: © ASP / Robertson.© WSL / Robertson
Arco-Íris, Billabong Pro 2012, Teahupoo, Tahiti. Foto: © ASP / Robertson.

 

Em um ato de resistência pacífica, moradores locais de Teahupoo, no Taiti, expressaram veementemente sua oposição à proposta dos organizadores das Olimpíadas de Paris 2024 de construir uma torre de julgamento de alumínio de US$ 5 milhões no pico.

 

A comunidade, que há anos utiliza uma torre de madeira plenamente funcional para as etapas do CT, saiu às ruas para protestar contra o projeto que, segundo eles, representa uma ameaça ao recife e ao ecossistema da lagoa adjacente à famosa onda.

 

Matahi Drollet, Teahupoo, Taiti.

O surfista tahitiano Matahi Drollet, porta-voz do movimento, anunciou em suas redes sociais:

 

“Amanhã, realizaremos uma caminhada pacífica partindo da Marina de Teahupoo até o pico em frente à onda. Esta manifestação não é contra os Jogos Olímpicos, mas sim contra a nova torre de julgamento de alumínio proposta. Tal construção ameaça danificar irremediavelmente o recife e o ecossistema da lagoa, e, no pior cenário, comprometer a própria onda de Teahupoo.

 

 

 

“O oceano e a lagoa são os tesouros mais preciosos que temos aqui. São fontes de alimento, espaços de lazer, locais onde passamos a maior parte do nosso tempo e onde temos a mais perfeita onda do mundo. Esta é uma herança de nossos ancestrais que precisamos preservar.

 

“Nossa associação, que reúne pescadores, agricultores, surfistas e a diversa população de Teahupoo, independentemente da idade, manifesta-se de forma uníssona contra a construção da nova torre. Defendemos a utilização da torre de julgamento convencional que a WSL (World Surf League) emprega anualmente. Ela é plenamente funcional, e pedimos que os organizadores se adaptem ao nosso ambiente e ouçam as preocupações da comunidade local.”

 

O local Raimana Van Bastoler, Teahupoo, Tahiti.Aleko Stergiou
O local Raimana Van Bastoler, Teahupoo, Tahiti.

 

Este protesto destaca não apenas a resistência contra o projeto, mas também a importância cultural e ambiental que a comunidade atribui a esse local singular. A comunidade de Teahupoo faz um apelo para a preservação do seu patrimônio natural em face das mudanças propostas que, segundo eles, comprometem a integridade do local e seu significado histórico.

 

Matahi Drollet a utilizou suas redes sociais para compartilhar imagens do protesto. A manifestação, que contou com a participação ativa da comunidade local, recebeu uma expressiva mensagem de apoio de surfistas profissionais.

 

 

Drollet legendou suas imagens da seguinte forma:

 

“A Mana de Teahupoo estava forte hoje!!!! Obrigado a todos por virem e protestarem contra esta nova torre de alumínio que eles querem construir no recife de nossa onda.”

 

Essa mensagem ecoou entre surfistas profissionais, que prontamente expressaram seu apoio nas redes sociais. Entre os comentários, destaca-se o apoio de grandes nomes do surfe mundial, entre eles Kelly Slate, Kai Lenny, Filipe Toledo e CJ Hobgood.

Filipinho mandou: “Le broooooo! Te amo, irmão, vamos lá! Não deixe o dinheiro dominar a natureza!”

 

Já Hobgood: “Com vocês, eles tentaram essa torre de alumínio no passado, virou um ninho de pássaros depois do primeiro swell grande.”