Open Mexico

Deivid e Mateus nas semifinais

Deivid Silva e Mateus Herdy representam o Brasil nas semifinais do Open Mexico. Finais acontecem nesta sexta-feira (13), a partir das 10h35 (de Brasília).

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Deivid Silva vence duelo de backside contra Gabriel Medina.

Deivid Silva e Mateus Herdy representam o Brasil nas semifinais do Open Mexico, sétima etapa do circuito da elite do surfe mundial. Os dois passaram por duas fases nesta quinta-feira (12) e eliminaram conterrâneos, para conquistarem suas vagas no último dia da competição. A próxima chamada para a etapa acontece nesta sexta-feira (13), que deve ser o último dia da prova.

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Com o cancelamento do Tahiti Pro, o terceiro dia do Open Mexico também definiu os classificados para o WSL Finals, além dos surfistas que se garantiram na elite de 2022 pelo Championship Tour.

Deivid Silvana chegou às semifinais após superar Kolohe Andino nas oitavas de final e Gabriel Medina nas quartas. Na fase dos 16 melhores, o brasileiro dominou a bateria contra o norte-americano, que teve muita dificuldade para achar ondas com potencial de notas altas em Barra de La Cruz. Já Deivid pegou direitas boas, voltou a mostrar a força do seu backside e venceu com ataques verticais. O placar foi 13.44 a 9.67 pontos.

A bateria contra Medina abriu a fase dos oito melhores da prova e Deivid fez excelente escolha de ondas, além de manobras fortes e verticais. Os dois começaram de forma parecida, mas na segunda metade Deivid encaixou uma sequência de movimentos potentes na direita e anotou 8.67 pontos, para assumir a primeira posição. Na sequência fez um 6.67 e deixou Medina na necessidade de 8.67.

Medina foi para o tudo ou nada nos minutos finais, mas a onda não ajudou. Ele tentou extrapolar no final, mas não voltou de um aéreo muito alto.

“Caramba, estou extremamente feliz e essa foi a melhor bateria da minha vida, sem dúvida. Porque foi contra o Gabriel (Medina) e ele é insano”, vibrou Deivid Silva. “Eu estou superbem e acho que posso até vencer esse evento, mas a semifinal vai ser difícil também, porque o Leo (Fioravanti) está surfando muito aqui. Mas, estou me sentindo bem confiante, minhas pranchas estão ótimas e estou pronto para tentar chegar na final”.

Gabriel Medina vertical em Barra de La Cruz.

Convidado sedento – O outro brasileiro que está nas semifinais é Mateus Herdy, atleta convidado para a etapa. Ele arrepiou na última bateria das oitavas de final, num duelo verde e amarelo, contra Jadson André.

Com sete minutos de disputa, o brasileiro rasgou forte e decolou alto com rotação. Depois ainda fez mais quatro manobras, sendo a batida de finalização a melhor das últimas. A nota 8.17 deu uma certa segurança para Mateus, que administrou bem o restante do duelo.

Jadson largou com 5.67 pontos, mas depois só surfou mais três direitas. Com a nota no critério excelente de Mateus, ele optou por esperar ondas melhores. Jadson ameaçou virar o resultado quando fez 4.17 num momento que precisava de 4.61. Perto do fim Mateus ainda conseguiu aumentar a diferença com 5.17 e agora vai brigar pela vaga na semifinal.

Mateus Herdy voa alto para as semifinais do Open Mexico.

Nas quartas, contra Italo, Mateus começou de forma similar, mas o atual melhor do mundo marcou a primeira nota no critério excelente da disputa (8.83). Porém o “novato” não amarelou e quando restavam cinco minutos fez 9.27 para vencer.

Mateus começou a onda com um voo muito alto, aterrissando de rabeta e controlando a prancha. Depois ainda trabalhou bem na direita com fortes manobras para seguir adiante.

“Eu estou muito feliz e aprendo muito em todas as baterias”, disse Mateus Herdy. “Eu estava falando com o Jadson antes, que conheci ele quando eu era moleque. Eu tinha uns 8 ou 9 anos de idade quando ele ganhou o CT em Imbituba (em 2010 batendo Kelly Slater na final). É muito bom estar aqui. Olho pro lado e vejo o Kelly, então chegou num ponto que tudo está muito real. Antes da bateria com o Italo, fiquei pensando no ano louco que ele teve após o título mundial. Mas, eu queria ganhar dele e eu não tinha nada a perder. Aliás, só a premiação, que é muita grana (risos), então estou muito amarradão”.

Duelo com o mestre – Italo Ferreira teve que passar do 11 vezes campeão mundial para chegar nas quartas. O brasileiro seguiu a fórmula que vinha dando certo ao longo da etapa: ataque ágil, vertical e forte de backside nas direitas de Barra de La Cruz. Italo abriu com 7.00 pontos, com várias curvas numa onda longa. O surfista 11 vezes campeão mundial tentava pegar bons tubos e ser bem radical nas manobras, mas tinha dificuldade em completar ondas extensas.

Kelly começou a melhorar a performance quando já precisava de 9.77 pontos para vencer. O norte-americano fez 6.07, e após um erro conquistou mais 6.50 e passou a necessitar de 7.27.

Próximo do fim, Kelly tentou tudo na primeira onda da série. Abriu a apresentação com uma batida muito forte, com chutada de rabeta. Depois tentou outra super manobra, mas errou e se despediu da prova. Italo ainda pegou a de trás e fez a maior nota da bateria, 7.50 pontos, para vencer por 14.50 a 12.57.

Barrando o recordista – Se Italo barrou o maior nome do esporte, Medina segurou o recordista da prova. O brasileiro abriu as oitavas de final e surfou primeiro que o adversário Ethan Ewing. A direita era pequena, mas o bicampeão mundial trabalhou bem e chegou a decolar duas vezes para largar com 6.17 pontos. Seis minutos depois fez três batidas fortes na direita e colocou mais 5.50 no somatório.

Enquanto Ethan tinha dificuldade em achar ondas boas, Medina trocava de nota. Quando restavam 34 minutos o brasileiro aumentou a diferença com 5.90 pontos, mas na direita seguinte da série, o aussie entrou no jogo com o estilo e força que deram a ele as maiores marcas da prova nos dois dias iniciais de disputas.

A nota 6.27 deixou Ethan na necessidade de 5.80 pontos. Logo depois o australiano fez uma onda longa, com manobras de impacto, conquistou 6.93 e assumiu a liderança.

O bicampeão mundial deu o troco 11 minutos depois. Na primeira tentativa ele errou um aéreo, mas na segunda encaixou forte manobras no início e na parte final da direita. A atuação valeu 7.43 e a primeira posição no duelo.

Ethan ainda surfou duas ondas, mas não chegou perto da virada e se despediu do Open Mexico.

Yago perde para Frederico – Outro brasileiro que competiu no dia foi Yago Dora. Ele caiu para o português Frederico Morais, que venceu com outra bela apresentação no Open Mexico. Frederico abriu o duelo com 7.50 pontos após executar um surfe de fortes curvas e batidas. Na sequência colocou mais 5.10 no somatório.

Yago começou com 4.83 pontos e tentou se manter no jogo, mas não achava as melhores ondas e errava na tentativa dos aéreos. Pior para ele que o Frederico apresentou mais uma performance de destaque e anotou 7.93.

O brasileiro passou a necessitar de duas ondas para reverter o resultado (15.43) e acertou o primeiro voou na bateria. O brasileiro continuou manobrando e garantiu mais 7.43 pontos. O caminho ainda estava difícil, e o mar devagar. Ele ainda pegou algumas ondas, mas ficou longe dos 8.00 que precisava para vencer.

Outros semifinalistas – Além de Deivid e Mateus, o italiano Leonardo Fioravanti e o australiano Jack Robinson seguem vivos na competição. Deivid encara Leo, e Mateus vai pra cima de Jack de olho na vaga na finalíssima.

Próxima chamada – A próxima chamada para o Open Mexico acontece nesta sexta-feira (13), às 10h35 (de Brasília).

WSL Finals – Após o dia de disputas, a WSL divulgou os classificados para o WSL Finals. O Brasil encabeça o ranking masculino, com Gabriel Medina em primeiro lugar, Italo Ferreira em segundo e Filipe Toledo em terceiro. Os outros classificados foram o norte-americano Conner Coffin em quarto lugar e o australiano Morgan Cibilic.

Classificados para 2022 – Também na quinta-feira, foram definidos os 20 garantidos para disputar o CT em 2022 e mais quatro surfistas continuarão na seleção brasileira da WSL, junto com Medina, Italo e Filipe, Yago Dora, Deivid Silva, Jadson André e Miguel Pupo, que ainda depende da confirmação da aposentadoria do australiano Julian Wilson, para ser anunciado oficialmente.

Os que ficaram de fora do grupo dos 20 primeiros do ranking, Caio Ibelli, Peterson Crisanto e Alex Ribeiro, ainda podem garantir suas permanências esse ano, pelas etapas do WSL Challenger Series, que começam em setembro.

Acompanha as disputas do Open Mexico ao vivo aqui no Waves.

Open Mexico 2021

Oitavas de final Masculinas

1 Gabriel Medina (BRA) 13.60 x 13.20 Ethan Ewing (AUS)
Deivid Silva (BRA) 13.44 x 9.67 Kolohe Andino (EUA)
3 Leonardo Fioravanti (ITA) 14.00 x 12.00 Morgan Cibilic (AUS)
4 Conner Coffin (EUA) 14.50 x 9.40 Jeremy Flores (FRA)
5 Jack Robinson (AUS) 15.80 x 13.00 Rio Waida (IDN)
6 Frederico Morais (POR) 15.43 x 12.26 Yago Dora (BRA)
Italo Ferreira (BRA) 14.50 x 12.57 Kelly Slater (EUA)
8 Mateus Herdy (BRA) 13.34 x 9.84 Jadson André (BRA)

Quartas de final

1 Deivid Silva (BRA) 15.34 x 13.14 Gabriel Medina (BRA)
2 Leonardo Fioravanti (ITA) 15.73 x 14.24 Conner Coffin (EUA)
3 Jack Robinson (AUS) 14.06 x 12.60 Frederico Morais (POR)
Mateus Herdy (BRA) 16.54 x 15.43 Italo Ferreira (BRA)

Semifinais

1 Deivid Silva (BRA) x Leonardo Fioravanti (ITA)
2 Jack Robinson (AUS) x Mateus Herdy (BRA)

Oitavas de final Femininas

1 Johanne Defay (FRA) 14.00 x 12.97 Brisa Hennessy (CRC)
2 Malia Manuel (HAV) 12.60 x 10.93 Carolina Marks (EUA)
3 Sally Fitzgibbons (AUS) 13.00 x 10.43 Macy Callaghan (AUS)
4 Courtney Conlogue (EUA) 13.50 x 11.50 Keely Andrew (AUS)
5 Carissa Moore (HAV) 16.67 x 15.33 Silvana Lima (BRA)
6 Isabella Nichols (AUS) 12.60 x 12.30 Tyler Wright (AUS)
7 Tatiana Weston-Webb (BRA) 15.57 x 3.43 Sage Erickson (EUA)
8 Stephanie Gilmore (AUS) 14.07 x 12.57 Bronte Macaulay (AUS)

Quartas de final

1 Malia Manuel (HAV) 12.67 x 9.67 Johanne Defay (FRA)
2 Sally Fitzgibbons (AUS) 15.17 x 11.77 Courtney Conlogue (EUA)
3 Carissa Moore (HAV) 17.47 x 10.50 Isabella Nichols (AUS)
4 Stephanie Gilmore (AUS) 15.50 x 7.33 Tatiana Weston-Webb (BRA)

Semifinais

1 Malia Manuel (HAV) x Sally Fitzgibbons (AUS)
2 Carissa Moore (HAV) x Stephanie Gilmore (AUS)

Top-20 do Ranking 2021 para o CT 2022

1 Gabriel Medina (BRA) – 43.400 pontos
2 Italo Ferreira (BRA) – 31.660
3 Filipe Toledo (BRA) – 30.735
4 Conner Coffin (EUA) – 25.355
5 Morgan Cibilic (AUS) – 25.270
6 Griffin Colapinto (EUA) – 22.905
7 Jordy Smith (AFR) – 22.505
8 Kanoa Igarashi (JPN) – 22.215
9 Yago Dora (BRA) – 20.875
10 Frederico Morais (PRT) – 20.790
11 John John Florence (HAV) – 19.660
12 Leonardo Fioravanti (ITA) – 18.800 nas semifinais
13 Ryan Callinan (AUS) – 15.470
13 Ethan Ewing (AUS) – 15.470
13 Adriano de Souza (BRA) – 15.470 aposentado
16 Jack Robinson (AUS) – 15.385 nas semifinais
17 Deivid Silva (BRA) – 14.820 nas semifinais
18 Kelly Slater (EUA) – 14.680
19 Jadson André (BRA) – 14.610
20 Jeremy Flores (FRA) – 14.045 aposentado
20 Julian Wilson (AUS) – 14.045 aposentado
20 Seth Moniz (HAV) – 14.045
20 Miguel Pupo (BRA) – 14.045

Brasileiros fora dos top-20

25 Caio Ibelli (BRA) – 12.620 pontos
27 Peterson Crisanto (BRA) – 10.630
33 Alex Ribeiro (BRA) – 6.650

Top-9 do ranking 2021 para o CT 2022

1 Carissa Moore (HAV) – 37.770 nas semifinais
2 Tatiana Weston-Webb (BRA) – 34.715
3 Sally Fitzgibbons (AUS) – 33.000 nas semifinais
4 Johanne Defay (FRA) – 32.035
5 Stephanie Gilmore (AUS) – 28.120 nas semifinais
6 Caroline Marks (EUA) – 26.050
6 Tyler Wright (AUS) – 26.050
8 Isabella Nichols (AUS) – 24.645
9 Courtney Conlogue (EUA) – 22.930