Championship Tour

Entenda a nova regra

Tudo o que você precisa saber - e ainda não sabe - sobre a nova regra da WSL: vencer na estreia nunca teve tanta influência a partir do round 3.

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Atual campeão mundial, Gabriel Medina manteve a condição de cabeça de chave número 1 ao estrear com vitória na Gold Coast.

Em novembro do ano passado, o Waves adiantou em primeira mão as principais mudanças no formato de baterias do Championship Tour.

Uma delas, ainda pouco esclarecida, é a valorização dos atletas vitoriosos na primeira fase do evento. Além de ser uma forma de incentivar os Tops a vencerem na estreia, não se acomodando apenas com a classificação, a mudança serve para que os atletas em pior situação no seeding* lutem para escapar de adversários mais fortes no round 3.

A partir de agora, os atletas serão divididos em quatro grupos. O primeiro reúne os quatro melhores colocados na lista de seeding. O segundo conta com os atletas situados entre a quinta e a 12a posições. No terceiro grupo estão os atletas da 13a à 24a colocação. Já o último grupo é formado pelos atletas posicionados entre 25º e 36º.

Os atletas que estrearem com vitória nas etapas poderão ultrapassar o seeding de outros atletas, mas apenas dentro do próprio grupo.

Na primeira fase do Pro Gold Coast, por exemplo, apenas Gabriel Medina saiu vitorioso no grupo 1. Como é o primeiro colocado na lista de seeding e os demais atletas não venceram na primeira fase, o primeiro grupo não teve nenhuma mudança.

Já no grupo 2, o taitiano Michel Bourez, que era o oitavo, passou para quinto na lista de seeding, já que os atletas que estavam acima dele não venceram na estreia (Jordy Smith, Owen Wright e Conner Coffin).

No grupo 3, o brasileiro Michael Rodrigues foi beneficiado pelos resultados de John John Florence, Willian Cardoso e Sebastian Zietz, que não venceram na primeira fase. Com isso, Michael passou a ter o melhor seeding do grupo.

O maior salto veio no grupo 4, o último pelotão. Único que venceu na primeira fase, Jack Freestone pulou de 32º para 25º.

No grupo 3, Michael Rodrigues subiu de 16º para 13º na lista de seeding depois da estreia.

Candidatos ao título mundial

Depois da sexta etapa, em Jeffreys Bay, o novo formato deixará de valer apenas para o grupo 1 – formado pelos quatro primeiros do ranking. De acordo com WSL, é uma forma de evitar que os principais candidatos ao título mundial se enfrentem antes das semifinais nas etapas.

*O que é seeding?

O seeding é uma fórmula que leva em consideração a classificação na temporada anterior até as primeiras seis etapas do atual circuito, sempre de forma decrescente. A partir da sétima etapa do Tour, o seeding passa a ser composto única e exclusivamente pela pontuação da temporada em andamento.

Na primeira etapa, o seeding do atleta é formado pela pontuação no ranking do ano anterior. A partir da segunda etapa, a WSL passa a abater 16,67% da pontuação do ano anterior e a incluir os resultados da temporada atual. Quando a sexta etapa for finalizada, os atletas passam a somar 100% dos pontos do circuito atual.

Por exemplo, em Bells Beach – palco da segunda etapa – o seeding será formado pelos pontos da Gold Coast e 83,33% dos pontos de 2018. Na terceira etapa, em Bali, serão computados os resultados das duas primeiras etapas deste ano e 66,66% dos pontos do ano anterior. Em Margaret River, os atletas terão os pontos das três primeiras etapas e 49,99% do circuito de 2018. Na quinta etapa, no Rio, o seeding será composto pelos quatro primeiros eventos do ano e 33,32% do Tour anterior. Na sexta etapa, a WSL leva em consideração os cinco resultados da temporada atual e 16,65% dos pontos de 2018. Da sétima etapa à última do ano, serão computados 100% dos pontos do atual circuito.

John John Florence começou o ano como 13º na lista de seeding, apesar de ter disputado apenas quatro eventos na última temporada e terminado o ano em 35º no ranking.

John John em 13º

Lesionado em junho do ano passado, o havaiano John John Florence aparece como 13º colocado na lista de seeding. Já Kelly Slater, que também recebeu o wildcard destinado a surfistas contundidos, é o 34º.

Em explicação ao Waves, o comissário Renato Hickel revela que quando o wildcard, na temporada anterior, estava entre o primeiro e o 12º lugares na lista de seeding, ele retorna como 13º. Se estivesse entre 13º e 25º, ele retornaria como 26º. Daí em diante, voltaria como 34º, como foi o caso de Kelly Slater. Ainda de acordo com Hickel, o australiano Owen Wright foi beneficiado da mesma forma quando passou o ano de 2016 afastado do Tour depois de sofrer uma concussão cerebral em Pipeline.

Para conhecer outras mudanças no novo formato, leia a reportagem WSL confirma mudanças.

Em 2017, Owen Wright também começou o ano com um seeding melhor, mesmo tendo passado toda a temporada anterior afastado do Tour.

Lista de seeding da etapa no round 1

Grupo 1

1 Gabriel Medina (BRA)
2 Julian Wilson (AUS)
3 Filipe Toledo (BRA)
4 Italo Ferreira (BRA)

Grupo 2

5 Jordy Smith (AFR)
6 Owen Wright (AUS)
7 Conner Coffin (EUA)
8 Michel Bourez (PLF) – subiu para 5 após o round 1
9 Wade Carmichael (AUS)
10 Kanoa Igarashi (JAP) – subiu para 6 após o round 1
11 Kolohe Andino (EUA) – subiu para 7 após o round 1
12 Mikey Wright (AUS) – subiu para 8 após o round 1

Grupo 3

13 John John Florence (HAV)
14 Willian Cardoso (BRA)
15 Sebastian Zietz (HAV)
16 Michael Rodrigues (BRA) – subiu para 13 após o round 1
17 Jeremy Flores (FRA)
18 Adrian Buchan (AUS) – subiu para 14 após o round 1
19 Griffin Colapinto (EUA) – subiu para 15 após o round 1
20 Ezekiel Lau (HAV)
21 Yago Dora (BRA) – subiu para 16 após o round 1
22 Joan Duru (FRA) – subiu para 17 após o round 1
23 Seth Moniz (HAV) – subiu para 18 após o round 1
24 Ryan Callinan (AUS)

Grupo 4

25 Peterson Crisanto (BRA)
26 Jessé Mendes (BRA)
27 Deivid Silva (BRA)
28 Ricardo Christie (NZL)
29 Leonardo Fioravanti (ITA)
30 Jadson André (BRA)
31 Soli Bailey (AUS)
32 Jack Freestone (AUS) – subiu para 25 após o round 1
33 Kelly Slater (EUA)
34 Caio Ibelli (BRA)
35 Reef Heazlewood (AUS)
36 Mateus Herdy (BRA)

Importante: depois da repescagem, o seeding dos atletas classificados ao round 3 muda com as eliminações dos atletas acima dele. Exemplo: Mateus Herdy passou de 36 para 32 com as eliminações de Leo Fioravanti, Jadson André, Kelly Slater e Caio Ibelli.

Mateus Herdy começou o evento com o seeding de 36 (último) e chegou à terceira fase como 32 depois das eliminações de quatro atletas.

Como as baterias do round 1 são formadas:

1 Seeding 6 x Seeding 19 x Seeding 31
2 Seeding 5 x Seeding 20 x Seeding 32
3 Seeding 4 x Seeding 21 x Seeding 33
4 Seeding 3 x Seeding 22 x Seeding 34
5 Seeding 2 x Seeding 23 x Seeding 35
6 Seeding 1 x Seeding 24 x Seeding 36
7 Seeding 7 x Seeding 18 x Seeding 30
8 Seeding 8 x Seeding 17 x Seeding 29
9 Seeding 9 x Seeding 16 x Seeding 28
10 Seeding 10 x Seeding 15 x Seeding 27
11 Seeding 11 x Seeding 14 x Seeding 26
12 Seeding 12 x Seeding 13 x Seeding 25

Como as baterias do round 2 são formadas:

1 Seeding 1 x Seeding 8 x Seeding 12
2 Seeding 2 x Seeding 7 x Seeding 11
3 Seeding 3 x Seeding 6 x Seeding 10
4 Seeding 4 x Seeding 5 x Seeding 9

Como as baterias do round 3 são formadas:

1 Seeding 3 x Seeding 30
2 Seeding 14 x Seeding 19
3 Seeding 6 x Seeding 27
4 Seeding 11 x Seeding 22
5 Seeding 2 x Seeding 31
6 Seeding 15 x Seeding 18
7 Seeding 7 x Seeding 26
8 Seeding 10 x Seeding 23
9 Seeding 1 x Seeding 32
10 Seeding 16 x Seeding 17
11 Seeding 9 x Seeding 24
12 Seeding 8 x Seeding 25
13 Seeding 4 x Seeding 29
14 Seeding 13 x Seeding 20
15 Seeding 12 x Seeding 21
16 Seeding 5 x Seeding 28

A partir da próxima fase, o cruzamento das baterias é feito com o vencedor de uma bateria com o atleta classificado no confronto seguinte.