Billabong Pro Pipeline

Jack e Jordy em alto nível

Australiano Jack Robinson faz o maior somatório e sul-africano Jordy Smith a maior nota do primeiro dia do Billabong Pro Pipeline. Sete brasileiros avançam.

0
Jack Robinson vence disputa com duas notas na casa dos nove pontos.

O Billabong Pro Pipeline começou neste sábado (29) com excelentes ondas de até 12 pés e show de Jack Robinson e Jordy Smith. O australiano Jack fez o maior somatório (18.67) e o sul-africano Jordy pegou a melhor onda (9.73) das primeiras fases do evento no Havaí.  O dia foi exclusivo dos homens e sete brasileiros avançaram para a terceira fase.

Clique aqui para ver as fotos

Clique aqui para ver o vídeo

A previsão apontou um swell de Noroeste para o North Shore de Oahu, e neste sábado as esquerdas de Pipeline foram o principal caminho para as vitórias. Jack competiu numas das baterias mais aguardadas do dia, a décima. O australiano surfou três ondas e nas melhores fez 9.50 e 9.17 pontos. Suas atuações de destaque em Pipeline valeram o maior somatório do sábado: 18.67.

“Foi fácil ficar empolgado hoje com essas condições, então apenas tentei me acalmar”, conta Jack. “Estou tentando não olhar muito pra frente e apenas aproveitar cada momento de competir”.

Em segundo lugar na disputa ficou o norte-americano Kelly Slater, que aproveitou as direitas de Backdoor para montar seu placar: 8.57 e 8.00 pontos. Já o peruano Lucca Mesinas completou a bateria e terminou na terceira posição.

Jordy fez uma estreia fraca e perdeu a vaga direta na terceira fase no minuto final da bateria. O havaiano Ezekiel Lau tomou a segunda posição do sul-africano e o australiano Owen Wright venceu com certa tranquilidade.

Mas o sul-africano fez barulho na repescagem. Na segunda disputa da fase, Jordy anotou 9.73 com um tubo profundo, a maior nota do dia, venceu o confronto e se classificou para a terceira fase.

Mais destaques – Outros destaques do dia foram os havaianos John John Florence, Barron Mamimya e Seth Moniz. John John deu o show esperado e um brasileiro manteve a empolgação em cima de seu nome. JJ venceu a nona bateria do Billabong Pro Pipeline, e avançou com João Chianca, que também conquistou nota excelente e fez maravilhosa apresentação.

A primeira onda de João na elite valeu 8.43 pontos, nota no critério excelente, conquistada com um tubo após o drop pra Pipeline sem as mãos na borda da prancha. John John não começou bem e fez duas notas na casa de 1 ponto nas ondas iniciais. Porém depois subiu o nível.

John John venceu com 8.60 e 8.53 pontos e no total surfou quatro tubos para a esquerda. Ele avançou com o segundo maior somatório da prova até o momento: 17.13 pontos. João ficou ativo na bateria, e após algumas tentativas colocou mais 6.87 no somatório e garantiu vaga na terceira fase.

O outro brasileiro na disputa foi Jadson André. Ele voltou a mostrar a já conhecida disposição. Jadson começou completando tubos, mas depois perdeu a sintonia com o pico e levou vacas pesadas, terminando o duelo em terceiro lugar.

John John Florence vence na estreia do Billabong Pro Pipeline 2022.

Convidado no gás – Convidado para a etapa, Barron Mamiya abriu o quarto confronto com a primeira nota no critério excelente conquistada no Billabong Pro Pipeline. O havaiano, segundo colocado no QS recente de Pipe, dropou de backside pra esquerda com a mão na borda, colocou no trilho, parou de segurar a prancha, deu umas passadas lá dentro e na saída voltou a usar as mãos para reforçar a base. Ele recebeu 8.17 pontos dos juízes.

Na sequência ele completou outro canudo (6.50), e perto do último terço da bateria de 30 minutos subiu bastante o sarrafo. Barron teve uma pegada parecida com a onda nota 8.17 pontos, mas dessa vez ficou ainda mais fundo e recebeu 8.40.

O havaiano, que também completou uma onda para Backdoor (6.10), venceu com autoridade e as maiores marcas do dia até aquele momento (nota 8.40 pontos e somatório 16.57).

Barron Mamiya é um dos destaques do dia.

O norte-americano Conner Coffin completou dois canudos para Pipe (4.83 e 4.80) e avançou em segundo lugar. Jake Marshall estreou no CT nessa bateria, mas marcou duas notas fracas (1.23 e 1.20) e terminou na última posição. O surfista dos Estados Unidos não completou nenhum tubo e ainda levou uma lipada pesada nas costas no início do confronto.

Seth Moniz também fez bonito de backside nos tubos de backside para Pipeline. O havaiano venceu o sétimo duelo com 8.37 e 8.07 pontos. O japonês Kanoa Igarashi também mostrou trabalho e avançou em segundo lugar, marcando 9.00 na melhor apresentação.

Mais brasileiros – O primeiro brasileiro a competir no Billabong Pro Pipeline foi Caio Ibelli. Ele avançou para a terceira fase depois de ficar em segundo lugar na terceira bateria. O australiano Connor O’Leary fez boa disputa, surfou tubos pesados pra Pipeline e venceu com as notas 7.83 e 7.67 pontos. O brazuca também mostrou intimidade com a Rainha do North Shore e teve como melhor nota 6.00, conquistada após dropar e botar pra dentro por trás do tubo. O australiano Morgan Cibilic só surfou duas ondas na bateria e acabou na terceira posição.

Caio Ibelli garante vaga na terceira fase da etapa.

Atual campeão olímpico e número 3 do mundo, Italo Ferreira venceu na estreia do Billabong Pro Pipeline. O brasileiro completou apenas um tubo na quinta bateria, mas os 5.83 pontos foram decisivos para a vitória.

A primeira metade da disputa de 30 minutos teve muita ação, porém nenhum destaque. Os três atletas pegaram ondas grandes, mas não conseguiram impressionar os juízes.

Italo começou a segunda metade da bateria em último lugar, mas pegou uma boa esquerda e, dessa vez, não perdeu a oportunidade e completou o canudo. Com essa onda ele pulou para a liderança, de onde não saiu mais.

“Eu tenho ótimas memórias aqui de Pipe e é muito bom estar de volta”, diz Italo. “Foi um pouco difícil de encontrar ondas boas, mas estou feliz por ter passado. Eu estava bem ansioso antes da minha bateria e acabei caindo na primeira onda. Fiquei mais nervoso e também não dormi muito bem a noite passada, por causa de ansiedade. Mas, agora o foco é manter a calma para pegar as melhores ondas na próxima”.

Italo Ferreira estreia com vitória no Billabong Pro Pipeline.

A briga pela segunda vaga na terceira fase ficou entre o peruano Miguel Tudela e o australiano Callum Robson. Tudela tinha um tubo fraco (2.53) e estava em segundo. Callum estava em último, mas precisava de apenas 2.04 pontos. O aussie conseguiu a virada perto do último minuto, após usar a prioridade e sair de um tubo para Pipe (4.17).

Num duelo fraco de ondas e sem destaque nas performances, Filipe Toledo venceu e Samuel Pupo avançou em segundo lugar. A bateria foi a sexta e Samuel completou um tubo pra Pipe em sua primeira onda surfada na elite do surfe mundial. A apresentação valeu 3.50 pontos, que acabou sendo a maior nota dele em todo o confronto. Filipe largou com 2.50 e chegou perto do fim em segundo lugar.

Quando restavam seis minutos para o término da bateria, Filipe surfou uma onda pequena e um tubo curto pra Pipe, mas na saída executou um aéreo com rotação. A nota 4.50 pontos valeu a liderança para ele.

Filipe Toledo não esconde a alegria, após vencer na primeira fase.

Samuel chegou perto do fim em segundo lugar, e o havaiano Ivan Florence, convidado para a etapa, necessitava de 4.34 para avançar. Ivan surfou uma onda logo no início do confronto e vacou feito. Essa acabou sendo a única onda dele, que na sequência esperou uma boa série que não apareceu.

“Eu acho que é uma das melhores ondas do mundo pra dar aéreo (risos). Pelo menos, foi isso que o Nathan Fletcher (especialista em aéreos) falou”, responde Filipe, quando perguntado sobre o aéreo que valeu a vitória. “A bateria foi meio lenta de ondas, porque só rolou uma série grande no início. Mas, pra mim foi bom porque não pude surfar esses últimos dias. Tive problemas com meu visto, só consegui no dia 24. Aí foi aquela correria de voltar pra casa (na Califórnia), pegar as pranchas, deixar as crianças e chegar aqui a tempo. Foi bem estressante, mas estou mais aliviado agora, depois de ter avançado”.

A oitava bateria foi outra que não teve destaque. O australiano Jackson Baker (4.20) venceu e Miguel Pupo (4.17) avançou em segundo lugar. Cada um marcou uma nota na casa dos quatro pontos. Já o máximo que o português Frederico Morais fez numa onda foi 3.83 e ele terminou em terceiro lugar.

Repescagem para os brasileiros – Dois brasileiros foram para a repescagem. Além de Jadson, Deivid Silva também foi para a primeira fase do tudo ou nada do Billabong Pro Pipeline. Deivid se jogou na primeira participação na etapa, mas não ficou fundo nos tubos.

Jadson e Deivid competiram na mesma bateria que acabou vencida pelo costa-riquenho Carlos Muñoz. Deivid avançou em segundo lugar e Jadson se despediu do Billabong Pro Pipeline.

Próxima chamada – A próxima chamada para o Billabong Pro Pipeline acontece neste domingo, às 14h30, para um possível início às 15h (de Brasília).

Assista às disputas ao vivo aqui no Waves.

Billabong Pro Pipeline

Round 1 Masculino

1 Jordy Smith (AFR) 13.34, Ezekiel Lau (HAV) 7.00, Owen Wright (AUS) 6.46
2 Griffin Colapinto (EUA) 10.47, Matthew McGillivray (AFR) 7.67, Jordan Lawler (AUS) 5.60
3 Connor O´Leary (AUS) 15.50, Caio Ibelli (BRA) 10.07, Morgan Cibilic (AUS) 5.17
4 Barron Mamiya (HAV) 16.57, Conner Coffin (EUA) 9.63, Jake Marshall (EUA) 2.43
5 Italo Ferreira (BRA) 7.06, Callum Robson (AUS) 6.17, Miguel Tudela (PER) 4.03
6 Filipe Toledo (BRA) 7.00, Samuel Pupo (BRA) 4.57, Ivan Florence (HAV) 0.23
7 Seth Moniz (HAV) 16.44, Kanoa Igarashi (JPN) 12.00, Carlos Munoz (CRI) 9.50
8 Jackson Baker (AUS) 6.43, Miguel Pupo (BRA) 6.20, Frederico Morais (PRT) 5.33
9 John John Florence (HAV) 17.13, João Chianca (BRA) 15.30, Jadson André (BRA) 7.84
10 Jack Robinson (AUS) 18.67, Kelly Slater (EUA) 16.57, Lucca Mesinas (PER) 12.13
11 Ethan Ewing (AUS) 12.76, Kolohe Andino (EUA) 4.37, Imaikalani Devault (HAV) 1.50
12 Nat Young (EUA) 12.00, Leonardo Fioravanti (ITA) 7.77, Deivid Silva (BRA) 7.00

Round 2

1 Ivan Florence (HAV) 12.60, Lucca Mesinas (PER) 9.50, Morgan Cibilic (AUS) 1.83
2 Jordy Smith (AFR) 15.73 x Miguel Tudela (PER) 14.83, Imaikalani deVault (HAV) 11.00
3 Jake Marshall (EUA) 11.67, Frederico Morais (POR) 11.13, Jordan Lawler (AUS) 10.27
4 Carlos Munoz (CRI) 6.10, Deivid Silva (BRA) 5.50, Jadson André (BRA) 4.63

Round 3

1 Conner Coffin (EUA) x Barron Mamiya (HAV)
2 Kelly Slater (EUA) x Jake Marshall (EUA)
3 Kanoa Igarashi (JPN) x Owen Wright (AUS)
4 Leonardo Fioravanti (ITA) x Nat Young (EUA)
5 Italo Ferreira (BRA) x Miguel Tudela (PER)
6 Miguel Pupo (BRA) x Connor O´Leary (AUS)
7 Frederico Morais (PRT) x Carlos Munoz (CRI)
8 Kolohe Andino (EUA) x Lucca Mesinas (PER)
9 Filipe Toledo (BRA) x Ivan Florence (HAV)
10 Seth Moniz (HAV) x Ezekiel Lau (HAV)
11 Jack Robinson (AUS) x João Chianca (BRA)
12 John John Florence (HAV) x Jackson Baker (AUS)
13 Griffin Colapinto (EUA) x Caio Ibelli (BRA)
14 Ethan Ewing (AUS) x Callum Robson (AUS)
15 Deivid Silva (BRA) x Samuel Pupo (BRA)
16 Jordy Smith (AFR) x Matthew McGillivray (AFR)

Round 1 Feminino

1 Sally Fitzgibbons (AUS), Courtney Conlogue (EUA), Molly Picklum (AUS)
2 Tatiana Weston-Webb (BRA), Gabriela Bryan (HAV), Malia Manuel (HAV)
3 Carissa Moore (HAV), Brisa Hennessy (CRI), Moana Wong (HAV)
4 Johanne Defay (FRA), Isabella Nichols (AUS), Luana Silva (HAV)
5 Stephanie Gilmore (AUS), Tyler Wright (AUS), India Robinson (AUS)
6 Caroline Marks (EUA), Lakey Peterson (EUA), Bettylou Sakura-Johnson (HAV)