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A volta de Pablo Paulino

Entrevistamos o bicampeão mundial Pro Junior Pablo Paulino, que após hiato de sete anos retorna às competições.

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Pablo Paulino retornou às competições após um hiato de sete anos.

O cearense Pablo Paulino, 35 anos, é um daqueles caras que sempre será lembrado como um dos melhores surfistas de seu tempo. Bicampeão mundial Pro Junior (2004 e 2008), na época bem patrocinado e considerado um fenômeno. Pra se ter uma ideia do nível dos eventos, em 2008, Owen Wright não chegou nem às finais.

Pablito não conseguiu se consolidar na elite mundial do surfe, CT, e em algum momento perdeu o foco no esporte, abandonando as competições e voltando para sua terra natal, onde trabalhou em diversas funções. O encontramos no primeiro dia de disputas do LayBack Pro, na Prainha, Rio de Janeiro e trocamos uma ideia logo após sua bateria. Apesar de ter surfado bem, ele não avançou perdendo em terceiro mas já mostrou que sua assinatura, a patada de backside, segue afiada e poderosa.

(abaixo Pablo ainda fora de forma física surfando com a prancha retrô)

Há quanto tempo você estava sem competir?
Eu estava já há sete anos sem competir, e é um privilégio voltar a competir em um QS na Prainha. A molecada tá no rip. Eu fiquei dois anos e meio sem surfar, só trabalhando.

Quando você chegou ao Rio?
Faz três meses que vim do Ceará pro Rio. E  pretendo voltar a competir de novo, entrar na elite nacional. Esse aqui foi o start para meu retorno às competições, não era bem o que eu planejava, mas vamos focar nos próximos, treinar mais.

Como está sendo a sua rotina nesse retorno?
Estou me esforçando, treinado sério, coisa que eu nunca fiz na minha vida foi treinar, então esses três meses que estou aqui no Rio, venho me esforçando diariamente com o intuito de realmente voltar a ser um surfista profissional e fazer bonito, pena que hoje não deu certo mas competição é assim mesmo, a gente perde e ganha.

(abaixo Pablo já com a prancha de alta performance)

Qual a sensação de voltar à Prainha, lugar no qual você treinava frequentemente
Cara a sensação de competir aqui é muito boa, o ruim é que perdi. Eu fiquei o dia inteiro olhando o mar, estou há duas semanas treinando aqui na Prainha, mas é assim mesmo, às vezes as ondas não vem, ou você fica um pouco nervoso.

Você não conseguiu passar a bateria, o que deu errado, faltou ritmo?
Não senti a falta de ritmo. Fiquei um pouco decepcionado porque logo na minha bateria a ondas não vieram. Eu acabei observando muito o mar e pegando poucas ondas. Era uma nota (6,90) que dava pra eu fazer, pelo surfe forte que eu tenho, mas não deu dessa vez.

Qual seu peso atual e quanto falta para chegar a seu peso ideal?
Meu peso ideal é 75kg, devo estar atualmente com 87kg. Cheguei ao Rio com 105kg e eu nem acreditava que estava tão pesado. Estou com o apoio da Esporte Controle e conseguindo perder peso. Não vou baixar a cabeça e vou seguir com tudo.

Que prancha você está surfando?
Estava usando uma prancha que o Udo Bastos inventou, a retrô evolution, uma prancha muito boa para a galera que é mais pesada. Essa aqui já é uma 5’11”, 31 litros, com 20 de meio, um pouco larga ainda para mim. O ideal seria 19, mas eu tô no objetivo de perder peso e seguir e ai posso usar pranchas mais high performance.

Você voltou 100% para o surfe, ou ainda tem outra fonte de renda?
Estou focado no surfe. Não estou trabalhando com nada além do esporte. Cheguei a trabalhar embarcado prestando serviço para a Petrobras, mas saí e agora estou focado 100% nas competições. É um privilégio competir com a molecada e vamos correr atrás que daqui a pouco dá certo.