QS no Chile

Tomas Tudela vence final peruana

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Tomas Tudela leva a melhor em El Gringo, Chile. Foto: Rodrigo Farias Moreno.

 

O QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour by Cerveza Corona & Canon foi encerrado com uma final peruana, como na primeira edição da etapa chilena do WSL Qualifying Series em 2009. E novamente, como naquela decisão, Alvaro Malpartida não conseguiu a vitória, mesmo depois de fazer os recordes do campeonato nas semifinais, com os 18,17 pontos que totalizou com a única nota 10 nos tubos de El Gringo esse ano. Ele conquistou o título do Desafio de Arica em 2013, mas Tomas Tudela surfou o melhor tubo da final – nota 9,07 – para festejar sua primeira vitória importante na carreira, impedindo um inédito bicampeonato de Alvaro Malpartida numa das etapas mais desafiadoras do Circuito Mundial da World Surf League.

 

“Esse campeonato foi incrível e muito obrigado a todos que fizeram o evento ser um QS 3000 esse ano”, disse Tomas Tudela. “Foi uma grande oportunidade para nós e ganhar aqui em Arica é demais. O Álvaro (Malpartida) é um ídolo para mim, ele sempre me venceu, então fiquei feliz de finalmente ganhar dele um campeonato tão importante. Vários surfistas do mundo inteiro vêm para cá pela qualidade das ondas de El Gringo e todos os países da América do Sul têm potencial para fazer grandes eventos como esse. Então, espero que aconteçam mais e mais nos próximos anos, para a gente poder competir em casa”. 

 

A grande final começou as 11h00 no sábado de Sol e um bom público em Isla El Alacrán para assistir o último dia do QS 3000 do Chile em Arica. Malpartida pegou a primeira onda, que rodou um tubo nota 6,33. O primeiro do Tudela foi fraco, mas o segundo foi um dos maiores do dia, ele ficou mais profundo e saiu do tubaço para ganhar 9,07, contra 4,50 da segunda onda do Alvaro. Logo Tomas soma um 5,33 para abrir 8,08 pontos de vantagem sobre Malpartida. Os dois voltam a ficar lado a lado no outside aguardando outra série de ondas, que estavam demorando mais a entrar no sábado em El Gringo.

 

Alvaro Malpartida falhou em três tentativas seguidas para conseguir a pontuação que precisava para a vitória. O máximo que conseguiu foi uma nota 6,13, porém continuava precisando de 8,03. Tomas Tudela ainda acha outro tubo para ganhar 6,20 e aumentar a diferença para 8,95 pontos. Alvaro ainda pega um canudo no minuto final, mas não deu para conquistar o bicampeonato, pois a nota foi 5,63 e Tomas Tudela festejou sua primeira vitória importante na carreira por 15,27 a 12,46 pontos.

 

“Estou muito feliz pelo evento ser um QS 3000 esse ano, pois isso é muito importante para nós, surfistas latinos, chilenos, peruanos, equatorianos, que sempre estão competindo aqui”, disse Alvaro Malpartida. “Espero que continue assim, crescendo a cada ano e que tenham mais etapas também em outros países da América do Sul para aumentar a popularidade e surgirem mais talentos para o nosso esporte. Os surfistas daqui são muito guerreiros e precisam de mais apoio das empresas privadas, para continuarem lutando como surfistas profissionais. A WSL está de parabéns pela qualidade do evento, que foi incrível”.

 

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Alvaro Malpartida fica com a segunda colocação. Foto: Pablo Jimenez.

 

Semifinais – Com o vice-campeonato, Alvaro Malpartida assumiu a segunda posição no ranking sul-americano da WSL South America, liderado pelo brasileiro Thiago Camarão. O peruano tinha acabado de vencer a melhor bateria de todo o campeonato, mas infelizmente não conseguiu achar bons tubos na decisão do título, na difícil condição do mar do último dia em El Gringo. Com as ondas menores, de 3-4 pés, aumenta o perigo de cair na bancada, mas ninguém se machucou e nas semifinais rolaram altos tubos para Alvaro Malpartida e Jordy Collins fazerem um duelo espetacular.

 

O peruano começou na frente com um tubo nota 8,17 e liderou a bateria até o norte-americano pegar dois seguidos. O primeiro valeu 7,17 e o segundo foi incrível e ganhou 9,63, com um dos cinco juízes dando nota 10 para ele. O peruano tentou a virada num belo tubo também para tirar 8,64, mas a nota saiu 8,17. Ele não desistiu e pegou outro tubaço sensacional, que arrancou nota 10 unânime para virar o placar para 18,17 a 16,80 pontos e seguir para sua terceira final em Arica, como recordista absoluto do campeonato.

 

“É claro que estou um pouco triste depois de chegar tão perto da final”, lamentou Jordy Collins. “Mas, estou amarradão ao mesmo tempo, pois superei minhas expectativas nesse campeonato. Não é fácil perder nos segundos finais, porém pegamos altas ondas durante toda a semana. Esse lugar é incrível, então não dá para reclamar, foi um bom resultado também”.

 

Na outra semifinal, Tomas Tudela pegou os dois melhores tubos que entraram na bateria, para derrotar o chileno Manuel Selman por 15,26 a 10,60 pontos. Mais uma vez, Selman ficou a um passo da decisão, novamente terminando em terceiro lugar na etapa promovida pelo seu patrocinador, o QS 3000 Maui and Sons Arica Pro Tour. Mesmo assim, ele deu um salto no WSL Qualifying Series, subindo da 128.a para a 75.a posição no ranking, entrando no grupo dos 100 primeiros que tem participação garantida nas etapas com status QS 10000 e QS 6000, que praticamente definem os dez classificados para a elite dos top-34 da World Surf League.

 

“Estou muito feliz por ter chegado nas semifinais mais uma vez e a bateria foi muito difícil”, disse Manuel Selman. “O Tomas (Tudela) pegou os melhores tubos que entraram na bateria e eu não consegui sair de nenhum (risos). Mesmo assim, o terceiro lugar me ajuda a subir no ranking do QS e agora posso ir competir na Europa com um novo foco, de buscar mais pontos para conseguir entrar nas etapas do QS 10000”.

 

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Tomas Tudela comemora a vitória no pódio. Foto: Rodrigo Farias Moreno.

 

Brasil nas quartas – Os brasileiros que vêm dominando o WSL Qualifying Series, com Jessé Mendes, Willian Cardoso e Yago Dora, nas três primeiras posições e vencendo várias etapas pelo mundo, não passaram das quartas de final que abriram o sábado decisivo no Chile. Thiago Camarão perdeu o primeiro duelo do dia para o norte-americano Jordy Collins, mas permanece na frente da corrida pelo título sul-americano da WSL South America e subiu do 27.o para o 24.o lugar no WSL Qualifying Series, com a quinta posição em Arica.

 

Já o também paulista Hizunomê Bettero, foi a primeira vítima do campeão Tomas Tudela, mas ganhou posições no ranking do QS, saltando do 31.o para o 25.o lugar na classificação geral das 35 etapas completadas no Maui and Sons Arica Pro Tour do Chile. Foi a primeira vez que ele competiu em El Gringo e no sábado foi quem surfou o melhor tubo do dia, nota 8,93. Os dois brasileiros dividiram o quinto lugar no campeonato com os norte-americanos Cam Richards e Skip McCullough e marcaram 1.260 pontos no WSL Qualifying Series.

 

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Jordy Collins termina em terceiro. Foto: Pablo Jimenez.

 

Próximas etapas – Quatro surfistas entraram no grupo dos 100 primeiros do QS no Maui and Sons Arica Pro Tour. O campeão Tomas Tudela saltou da 152.a para a 49.a posição no ranking com os 3.000 pontos da vitória no Chile. Ele agora se aproximou do seu irmão, Miguel Tudela, que na semana passada venceu o QS 1000 Rip Curl Pro San Bartolo no Peru e ocupa o 45.o lugar. Os terceiros colocados em Arica também entraram no G-100, com Jordy Collins indo da 110.a para a sexagésima colocação e Manuel Selman da 128.a para a 75.a. O atual campeão sul-americano da WSL South America, Leandro Usuna, da Argentina, completa essa lista, pois subiu do 108.o para o 86.o lugar.  

 

Alvaro Malpartida só havia disputado uma etapa esse ano no Peru e foi quem deu o maior salto com o vice-campeonato, de 554 para 111 no ranking do QS. O próximo desafio na batalha pelas dez vagas para o CT 2018 será nos Estados Unidos, o tradicional US Open of Surfing com status máximo QS 10000, de 31 de julho a 06 de agosto em Huntington Beach, na Califórnia. Já a briga pelo título sul-americano da WSL South America, liderado por Thiago Camarão, agora com Alvaro Malpartida em segundo lugar, continuará na nova etapa do QS 1500 na Bahia, o Itacaré Surf & Sound Festival, nos dias 24 a 29 de outubro na Praia da Tiririca, em Itacaré.

 

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Manuel Selman é barrado na semifinal pelo vencedor do evento. Foto: Rodrigo Farias Moreno.

 

Campeões das estapa do WSL Qualifying Series em Arica no Chile

 

2017 – Tomas Tudela (PER) no QS 3000 Maui and Sons Arica Pro – 2.o-Alvaro Malpartida (PER)

2016 – William Aliotti (FRA) no QS 1500 Maui and Sons Arica Pro Tour – 2.o-Dean Bowen (AUS)

2015 – finais do QS 1500 Maui and Sons Arica World Star canceladas pelo mar “stormy”

2014 – Jessé Mendes (BRA) no 3-Star Maui and Sons Arica World Star – 2.o-Marco Giorgi (URU)

2013 – Alvaro Malpartida (PER) no 3-Star Maui and Sons World Star – 2.o-Anthony Walsh (AUS)

2012 – Anthony Walsh (AUS) no 3-Star Maui and Sons Arica World Star – 2.o-Eala Stewart (HAV)

2011 – Guillermo Satt (CHL) no 3-Star Arica World Star Tour – 2.o-Camilo Hernandez (CHL)

2009 – Gabriel Villarán (PER) no 3-Star Rusty Arica Pro Challenge – 2.o-Alvaro Malpartida (PER)

 

Baterias do QS 3.000 Maui and Sons Arica Pro Tour

 

Campeão: Tomas Tudela (PER) por 15,27 pontos (9,07+6,20) – US$ 12.000 e 3.000 pontos no QS

Vice-campeão: Alvaro Malpartida (PER) com 12,46 pontos (6,33+6,13) – US$ 6.000 e 2.250 pontos

 

Semifinais

 

1 Alvaro Malpartida (PER) 18.17 x 16.80 Jordy Collins (EUA)

2 Tomas Tudela (PER) 15.26 x 10.60 Manuel Selman (CHL)

 

Quartas de final

 

1 Jordy Collins (EUA) 14.57 x 12.83 Thiago Camarão (BRA)

2 Alvaro Malpartida (PER) 11.50 x 6.44 Skip McCullough (EUA)

3 Manuel Selman (CHL) 15.17 x 14.60 Cam Richards (EUA)

4 Tomas Tudela (PER) 8.83 x 8.23 Hizunomê Bettero (BRA)

 

Ranking Sul-Americano da WSL South America depois de 3 etapas

 

1 Thiago Camarão (BRA) – 1.420 pontos

2 Alvaro Malpartida (PER) – 1.030

3 Jeronimo Vargas (BRA) – 1.025

4 Gabriel André (BRA) – 860

5 Samuel Igo (BRA) – 815

6 Joaquin del Castillo (PER) – 800

7 Gustavo Ramos (BRA) – 790

8 Krystian Kymerson (BRA) – 750

9 Marcos Correa (BRA) – 680

10 Adrian Garcia (PER) – 595

——-mais 100 surfistas pontuaram no ranking 2017

 

G-10 do WSL Qualifying Series, após a 35ª etapa no Chile

 

Jessé Mendes (BRA) – 22.060 pontos

Willian Cardoso (BRA) – 12.095

Yago Dora (BRA) – 11.960

4 Michael February (AFR) – 10.550

5 Jordy Smith (AFR) – 10.000 com vaga pelo CT

6 Keanu Asing (HAV) – 9.450

7 Griffin Colapinto (EUA) – 9.280

8 Cooper Chapman (AUS) – 9.260

Alex Ribeiro (BRA) – 8.900

10 Hiroto Ohhara (JPN) – 8.830

11 Mikey Wright (AUS) – 8.825

———-sul-americanos até 100º lugar:

14 Flavio Nakagima (BRA) – 7.890 pontos

18 Alejo Muniz (BRA) – 7.200

20 Michael Rodrigues (BRA) – 6.890

24 Thiago Camarão (BRA) – 6.260

25 Hizunomê Bettero (BRA) – 6.010

28 Victor Bernardo (BRA) – 5.430

32 Miguel Pupo (BRA) – 5.200

33 Marco Giorgi (URU) – 5.185

35 Rafael Teixeira (BRA) – 5.110

36 Bino Lopes (BRA) – 5.020

37 Tomas Hermes (BRA) – 5.010

38 Heitor Alves (BRA) – 4.950

45 Miguel Tudela (PER) – 4.780

47 Krystian Kymerson (BRA) – 4.565

49 Tomas Tudela (PER) – 4.490

52 Luel Felipe (BRA) – 4.355

53 Marco Fernandez (BRA) – 4.325

55 Deivid Silva (BRA) – 4.165

56 Santiago Muniz (ARG) – 4.160

59 Lucas Silveira (BRA) – 3.895

62 Adriano de Souza (BRA) – 3.860

67 Peterson Crisanto (BRA) – 3.725

75 Manuel Selman (CHL) – 3.450

79 David do Carmo (BRA) – 3.410

84 Marcos Correa (BRA) – 3.280

86 Leandro Usuna (ARG) – 3.260

88 Robson Santos (BRA) – 3.215

89 Samuel Pupo (BRA) – 3.150

90 Mateus Herdy (BRA) – 3.125

102 Vitor Mendes (BRA) – 2.655

106 Lucca Mesinas Novaro (PER) – 2.620

111 Alvaro Malpartida (PER) – 2.530