Cores do Mar

Surf e skate no MAR

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A cultura surf & skate nasceu na praia, na rua, nos locais públicos. Aos poucos está conquistando vários outros espaços até mesmo dentro de instituições como os museus, lugar de perpetuação do conhecimento, reflexão, observação, memória e ‘autenticação’ da arte.

 

E é o que está rolando no Museu de Arte do Rio – o MAR. Pela primeira vez nesse estado, pranchas de surf são expostas no Museu. Já era hora! Estado que é considerado um dos berços do surf no país, demorou na representação desta cultura que tanto influenciou milhares de jovens.

 

São Paulo foi o primeiro local no Brasil a aceitar pranchas de surf dentro de um Museu, creio que em 2004. Em Santa Catarina, fui pioneira colocando pranchas de surf na sala de arte contemporânea do Museu Histórico de Santa Catarina, em 2009, e depois no Memorial do Rio Grande do Sul. Ambos sem patrocínio algum, na raça.

 

O shaper Ogro teve uma prancha sua (em parceria com o maravilhoso Studio Crocco, da designer Heloísa Crocco) adquirida como obra de arte pelo MARGS, o Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Façanha única no país. Já as exposições sobre a temática do skate já é outro capítulo.

 

Fui no MAR na abertura da exposição “Deslize”, que vai até abril, quase quatro meses de oportunidade para visitação! São apenas duas salas no térreo do prédio de seis andares. O jovem curador da Deslize, o doutorando em História e Crítica da Arte, Raphael Fonseca, falou no encontro com os artistas que precisaria de um museu inteiro para cada um destes esportes e que iria fazer uma real retrospectiva histórica e artística desta cultura.

 

Muitos trabalhos interessantes, como a vídeo / instalação de Igor Vidor, uma grande tela passando sua perspectiva de ondas, um recorte belíssimo e poético, vale sentar um tempinho e apreciar!

 

Danielle Fonseca me surpreendeu com esculturas de madeira reproduzindo um pé de pato, um bodyboard, uma alaia e duas aquarelas.

 

Ogro e o Studio Crocco mais uma vez representando com duas belíssimas pranchas. E falando um pouco de skate, Fabiano Rodrigues, arrasou com seus auto-retratos andando de skate por arquiteturas incríveis.

 

Vários fotógrafos e fotos expostas (senti falta dos ícones que fotografam o surf no Brasil, o skate estava melhor representado). Outra coisa, foi muito legal foi ver o primeiro exemplar da Revista Fluir.

 

São cerca de 120 obras. Não dá pra ficar comentando tudo.Tem que ir para ver e legal é pensar no futuro dessa cultura tão deslizante. E o que nos fascina é controlar esse deslize para nunca cair e sempre permanecer no Flow.