Direto do front

Rômulo rema no WCT chileno

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Com a vitória no Rip Curl Pro Search 2007, Andy Irons acirra briga pelo título mundial. Foto: ASP / Covered Images.

Grande evento o WCT do Chile, patrocinado pela Rip Curl. Foi muito bom para os brasileiros a descoberta do Pipeline chileno, ali pertinho nos nossos vizinhos sul-americanos.

 

Peru e Chile deveriam ser incluídos no itinerário de todos os surfistas brasileiros desde cedo. Pacific Ocean power!
 
Pessoalmente, não gostei do adiamento do evento nos dias maiores. Para mim, o respeito pelo surfista profissional cresce com o tamanho do mar.

 

A desculpa de risco dos atletas é válida, mas se não quer correr risco deveria ter sido jogador de golfe.


Prejudicou sensivelmente o evento, com o todo importante terceiro round sendo realizado em condições bem ruinzinhas, em cima da bancada de coral. Sinceramente, preferia as morras.

Bruno Santos salvou a pátria com um honroso quinto lugar. Foto: Mariano Kornitz.


Os brasileiros titulares do WCT tiveram uma atuação apenas regular. Bruno Santos, competindo com um wildcard da Rip Curl, salvou a pátria, conseguindo um honroso quinto lugar.
 
Vamos às análises individuais:
 
Adriano de Souza –
Teve de abandonar o evento, depois de machucar o rosto. Mostrou atitude na primeira fase, colocando para dentro dos tubos. Não deu sorte, mas já está completamente recuperado, inclusive conseguindo uma ótima quinta colocação no WQS da África do Sul no último fim de semana.
 
Bernardo Pigmeu – Pode ser considerado um especialista nessas condições, mas não foi muito longe, sendo derrotado por CJ Hobgood ainda na repescagem.
 
Neco Padaratz – Pior atuação do time. Derrotado na segunda fase, em ondas grandes. Amarelou de pegar as esquerdas e tentou vencer a bateria surfando as raras direitas. Segue na lanterna e continua devendo uma boa atuação no WCT este ano.
 
Rodrigo Dornelles – Quase conseguiu uma das melhores notas do evento numa direita enorme na primeira fase. Caiu no finalzinho de um tubo duplo de quase 8 segundos.  Seria 10, com certeza. Perdeu numa bateria fraquíssima no segundo round, onde também ficou priorizando as direitas.
 
Victor Ribas – Excelente primeira fase, onde entubou fundo. Nada pôde fazer contra um inspirado Andy Irons na terceira fase.
 
Leo Neves – Um monstro na primeira fase. Pegou um dos melhores tubos do evento num esquerdão de 10 pés. Taticamente perfeito, marcou Cory Lopez com muita personalidade no fim da bateria. Deu uma entrevista clássica depois, com um inglês limitado, mas muita malandragem carioca. Deu orgulho de ser surfista brasileiro. Coragem, técnica e raça! Perdeu por pouco para o baixinho Danny Wills no menor dia do evento. Merecia ter ido mais longe.

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Neco Padaratz teve a pior atuação entre os brazucas. Foto: Kalani Brito.

Raoni Monteiro – Chegou antes para treinar com a equipe Rip Curl. Venceu bem sua primeira bateria, mostrando que vale a pena se dedicar. Perdeu para o frontside Kai Otton sem ter muitas chances. Único brasileiro que ainda não competiu no  WQS este ano.
 
Bruno Santos – Competindo como convidado, entubou fundo e seguro, além de competir muito bem. Contou com uma boa dose de sorte ao só pegar surfistas de backside (Whitaker, Knox e Burrow), mas venceu todos com facilidade.

 

Na derrota nas quartas, perdeu por pouco para o vice-líder do WCT, Damien Hobgod. Um tubo não completado no fim da bateria fez a diferença.

 

Pena estar tão mal colocado no WQS (atualmente é o 142o), pois seria um ótimo reforço para o time brasileiro no WCT.

Leo Neves merecia ter ido mais longe. Foto: ASP / Covered Images.


Mostrou por que foi escolhido como o melhor surfista do Brasil recentemente pelos leitores da revista Fluir e deu um grande passo para o bicampeonato na eleição deste ano.
 
A corrida pelo título ganhou um candidato de peso com a vitória esmagadora de Andy Irons nesse evento. Vejam bem, Andy venceu o campeonato com facilidade, não dando a menor chance a seus adversários.

 

A desanimada entrevista do líder Mick Fanning após a derrota na semifinal deu bem uma idéia de quanto Andy é respeitado no Circuito. Repito o que falei no começo do ano: se ele chegar ao Pipe Master com chances matemáticas, deve ser considerado favorito ao título.
 
Damien Hobgod também mostrou as armas. Quem mais pode dar-se ao luxo de ter um irmão gêmeo no WCT? A sua vitória sobre CJ na semi veio fácil demais.

 

Imaginem se ele chegasse ao fim do ano em segundo e perdesse o título por causa desses pontos? Crise familiar para o resto da vida. Mas, os irmãos Hobgood são muito unidos e vão se ajudar até o final. Já os Irons, eu não colocaria a minha mão no fogo.
 
A corrida ao título fica entre Mick, Andy e Damien, com Parko e Kelly correndo por fora. Slater já anunciou que vai para o tudo ou nada em Jeffrey?s e Trestle’s, duas de suas ondas prediletas no circuito.
 
A próxima etapa será nas direitas perfeitas de J-Bay. Levo muita fé no time brasileiro. Afinal, temos seis regulares, todos técnicos e bons tube riders. A atual situação no ranking, com todos na zona da degola, prevê duelos dificílimos, principalmente a partir da terceira rodada.


Com as etapas seguintes na Califórnia, França, Espanha e Brasil também favorecendo ao estilo de surf brazuca, é hora de virar o jogo! Vamos torcer.