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Maldivas, o lado bom do tour

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Jadson André, Pedro Henrique, Robson Santos e Miguel Pupo reunidos em Maldivas. Foto: Arquivo pessoal Pedrinho.

A divisão de acesso do circuito mundial, o WQS, não é molel! Etapas por todo o mundo e centenas de surfistas de todas as partes buscando uma vaga no almejado dream tour, o WCT.

 

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Vida de competidor não é tão fácil quanto parece; esperas em aeroportos e aviões, bagagens pesadas e fuso horários trocados toda hora. Mas, apesar de todo o esforço e dedicação durante o ano, em algumas etapas do circuito nós somos presenteados com lugares incríveis, como Maldivas, por exemplo.

 

Este ano, dividi quarto com o Robson Santos, que tem competido o circuito comigo, e nossos vizinhos de quarto, Miguel Pupo e Jadson André, também estavam sempre conosco indo surfar e aproveitando a mordomia da ilha.

 

Esquerdas de Pasta Point quebram solitárias. Foto: Arquivo pessoal Pedrinho.

No período da competição fica muito ruim para surfar. O crowd é intenso e o stress sempre rola. Mesmo sendo uma bancada de coral perfeita, com ondas de 1,5 metros, a série demorava e não era suficiente pra fazer a cabeça de mais de 200 atletas.

 

A saída era pegar os barcos que iam para o surf em outras ilhas. Maldivas tem uma variedade e quantidade de ondas incríveis; em uma pequena região temos Pasta Point, que é uma esquerda cavada e longa, bem alta performance; na ilha da frente, rolam duas ondas que quebram em direções opostas fazendo uma direita chamada Sultans e uma esquerda chamada Ronks. Essa onda (Ronks), em especial, nos proporcionou um dos dias de surf mais incríveis da viagem.

 

Outra ilha boa para um bom dia de surfe é Jails, que tem uma direita longa e, às vezes, tubular. Todos esses picos são tão pertos que, no máximo, em 10 minutos de barco você passa por todas elas.

Robson e Pupo curtem a beleza do paraíso. Foto: Arquivo pessoal Pedrinho.


Nesse dia em Ronks, eu e Robson pegamos o barco, na ilha de Pasta Point, e fomos praticamente sozinhos para o surf, acompanhados pelo surfista americano Alex Grey.

 

O sistema de barcos para o surf em Pasta funciona por horários; são três saídas por dia e somente para um pico por saída. Em nosso caso, demos sorte por não ir mais ninguém, já que os barcos saíam sempre cheios, enquanto o campeonato não estava rolando e todo mundo queria outra opção para surfar.

 

Antes de chegarmos às esquerdas de Ronks, Alex pulou do barco pra surfar em Sultans e nos deixou sozinhos. Foi incrível, ondas muito perfeitas com quase 2 metros que quebravam em uma direção e um tamanho e terminavam em outra direção e maiores, fazendo o contorno na pequena ilha.

 

Era absurda a quantidade de ondas que quebravam, a cada onda que terminávamos ficávamos loucos ao vermos as séries de quatro a cinco ondas quebrando sozinhas e perfeitas, seguindo a bancada. Às vezes, ao chegarmos ao outside, deixávamos passar séries inteiras por não agüentarmos mais surfar. Com certeza, foi uma das melhores sessões de surf que já tive.

 

As praias que são protegidas pelos recifes parecem pinturas, com água azul, sem vento nenhum e areia branca, e faziam a alegria da galera nos momentos de relaxamento. A piscina também era sempre a melhor opção depois do surf, com água quente cascata e toalhas na borda… Era muita mordomia!

 

Mesmo nos dias de competição, sempre tínhamos tempo para jogar sinuca depois das refeições. A competitividade era grande entre galera, que não queria perder nunca! Jogo de dardo também era opção pra competirmos em terra firme.

 

As ótimas refeições, bem variadas, também faziam a mala da galera. Esse resort no qual fiquei hospedado, e onde a maioria dos competidores também se hospeda, é em frente ao pico do evento, um verdadeiro paraíso que o WQS nos proporciona.