Entrevista com Juca de Barros

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Juca de Barros, 43 anos, advogado, professor de educação física especialista em administração esportiva é curitibano com metade do sangue Matinhense. Iniciou no surf em janeiro de 1977 com uma prancha Krakatoa wing swallow monoquilha 6’8″. Seu primeiro drop foi na Praia Brava de Matinhos, em frente de sua casa e dali por diante surfou mais freqüentemente as ondas da Praia Brava e Matinhos Point. Foi fundador, diretor jurídico e presidente da extinta ASSOCIAÇÃO PARANAENSE DE SURF (APS), fundador e presidente da FEDERAÇÃO DE SURF DO PARANÁ (FSP) e diretor executivo e atual presidente da CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE SURF (CBS). Confira a entrevista com este excelente profissional.

1) Como foi a sua entrada na CBS?

Na Assembléia que aclamou a atual Diretoria fui ao Rio, até então sede da CBS, como representante legal da Federação de Surf do Paraná. Após a aclamação o Geraldinho Cavalcante de Pernambuco, que fora elevado ao posto de Presidente da CBS, me convidou para fazer parte da Diretoria como Diretor Executivo.

2) De diretor executivo para presidente. Explique como aconteceu?
Bem, minha formação acadêmica e esportiva me levaram a inicialmente observar as ações dos demais Diretores da CBS e entender como este processo de institucionalização estava sendo difundido pela entidade no segmento. Como o planejamento da Diretoria privilegiava primeiramente a equipe que se sagrou campeão mundial do ISA Games realizado no Brasil, fiquei estudando os fatores burocráticos da CBS. Em 2001 a Diretoria direcionou-se para a reestruturação da CBS e comecei a realmente trabalhar pela entidade. Em abril mudamos a sede da CBS do Rio para Curitiba e em novembro, com a mudança de endereço do Geraldinho para o Hawaii, a Diretoria resolveu apresentar meu nome como Presidente e do Pedro Falcão para Vice para a Assembléia, que nos referendaram os cargos.

3) Qual a maior dificuldade do surf brasileiro?
Surfistas talentosos nós temos, ondas alucinantes nós temos, o litoral do Brasil tem 08 mil kms, temos excelentes shapers, uma infra-estrutura de eventos fabulosa, a indústria da surfwear emprega milhares de pessoas, temos atletas de destaque na elite do surf mundial e várias personagens que ajudaram e continuam ajudando o surf a crescer no país, mas pecamos na nossa organização institucional. Garanto que quando a CBS estiver realmente funcionando poderemos oferecer muito mais para todos as pessoas que vivem do e para o surf.

4) Como será o trabalho da nova diretoria?
Nossos planejamentos prevêem as seguintes ações:
1. Organização administrativa, fiscal e burocrática da CBS. 2. Filiação ao Ministério do Esporte.
3. Credenciamento junto ao Conselho Federal de Educação Física.
4. Solicitação de “Entidade de Utilidade Pública Federal”.
5. Circuito Brasileiro de Surf Amador de 2002.
6. Mundial de equipes (África do Sul, junho de 2002).
7. Cursos de capacitação de recursos humanos: Árbitros, Técnicos e Professores de Surf.


5) O que falta para o surf virar esporte olímpico?
Nossa meta não é pleitear que o surf se torne esporte olímpico. Temos o compromisso de melhorar cada vez mais o padrão de qualidade de nossos serviços para oferecer melhores condições aos surfistas para se tornarem profissionais do esporte.

6) O Paraná será beneficiado tendo um representando com cargo máximo na entidade?
Minha postura e ética como Presidente da entidade máxima do surf nacional não permitirão que minhas atitudes venham a colidir com os objetivos da CBS. Tenho certeza que a Diretoria da Federação de Surf do Paraná vai continuar a desenvolver o mesmo trabalho que levou a entidade a ser premiada como a 4ª equipe no ranking nacional. Mas vou ficar muito feliz quando o Paraná conquistar o Circuito Brasileiro, pois estarei presenciando o fruto de meu idealismo pelo esporte.