Surf Eco Festival

De olho na elite

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A quinta-feira começou com vitória baiana de Bruno Galini no Mahalo Surf Eco Festival em Itacaré (BA). Foto: © WSL / Smorigo

Uma verdadeira maratona de vinte baterias foi disputada na quinta-feira de boas ondas 2 a 3 pés na Praia da Tiririca, em Itacaré, no litoral sul da Bahia. Era dia das principais estrelas do Mahalo Surf Eco Festival estrearem na segunda rodada da competição e a batalha pelas últimas vagas no CT passou a centralizar as atenções.

Dezenove envolvidos nesta briga competiram e apenas dez avançaram para a rodada dos 48 melhores do QS 6000 da Bahia, o norte-americano Kanoa Igarashi e o australiano Ryan Callinan, que estão na lista dos dez que sobem pelo ranking do Qualifying Series, e o francês Joan Duru, o americano Evan Geiselman, os australianos Davey Cathels, Dion Atkinson e Soli Bailey, o brasileiro Jessé Mendes, o costa-ricense Noe Mar McGonagle e o havaiano Ezekiel Lau. As disputas recomeçam nesta sexta-feira, a partir das 8h00 em Itacaré, 9h00 no horário de verão.

A quinta-feira começou e terminou com vitórias baianas de Bruno Galini e Marco Fernandez. Na primeira do dia, eram três baianos disputando com um havaiano as duas primeiras vagas para a rodada dos 48 melhores do QS 6000 Mahalo Surf Eco Festival. O atleta da equipe Mahalo de competição, Bruno Galini, achou boas ondas para repetir a vitória conquistada no confronto que abriu a oitava edição do campeonato mais tradicional da América do Sul. A melhor delas valeu 8,67 para totalizar 14,67 pontos e Kiron Jabour ganhou a briga pelo segundo lugar do baiano Franklin Serpa e do local de Itacaré, Iago Silva.

“Eu estava liderando a bateria, mas com uma segunda nota baixa, então fiquei preocupado, sabendo que o Kiron (Jabour) poderia virar a qualquer momento. Ele ficou segurando o Franklin (Serpa) e entrou uma onda pra mim na prioridade (de escolha da próxima onda) dele, que deixou passar e eu acreditei na onda pra fazer uma nota boa que me tranquilizou na liderança”, disse Bruno Galini, que comentou sobre o fato de três baianos estarem abrindo a segunda fase em Itacaré. “É verdade. Quase não tem baianos no evento e cai logo três assim na mesma bateria. Lembrou até as etapas do Circuito Baiano que a gente corre aqui. Estou feliz pela vitória, mas pena que só eu passei”.

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Em busca de uma vaga na elite mundial, Ryan Callinan domina a sua bateria na praia da Tiririca. Foto: © WSL / Smorigo

As marcas de Bruno Galini foram batidas no quarto confronto do dia, quando a batalha pelas últimas vagas no CT começou a centralizar as atenções na praia da Tiririca. O australiano Ryan Callinan chegou na Bahia em oitavo na lista dos dez indicados pelo ranking do Qualifying Series e dominou a bateria com a nota 8,73 da sua melhor onda. O seu compatriota, Soli Bailey, que também está na briga, pegou uma boa para tirar 8,50 e garantir a dobradinha australiana. O americano Patrick Gudauskas estava três posições abaixo da zona de classificação para o WCT e terminou em terceiro, sendo eliminado junto com o vice-campeão do Mahalo Surf Eco Festival no ano passado, o francês Paul Cesar Distinguin.

“Foi bem legal a bateria, porque tinha bastante ondas para todos lá fora. Estão meio difíceis de achar, mas tem várias boas e peguei uma que acertei duas batidas muito fortes que foi a minha melhor onda”, contou Ryan Callinan, que comentou sobre a disputa pelas últimas vagas no WCT. “Os eventos do QS 6000 e do QS 10000 são a minha prioridade. Acho que uma vitória aqui me garante nos top-10, então estou fazendo o meu melhor para conseguir isso. Eu tenho ido dormir cedo, jantando cedo e vou continuar surfando do jeito que estou porque vem dando certo”.

VAGAS NO CT – Na disputa seguinte, outro concorrente direto por vagas no G-10 do Qualifying Series caiu, o francês Maxime Huscenot, que defendia o último lugar na lista e foi barrado numa dobradinha brasileira de Thiago Camarão com com Matheus Navarro. Com isso, um incrível número de vinte surfistas ficou com chances de ultrapassa-lo com os 6.000 pontos do Mahalo Surf Eco Festival. No entanto, dois deles caíram nos confrontos seguintes, os norte-americanos Nathan Yeomans e Conner Coffin. Já o australiano Davey Cathels, foi o primeiro dos adversários a avançar para a terceira fase, registrando um novo recorde de 15,23 pontos para a quinta-feira em Itacaré.

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Davey Cathels manda bem e segue na batalha. Foto: © WSL / Smorigo

O norte-americano Kanoa Igarashi, sexto colocado no ranking e bem perto de garantir sua classificação para a divisão de elite da World Surf League, também confirmou o favoritismo na nona bateria do dia. O outro cabeça de chave, Granger Larsen, do Havaí, superou o brasileiro Victor Bernardo e o espanhol Vicente Romero para passar em segundo para a terceira fase. Ele ultrapassa a barreira dos 20.000 pontos no ranking se chegar nas semifinais do Mahalo Surf Eco Festival no domingo, quando será definido o campeão em Itacaré.

“Foi uma bateria bem difícil. Não foi fácil escolher as ondas boas com potencial para tirar notas altas”, destacou Kanoa Igarashi. “Eu queria poder pegar mais ondas e fiquei mais afastado dos outros surfistas quando não estava com a prioridade. Acabei tirando uma nota 7,17 sem a prioridade e estou amarradão por ter passado. Estou perto de me qualificar para o CT, mas esse não era um objetivo meu no início do ano, então só em ter essa possibilidade me deixa feliz. Eu ainda sou bem jovem e nem acredito que estou nos top-10 no momento, mas claro que meu objetivo é vencer esse evento e vou fazer de tudo para realiza-lo”.

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Kanoa Igarashi vence bateria acirrada e segue firme na luta por uma vaga no Tour. Foto: © WSL / Smorigo

ESTRELA DO CT – Na sequência mais dois surfistas com chances matemáticas de entrar no G-10 estrearam na praia da Tiririca. O neozelandês Billy Stairmand foi barrado pelo norte-americano Derek Peters e o francês Nomme Mignot, mas o norte-americano Evan Geiselman se classificou, com o argentino Santiago Muniz avançando em segundo. A bateria seguinte foi uma das mais adrenalizantes do dia, com uma estrela da elite do WCT fazendo sua primeira apresentação no Mahalo Surf Eco Festival, o potiguar Jadson André, junto com o vice-campeão da outra etapa do QS 6000 encerrada domingo com vitória brasileira de Deivid Silva, o australiano Stu Kennedy.

No entanto, quem brilhou foi o marroquino Ramzi Boukhiam, que massacrou uma direita com duas manobras muito fortes de backside levantando grandes leques de água, para conseguir a maior nota na Praia da Tiririca até ali, 8,83. O australiano liderou boa parte da bateria, mas acabou ultrapassado por Jadson André e ficou buscando 5,90 pontos para se classificar em segundo lugar. Stu Kennedy chegou bem perto disso duas vezes nos minutos finais, mas em ambas as ondas recebeu nota 5,80 e acabou eliminado junto com o catarinense Jean da Silva. O australiano agora vê sua sétima posição no G-10 ameaçada pelos surfistas que continuam na disputa pelos 6.000 pontos do Mahalo Surf Eco Festival.

“Eu acordei muito cedo pra vim surfar aqui, olhei muito o mar e vi algumas direitas que entram mais à esquerda da praia”, disse Ramzi Boukhiam. “Eu peguei uma boa e logo depois outra que poderia fazer mais uma nota alta e caí. Mas, estou feliz porque passei para a próxima fase. Acho que é a primeira vez que eu tenho uma bateria de segunda fase em etapas importantes do QS tão forte assim, com o Stu Kennedy, o Jadson (André) e o Jean (da Silva). São três surfistas muito bons e foi uma boa bateria, então estou bem contente por ter vencido”.

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Ramzi Boukhiam massacra as ondas da Tiririca. Foto: © WSL / Smorigo

NOVOS RECORDES – Eles competiram quando rolaram as melhores ondas do dia e na disputa seguinte, na 13.a bateria da quinta-feira, o neozelandês Ricardo Christie estabeleceu novos recordes para o QS 6000 Mahalo Surf Eco Festival. Ele achou uma boa esquerda para mandar uma série de três manobras fortes de backside nos pontos mais críticos da onda pra ganhar nota 9,17, a maior da semana em Itacaré. Com ela, também registrou um novo recorde de pontos com os 17,10 que já totalizava com o 7,93 da sua terceira onda.

“A onda do high-score (nota alta) foi uma onda boa, não a maior da série, mas com bom tamanho pra fazer grandes manobras”, disse o outro integrante do WCT que veio direto de Portugal para competir em Itacaré, Ricardo Christie. “Aqui é muito lindo. É exatamente o que imagino quando penso no Brasil, com muita mata, lindas praias e boas ondas. A água é bem quente e estamos aqui tomando vários sucos, água de coco, comendo manga e outras frutas tropicais deliciosas. Achei demais a cidade e toda essa Natureza aqui”.

O francês Joan Duru, que perdeu a última vaga na lista dos dez do QS que sobem para o CT para o australiano Stu Kennedy na etapa encerrada domingo em Florianópolis, liderava com duas notas na casa dos 7 pontos, mas ainda com uma boa vantagem de mais de 8,44 sobre o catarinense Willian Cardoso e uma “combination” em Cory Arrambide na briga pela segunda vaga. Os dois não conseguiram achar boas ondas e Joan Duru seguiu em frente para tentar retornar a zona de classificação para o CT na Bahia.

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Jadson André avança na estreia em Itacaré (BA). Foto: © WSL / Smorigo

MARATONA DE BATERIAS – A maratona de vinte baterias na quinta-feira de boas ondas na Praia da Tiririca prosseguiu com concorrentes diretos pelas vagas no G-10 se classificando e também sendo eliminados. O costa-ricense Noe Mar McGonagle, o australiano Dion Atkinson e o brasileiro Jessé Mendes avançaram e continuam na luta para entrar na zona de classificação para o CT no Mahalo Surf Eco Festival. Já o havaiano Tanner Hendrickson foi barrado na bateria vencida pelo uruguaio Marco Giorgi e o costa-ricense Carlos Munoz perdeu na última do dia, que começou e terminou com vitória baiana. Bruno Galini ganhou a primeira e Marco Fernandez a que fechou a longa quinta-feira em Itacaré.

Restaram apenas quatro para encerrar a segunda fase e a que vai abrir a sexta-feira, as 8h00 na Praia da Tiririca, é encabeçada pelo brasileiro que está mais perto do G-10 no momento, o cearense Michael Rodrigues. Ele vai enfrentar três estrangeiros, o australiano Cooper Chapman, o indonesiano Oney Anwar e o americano Ian Crane. Na seguinte entra o baiano mais bem colocado no ranking, Bino Lopes, da equipe Mahalo, que ocupa a 38.a posição e tem chances de vaga no G-10 em casa. Já o defensor do título da etapa baiana do WSL Qualifying Series, Alex Ribeiro, novidade já confirmada na seleção brasileira do WCT, só estreia na bateria que vai fechar a segunda fase, a quarta da sexta-feira em Itacaré.

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Ricardo Christie estabelece os novos recordes da competição. Foto: © WSL / Smorigo

FESTIVAL DE MÚSICA: Já é tradição. Desde a estreia do Surf Eco Festival em 2008, ele é encerrado com um grande festival de música. A semana será agitada com os eventos promovidos pelos patrocinadores nos diversos espaços da cidade e até na Praia da Tiririca, com o Eco Sunset rolando até as 19h00 com um DJ animando o pôr do Sol a cada fim de dia na área VIP da arena do evento, para convidados e competidores.

No sábado, 31 de outubro, começam os shows no KM 06, a partir das 20 horas, com atrações de peso da música local e nacional, como Baiana Sistem, Ponto de Equilíbrio, Seu Jorge, além do SPACE DJ ao vivo. E no domingo, depois do campeão do Mahalo Surf Eco Festival ser coroado na Praia da Tiririca, também no KM 06 subirão ao palco as bandas Cidade Negra, Nando Reis, Legião Urbana e com SPACE DJ ao vivo novamente.