Dadazinho é o nome da hora

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#Alexandre Almeida é conhecido por sua simpatia e humildade, afinal tem uma história de vida diferente da maioria dos surfistas profissionais. Sua origem é humilde, mas muito digna. No início da década, ganhou o apelido Dadazinho depois de ganhar uma prancha de presente de Dadá Figueiredo e atualmente é o líder do Circuito Carioca de Surf Profissional, melhor carioca no ranking brasileiro da ABRASP e foi convidado para ser wild card do WCT carioca. Aqui ele revela um pouco de sua personalidade.

Como recebeu a notícia de que seria wild card no Rio Marathon?
Tinha acabado de sair de uma bateria em que havia perdido. Estava conversando com os meus amigos do Recreio e aí veio a notícia de que eu tinha conseguido o índice para o WCT. A galera vibrou muito e eu fiquei muito amarradão. Essa é uma oportunidade única e vou treinar bastante. O resto é só na hora da bateria.

Qual foi sua melhor viagem?
México, pois foi lá que eu realmente senti o que é o surf de verdade, vc pegar um tubão de 10,12 pés e a onda abri e tu sai lá na frente é uma sensação indescritível.

Quais são seu ídolos?
Minha mãe. Porque sem ela com certeza eu não estaria aqui. Além dela ter sustentado eu e meu irmão sendo solteira, foi ela que não deixou meu pai me internar em um colégio interno desses tipo Funabem e Febem.

E no surf?
Tenho vários. Gosto de ver o Paulinho do Tombo, Sérgio Noronha, Claudio Emerick, que são pessoas que além de eu gostar como amigos, cresci admirando.

Qual a sua melhor bateria até hoje?
Foi em uma do WQS (Hindrex Pro), na França. A bateria era eu, Occy, Richie Collins e Munga Barry. Era o maior espetáculo. A França é igual ao Brasil em nível de torcida: a praia inteira aplaudindo os caras. Quando o locutor falou meu nome, se referiu a mim como o desconhecido brasileiro Alexandre Almeida. No final da bateria eu tinha tirado 9.85, 9.00, 8.00, 7.00 e botei os caras em combinação… Não acreditei. Pô, o desconhecido botou o Occy em combination.

O que acha dos critérios de julgamento?
Acho que está legal. Com o sistema de divulgação de notas da Beach & Bite (N.R.: empresa que criou e desenvolveu o sistema computadorizado de divulgação de notas usado nos eventos da ASP e Abrasp), os atletas têm condições de avaliar sua onda dentro d’água, e tentar melhorar o seu desempenho.

Qual o maior mar que você já surfou?
Ah… foi no México, de 10 à 12 pés… Eu moro no subúrbio e se desse uma onda daquela lá haveria enchente o ano inteiro (risos).

Qual campeonato você mais gostou de ter participado?
Foi a etapa do carioca que eu ganhei na Macumba. Estavam todos os meus amigos no lugar que eu aprendi a surfar. Lá é o lugar onde está toda a minha história, onde eu treino. E depois de anos que não rolava nenhum campeonato ali, eu fui e ganhei. A galera vibrou muito. Esse resultado foi bom para mim e para toda a galera do Recreio, que pôde ver que se eu consegui, eles também conseguem.

Qual som você está escutando?
Eu estou fazendo um curso de professor de Yoga e escuto mais mantras, reggae e bem pouco Rap.

Você tem algum tipo de preparação física e alimentação especial?
A postura e o condicionamento físico que eu tenho hoje em dia se deve à minha alimentação. Não como carne vermelha, nem tomo açúcar branco. Faço natação e Yoga .

Qual foi sua pior vaca?
Cara, foi na Macumba. Devia ter uns 2 metrões. Só estavam eu e o Udo Reis. Aí veio uma série e ele gritou: “Vai… vai… Eu fui, só que não deu tempo de virar e a onda me engoliu. Tomei um caldão… Tive que sair nadando. Foi o bicho.
Qual manobra você acha que executa melhor?
As batidas. Acho que minhas batidas estão bastante afiadas.

O que pensa sobre drogas?
O nome já diz, né. Mas isso é de cada um. Quem sou eu para falar se ela é ruim ou má? Eu não dou nada para ninguém e é muito fácil eu chegar aqui e falar isso é bom e isso não. Mas eu não uso.

Você curte uma night?
É legal com os amigos e quando você está afim de dar um rolê com a namorada.

Como é a relação com o seu shaper?
O Alzair Russo me conhece desde moleque. Nossa relação é ótima, de pai para filho mesmo. Ele sempre teve vontade de fazer minhas pranchas e agora pintou essa oportunidade de fazer um trabalho junto à Rusty. Tenho evoluído muito com as pranchas do Russo. Quando preciso mudar alguma coisa eu chego na oficina, peço e ele vai à praia e avalia o que deve ser mudado e o que deve continuar.

Como você está de patrocínios?
Eu costumo falar que meus patrocinadores já são parte da minha família. Não rola aquela cobrança de resultados. Quando eu chego para pegar uma cota ou um salário eles perguntam como estou, se está tudo bem. É bem diferente dos meus patrocínios anteriores. Só tenho a agradecer à Rusty, à Reef, e à Mormaii.

Você teria algo a mais a dizer para a galera ?
Eu só tenho que agradecer aos meu amigos. Acho que cada um tem uma missão a cumprir e nós estamos nos ajudando a cada um cumprir a sua. Sei que onde quer que eu esteja estarei representando uma classe menos favorecida, por isso minha responsabilidade aumenta. Mas sei que tenho sorte por ter verdadeiro amigos.

UM POUCO MAIS DE DADÁ
Tempo de surf: 10 anos.
Idade que começou a competir: 12 anos.
Picos preferidos: Canto do Recreio, Macumba, Saquarema.
Patrocínio: Rusty, Reef Brazil e Mormaii.
Manobra preferida: Tubo e aéreo 360.