Sem graça

Circuito nacional é regional

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Para Máurio Borges, circuito brasileiro não tem brilho. Foto: Fábio Coppola / Yonic.org.

Até a tarde da última terça-feira (9/10), tinha o compromisso de cair na estrada em direção a cidade que já foi um dia maravilhosa, e de lá cobrir para a rádio Jovem Pan a etapa que encerra oficialmente a temporada do surfe profissional brasileiro.

 

Neste ano em que completo 20 anos de rádio, com inúmeras coberturas de eventos nacionais e internacionais nas costas, confesso não estar com a menor vontade de partir.

 

Depois de todos estes anos estou definitivamente abandonando o barco antes mesmo da sua saída do cais. Resolvi aguardar pelos dois WQS 6 estrelas – Brava e Itamambuca – e pelo WCT da Vila que rola na seqüência.

 

O circuito brasileiro pode até ser considerado o principal circuito profissional de surfe do mundo, nosso melhor produto, etc e tal… Li algo assim outro dia em algum lugar.

 

Sei também que o circuito distribui R$ 100 mil aos vencedores por etapa. E se não me engano, são R$ 22 mil ao campeão. Uma bela quantia, se analisarmos friamente nossa realidade econômica como país de terceiro mundo, porém esses valores ainda estão muito distantes do que esperam nossos surfistas profissionais. Aliás, essa premiação já deveria ser outra, bem maior, há algum tempo?

 

Não sei o porquê, mas o circuito brasileiro me soa falso. Não me agrada. Não tem magia. Acho até que já disse isso aqui antes. Falta-lhe um molho. Denominado como Brasileirão do Surfe Profissional, não consigo admitir estarmos em 2007 com um circuito nacional que não vá ao Norte, ou mesmo ao Nordeste brasileiro, celeiro de ótimos talentos e carente de bons eventos.

 

Acho que não há interesse do grupo que organiza o circuito brasileiro em levar uma etapa ao ponto mais acima do mapa. Se não, vejamos: o circuito começou em Santa Catarina com a etapa da Ferrugem, na já decadente Garopaba, em plena temporada de verão.

 

Armou o circo em Saquá e Itamambuca. Passou na florida Maresias (com pouco público na praia) e está finalizando esta semana na Barra da Tijuca. Sobrou no Sudeste o que faltou lá pra cima.

 

Se você discorda do meu ponto de vista, e acha que está tudo bem e que o circuito nacional é do “C@r@coles”, então me responda rápido: Quem é o atual campeão brasileiro de surfe profissional?

 

Dou-lhe 1.
Dou-lhe 2.
Dou-lhe 3…

 

A resposta está lá nos comentários…