Red Nose Pro

Cearenses dominam

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Heitor Alves descola nota 9.70 no Red Nose Pro em Florianópolis (SC). Foto: © WSL / Smorigo

 

A quinta-feira ainda amanheceu com muita chuva na Ilha de Santa Catarina e as ondas baixaram um pouco para 2 a 3 pés na praia do Santinho, mas continuaram com boa formação para fechar a rodada dos cabeças de chave do Red Nose Pro Florianópolis SC.

Foi a vez dos dois franceses que defendem as últimas posições na lista dos dez indicados pelo Qualifying Series para a elite dos top-34 da World Surf League estrearem e só Joan Duru conseguiu avançar para a terceira fase.

O brasileiro Michael Rodrigues está logo abaixo deles no ranking e usou os aéreos para vencer sua primeira bateria na etapa catarinense que ele venceu no ano passado na praia da Joaquina. E outro cearense, Heitor Alves, também se destacou ao aumentar o recorde de nota do QS 6000 apresentado pelo Costão do Santinho Resort de 9,37 para 9,70.

“Eu foquei em pegar as direitas mais ao lado do palanque, então só esperei o momento certo. Eu estava com a prioridade (de escolha da próxima onda), ela veio e não desperdicei a chance. Consegui acertar duas manobras bem verticais e a nota saiu no critério excelente”, disse Heitor Alves, que por muitos anos já defendeu o Brasil na elite do CT. “Estou amarradão porque passar bateria é sempre bom pra manter a autoestima lá em cima e é isso que eu preciso agora, pois estou numa fase diferente, sem patrocínio, uma pressão a mais por isso, mas a prancha tá no pé e vamos pra próxima”.

Até Heitor Alves superar a nota 9,37 do catarinense Willian Cardoso e vencer a sétima bateria do dia por 15,63 pontos, os recordistas da quinta-feira eram o também cearense Michael Rodrigues com 15,50 pontos e o australiano Garrett Parkes, que venceu a primeira bateria do dia por 15,17 com a nota 8,67 da sua melhor onda. Nesse confronto, Parkes e o bicampeão brasileiro Renato Galvão acabaram despachando o francês Maxime Huscenot, que defendia a penúltima vaga no G-10 do WSL Qualifying Series. Com isso, o caminho ficou livre para Michael Rodrigues e outros concorrentes entrarem na zona de classificação para o WCT no Red Nose Pro Florianópolis SC.

“Estou amarradão por vencer outra bateria”, vibrou o australiano Garrett Parkes, que ocupa uma modesta 114.a posição no ranking, mas pode subir bastante nas três etapas da “perna brasileira” da WSL South America. “Hoje (quinta-feira) as ondas estão um pouco menores do que ontem, mas estão bem divertidas. Tem bastante vento, mas a formação das direitas principalmente está boa para competir e eu peguei a melhor onda da bateria. Foi uma loucura (risos)”.

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Michael Rodrigues abusa dos aéreos para fazer bonito no Santinho. Foto: © WSL / Smorigo

DEFENSOR DO TÍTULO – As marcas do australiano só foram batidas no quarto confronto do dia pelo cearense Michael Rodrigues. Ele mora em Florianópolis e venceu a etapa catarinense do WSL South America disputada na Praia da Joaquina no ano passado, derrotando o argentino Santiago Muniz na bateria final. No momento, Michael é o 11.o na lista dos dez que se classificam para o WCT. Mesmo enfrentando o defensor do título e mais dois brasileiros, o português José Ferreira largou na frente, até o cearense começar a voar com seus aéreos full rotation de frontside nas direitas do Santinho para arrancar notas 8,5 e 7,0 e garantir a vitória. O catarinense Matheus Navarro e o baiano Marcos Fernandez não conseguiram achar boas ondas e o português passou em segundo lugar para a terceira fase.

“Eu estava na maior ansiedade esses dias, pois estou com pranchas novas e a vontade de competir era grande”, disse Michael Rodrigues. “A gente viaja o ano inteiro querendo estar em casa, perto dos amigos e esse evento é muito importante pra mim porque minha família está aqui também. Minha mãe veio lá do Ceará pra me ver no evento e estou muito feliz por começar vencendo minha primeira bateria aqui”.

Sobre defender o título da etapa catarinense e buscar uma vaga no WCT, Michael respondeu de forma cautelosa: “Eu procuro nem pensar nisso agora. Quero mais é me divertir mesmo, competir, estar aqui com meus amigos, surfando em casa. Acho que o resultado vem daquilo que você planta, de como você está trabalhando e eu sempre tento fazer o meu melhor nas baterias. Tenho treinando bastante e estou muito focado para competir bem, sem ficar pensando na classificação para o WCT. Se for para ser, será”.

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David do Carmo ataca a junção sem piedade. Foto: © WSL / Smorigo

VAGAS NO G-10 – Para Michael Rodrigues ingressar no G-10 em Santa Catarina, ele vai precisar chegar nas semifinais do Red Nose Pro Florianópolis SC para ultrapassar três adversários no ranking numa tacada só. Dois deles foram eliminados em suas estreias na Praia do Santinho, o australiano Ryan Callinan na quarta-feira e o francês Maxime Huscenot no confronto que abriu a quinta-feira. O outro é o australiano Adam Melling, que está em Portugal disputando a penúltima etapa do Samsung Galaxy World Surf League Championship Tour 2015.

Outros dois envolvidos nesta disputa direta pelas últimas vagas no G-10 estrearam com vitórias na quinta-feira em Florianópolis. O australiano Stu Kennedy está quatro posições abaixo de Michael Rodrigues na porta de entrada da zona de classificação para o WCT e derrotou três brasileiros na sua bateria, com o carioca Lucas Silveira passando em segundo lugar para a terceira fase. Kennedy também precisa chegar nas semifinais para trocar os mesmos 2.200 pontos do pior resultado de Michael Rodrigues, mas só conseguirá ultrapassar o francês Maxime Huscenot no ranking e não três concorrentes como o cearense.

Já o francês Joan Duru foi o último a estrear na bateria que fechou a segunda fase do Red Nose Pro Florianópolis SC e a quinta-feira na Praia do Santinho. Curiosamente, a bateria envolveu os dois surfistas que disputaram o título da etapa do QS 1500 encerrada domingo passado em Santa Cruz, na Califórnia, Estados Unidos. De novo, o capixaba Rafael Teixeira derrotou o norte-americano Derek Peters, que ainda foi superado pelo catarinense Luan Wood. Rafael Teixeira então ficou com a última vaga para a terceira fase, que será realizada nesta sexta-feira, com a primeira chamada do dia marcada para as 7h30 na Praia do Santinho.

“Eu tive que esperar alguns dias para disputar minha primeira bateria aqui e estou feliz por ter começado com vitória”, disse o francês Joan Duru. “Foi bem legal. Apesar do mar um pouco pequeno, eu tive sorte de achar duas ondas para tirar boas notas. Eu preciso de um bom resultado ainda para entrar no WCT e estou bem confiante em conseguir isso nestes três eventos do Brasil, para não depender das etapas do Havaí que são mais complicadas”.

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Bino Lopes também segue na briga. Foto: © WSL / Smorigo

SEXTA-FEIRA ÀS 7H30 – Na quinta-feira foram realizadas as doze baterias que restavam para fechar a segunda fase. Os 48 classificados agora vão se enfrentar na terceira e última rodada de confrontos formados por três competidores, que será realizada nesta sexta-feira em Florianópolis. A primeira chamada para a primeira bateria, com o catarinense Caetano Vargas, o norte-americano Kanoa Igarashi, o australiano Connor O´Leary e o francês Nomme Mignot, foi marcada para as 7h30 na Praia do Santinho.