Punta de Lobos

Carnaval é no Chile

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Queria muito fugir da loucura do carnaval carioca, então aproveitei as milhas juntadas no cartão de crédito e, sem olhar a previsão do surf, parti em direção a Pichilemu, a 207 km ao Sul de Santiago, capital do Chile.

Quatro horas de ônibus, mais 15 minutos de táxi e enfim cheguei ao Hostel Punta de Lobos, outro tiro no escuro, pois não havia informação nenhuma sobre esta pousada na internet. 

Cheguei à noite e no hostel não havia nenhum surfista e sim uma galera agitada pelo final do verão chileno. Será que eu havia saído de uma doideira, o carnaval carioca, para entrar em outra?

Depois de uma noite mal dormida ao som de ”Ai se eu te pego”  de Michel Telo, hit do verão chileno de 2012, caminhei cerca de 1,5 quilômetros para enfim conhecer o famoso pico de Punta de Lobos.

Apesar de não estar nos seus melhores dias – palavras de um instrutor de surf que havia no local – para mim que vinha de dois meses de flat do verão carioca estava clássico. 1, 5 metros de ondas perfeitas com uma seção de tubos em El Mirador e outra seção “muy larga” em El Diamante (mais abaixo do pico).

Fiz umas fotos de line up e corri para a água super gelada. De dentro pude observar que na areia mais parecia um carnaval: praia lotada, música, barracas, pessoas de todos os tipos. Era o último fim de semana do verão chileno e ainda de quebra iria rolar uma etapa do Alas Tour, o circuito latino-americano profissional.

Mesmo com todo o crowd em Pichilemu, o surf nos outros dias foi tranqüilo, com ondas tubulares e perfeitas. O pico de La Puntilla, a quinze minutos de Punta de Lobos, era uma alternativa boa com ondas extensas e perfeitas.  O campeonato rolou show com muitos brasileiros quebrando nas ondas de Punta de Lobos, destaque para Antonio Eudes, vice-campeão do evento. 

Para fechar só me restava conhecer a capital do Chile, Santiago, e logo na minha primeira e única night na cidade vi muita gente bonita, tomei muito pisco com coca-cola e escutei muito samba e bossa nova.

Fugi do carnaval no Brasil e fui parar em “outro”, no Chile. Peguei altas ondas, fiz umas fotos e conheci um pouco do melhor país da América do Sul.

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