Bom de bico

A saga do LQS

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Viúdes, Picuruta, Amaro e Bahia prontos para defenderem as cores da bandeira brasileira pelo mundo. Foto: Arquivo pessoal Viúdes.

Com três etapas no mês de março, a Austrália deu sua largada no Longboard Qualifying Series, divisão regional de acesso ao World Longboard Tour, circuito que define o título mundial de longboard profissional.

Os EUA também já colocaram seus primeiros pontos em jogo em Huntington Beach. O carioca Roger Barros, que está fora do WLT 2009, foi o único brasileiro que competiu na etapa americana.

Assim como na Austrália, os americanos contam com boas etapas para 2009, graças à PLA (Professional Longboard Associaton), exemplo de entidade voltada exclusivamente à modalidade.

Muitos surfistas que estavam afastados das competições estão de olho em uma vaga para o WLT. Com o circuito LQS distribuindo preciosos pontos, nomes como Jay Byrnes, Seb Wilson, Ian Bell, Josh Moir e outros estão voltando à ativa.

 

Isto é muito bom para a cena internacional, mas o Brasil ainda não confirmou nenhuma etapa qualificatória e sai em desvantagem em relação aos EUA, Austrália, Hawaii, Europa e até Japão. Cada um desses países conta com etapas do LQS em seus calendários, procurando se enquadrar dentro da nova realidade do circuito mundial.

Com muito esforço de todos os envolvidos em competições, o Brasil chegou ao patamar de potência da modalidade e agora corremos o risco de ficar em desvantagem caso não aconteça alguma etapa por aqui.

 

Temos seis participantes no WLT 2009: Eduardo Bagé, Phil Rajzman, Picuruta Salazar, Jaime Viúdes, Amaro Matos e Carlos Bahia. Este ano o circuito será formado por apenas 32 surfistas. É um número expressivo, principalmente por termos cinco entre os tops 16, mas o suporte do LQS é importante para repatriar o Mica, Mula, Freitas, Jonas Lima e outros, além de colocar novos nomes na divisão principal.

Confira abaixo um resumo dos quatro campeonatos que abriram o calendário do LQS.

 

Smarts Concrete Agnes Water Classic ? 4 a 5/3, Austrália – Agnes Water, na região de Queensland, foi sede da primeira etapa da perna australiana do LQS. O ?old style? californiano mostrou que ainda sobrevive no meio do surf progressivo, pelo menos quando as condições do mar favorecem.

 

O americano Troy Mothershead venceu com estilo e o vice Jared Neal também abusou das penduradas para deixar o versátil californiano Taylor Jensen em terceiro e o australiano Jackson ?cara de velho? Close, em quarto.

O LQS feminino também está a todo vapor e vem acompanhando a caravana com muita classe. As garotas estão provando que um longboard é a prancha ideal para as mulheres, surfando com beleza plástica e classe nas passadas e curvas.

 

Porém, aquelas que têm as batidas como complemento vêm levando nítida vantagem, caso da australiana Chelsea Willians e da americana campeã mundial de 2007, Jenifer Smith. Ambas são extremamente técnicas e polidas tanto na rabeta quanto no bico, encaixando as manobras na hora certa sem perder a postura e por isso elas foram campeã e vice respectivamente. Georgia Young e Rosie Lockie foram as terceiras e quartas colocadas.

 

Costa Del Mar Longboard Pro ? 13 a 15/3, Califórnia (EUA) – O tricampeão mundial Collin McPhillips voltou a vencer um campeonato depois de alguns tropeços no WLT do ano passado. Na final ele não deu chances ao marrento havaiano Kai Sallas e venceu com o placar de 11.50 a 6.00 pontos.

As ondas de Huntington Beach não possibilitaram grandes performances e na primeira semifinal Kai eliminou o americano Steve Newton. Josh Moir, um dos longboarders mais influentes na Califórnia, não foi páreo para Collin na disputa seguinte.

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Jaime Viúdes treina pesado para o WLT. Foto: Richard Zuppa.

Depois de uma boa estréia, o campeão brasileiro de 2007 Roger Barros parou nas quartas diante de Kai Sallas, que fez o maior somatório do campeonato nessa bateria. Apesar disso, Roger conseguiu uma boa quinta colocação.

A categoria feminina também valeu pelo LQS e foi vencida por Bianca Valenti, seguida de Hallie Rohr em segundo e Michelle Layton em terceiro, todas americanas. A brasileira Cris Pires, que reside na Califa, também participou mas acabou eliminada na estréia.

 

Noosa Festival of Surfing (Golden Breed Man/Noosa festival Woman) ? 15 a 22/3, Austrália – O tradicional evento de Noosa Heads, criado em 1992 para realizar disputas entre membros do clube local e convidados, ganhou popularidade ao longo dos anos e se tornou o mais importante campeonato de longboard da Austrália.

O famoso point break apresentou direitas com cerca de 1 metro, que apesar de pequenas estavam perfeitas e possibilitaram grandes duelos. Os estilos progressivo e clássico mais uma vez se encontraram na final, o que deixou a disputa bem interessante.

Em Agnes Water, o ?old style? imperou, mas em Noosa as ondas ofereceram um pouco mais e a história foi diferente. Taylor Jensen surfou com uma leitura de onda perfeita, além das sequências espantosas nas manobras de rabeta, ele encaixou altos noseridings para deixar o australiano campeão mundial de 2006, Josh Constable em segundo, o americano Cristian Wach em terceiro e o local Harrison Hoach em quarto.

O nível dessa final foi muito alto, com o campeão alcançando a média de 18.70 pontos. Josh marcou 17.15 e o terceiro colocado 16.10.

No Feminino, as australianas Chelsea Willians e Melissa Combo foram impressionantes e descartavam high scores com facilidade. Chelsea fez 17.70 e Melissa 17.50 pontos, deixando as também australianas Selby Riddle e Isabelle Braley na terceira e quarta colocações respectivamente.

 

Malfunction ? 25 a 29/3, Austrália – O campeonato rolou com boas condições em Kingscliff. Com ondas mais fortes, os surfistas estenderam seus limites e três australianos e um americano fizeram a final.

Apesar de serem muito bons no nose, Dane Pioli (campeão), Taylor Jensen (vice), Josh Constable (3°) e Jackson Close (4°) também chamam atenção pelas manobras fortes na rabeta, com uma linha definida e polida no melhor estilo australiano.

 

Os três últimos fazem parte do WLT e sempre brigam pelas primeiras colocações, principalmente as ?girafas? Taylor e Josh.

 

As meninas novamente deram show, com vitória de Tessa Davidson e Chelsea Willians em segundo. A filha do mito Nat Young, Nava, foi a terceira e a havaiana Crystal Dzigas terminou em quarto.

Para conferir os resultados completos, incluindo das categorias amadoras, acesse os hot sites dos eventos dentro dos sites ASP Australasia e ASP North America.