André Carvalho

A descoberta das Canárias

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Em 2002 ou 2003, não lembro exatamente o ano, um amigo uruguaio para quem trabalhei como ajudante de obra no Hawaii me falou que as Ilhas Canárias eram o Hawaii europeu. Na época achei piada, nunca tinha escutado falar deste arquipélago e, convenhamos, Hawaii só tem um!

 

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Mas desde aquele dia acredito que as palavras do brother mantiveram-se vivas na minha cabeça. Conforme planejado, depois de passar uns tempos em Portugal queria pegar ondas nas Ilhas Canárias ou no México, a escolha dependia basicamente da grana.

 

Durante a etapa do mundial de bodyboard no último mês de agosto em Sintra, Portugal, tive o prazer de conviver com o fotógrafo Elmo Ramos (quem conhece o bodyboard brasileiro sabe quem é). Ele disse o que eu precisava ouvir sobre qual seria o destino depois das terras lusitanas.

 

No final de setembro, embarquei para a ilha de Gran Canária sem muitas expectativas do que encontraria. Minhas referências eram clipes de filmes gringos (com participações do Guilherme Tâmega) em uma onda chamada de El Fronton e competições internacionais (destaque para Uri Valadão) nas ondas de El Confital assistidas pela internet.

 

Ciceroneado e “pilhado” por Elmo, residente local, casado com uma nativa e pai de outra, aproveitei bastante as ondas do lado Norte da ilha. Foi bacana ter a companhia da Elúa (bodyboarder catarinense que termina seu mestrado em breve em uma Universidade Canária), do português Zsolt Lorincs, que assim como eu era marinheiro de primeira viagem, e de alguns locais amigos do Elmo entre eles Adrian Navarro, Adrian Toledo e Samuel.

 

Durante os 15 dias que permaneci em Gran Canária entraram duas boas ondulações. Ondas de alta performance e absurdamente alucinantes rolaram para a prática do bodyboard!

 

Pertencente a Espanha, as ilhas tem no turismo, nas plantações de bananas e tomates seus principais produtos. Cristóvão Colombo passou pela primeira vez por lá em meados de 1492, antes de chegar nas Américas, e os primeiros investimentos espanhóis, fora a exploração habitual da época, foram em resorts para férias de famílias ricas entre os anos 1700 e 1800.

 

Voltando ao bodyboard, o nível dos praticantes locais é altíssimo, assim como no Hawaii. Conhecedores de suas ondas, os locais dão show em condições extremas e enchem os olhos de quem gosta do esporte. Além disso, eles praticam o localismo (outra característica parecida com o Hawaii).

 

Não é aconselhável uma visita em bandos e as leis de respeito dentro da água não lhe garantem boas ondas. Paciência e um pouco de “go for it” são necessários por lá!

 

Não conheço a Europa inteira para dizer que as Ilhas Canárias são o Hawaii europeu, porém digo amarradão que é um lugar alucinante, com ondas de alto padrão e ótimas para quem busca evolução técnica. Como se diz por lá ao despedir-se: “Venga mi niño”.

 

A viagem de André Carvalho teve apoio da Truzz Wetsuits, Refresh Bodyboards e Padang SurfShop.