Um estudo indica que o choque da erupção vulcânica que gerou um tsunami em Tonga, no Oceano Pacífico, se espalhou por vários cantos do planeta na forma de variações na pressão atmosférica, inclusive no Brasil, que apresentou alterações do nível do mar nas regiões costeiras.
A descoberta foi publicada no periódico científico Geophysical Research Letters e confirmada pelo IBGE. Os cientistas responsáveis pelo levantamento constataram que a erupção do vulcão submarino Hunga-Tonga Hunga-Ha’apai, no arquipélago de Tonga, em janeiro, resultou em um tsunami que foi sentido em locais fora do Pacífico, na forma de variações na superfície do mar, mesmo em países não banhados pelo Pacífico.
Segundo as medições, a erupção vulcânica no Pacífico provocou pequenas ondas de tsunami, antes de surgirem ondas maiores. Contudo, em regiões mais distantes, centenas de estações costeiras identificaram pequenas ondas nascidas do Tonga que não alcançaram alturas elevadas.
O momento em que essas ondas começaram está associado também com a passagem de uma onda de pressão atmosférica gerada pela erupção do vulcão. Por isso, os especialistas apontam que essas ondas amenas em diferentes continentes são frutos de um meteotsunami, fenômeno que se origina nas movimentações das águas pelas mudanças súbitas na pressão atmosférica.
“É por isso que vimos estas ondas fora do Pacífico. Por sua vez, as ondas grandes no Pacífico provavelmente se originaram na região do vulcão ou perto dela e, por esta razão, não foram vistas em outros lugares”, esclareceram os especialistas.
Dimensão do tsunami
Segundo o site Metsul, no primeiro momento, o tsunami Tonga consistiu em uma onda inicial pequena, que se manifestou mais cedo do que o normal para um tsunami que se alastra em um ponto distante do vulcão.
Embora os efeitos desse incidente tenham sido leves na costa brasileira, alguns países vizinhos direcionados para o Pacífico sentiram diretamente a chegada de ondas elevadas. Na cidade chilena de Chañaral, na costa do Atacama, as primeiras ondas foram 20 centímetros de altura maiores que as normais, apenas 9h depois da erupção do vulcão. Cerca de 18h mais tarde, foram identificadas ondas de 3,4 metros.
Fonte UOL