Billabong Pro Ericeira

Três brazucas nas oitavas

Alex Ribeiro comanda ataque brasileiro no QS 10.000 de Ericeira e avança à fase dos 16 melhores com Samuel Pupo e Yago Dora.

0
Máquina ligada em Ribeira D’Ilhas para o Billabong Pro Ericeira 2019.

A máquina portuguesa de Ribeira D’Ilhas continua ligada e bombando longas direitas, que nesta sexta-feira quebraram com mais de 1,5 metro nas séries para o quarto dia do Billabong Ericeira Pro, etapa do QS de nível 10.000. Alex Ribeiro foi o nome do dia e avançou às oitavas de final com Samuel Pupo e Yago Dora.

Clique aqui para ver as fotos

Clique aqui para ver o vídeo

No total, 18 baterias de 30 minutos foram realizadas, sendo sete da terceira fase, oito da quarta e três das oitavas. Alex deu show no primeiro duelo que disputou nesta sexta-feira, num momento de maré mais seca e de ondas com paredes mais em pé no pico da região de Ericeira. O brasileiro marcou 9.83 pontos com oito manobras, a maior nota de toda a competição, na vitória pelo round 3, quando avançou com Yago Dora. Os dois eliminaram um forte adversário na luta por vagas na elite de 2020: o francês Jorgann Couzinet, atual número 4 do QS 2019, que com a 25ª posição na prova não vai alterar sua pontuação no ranking. Em quarto lugar no duelo ficou o peruano Miguel Tudela.

Na bateria da quarta fase, já com a maré mais cheia e ondas com paredes mais volumosas, tendo menos seções em pé, Alex passou com mais dificuldade. O brasileiro ficou na frente durante quase todo o duelo, mas quase sempre com seus adversários precisando de notas baixas para retirá-lo da posição. Porém, perto do fim ele acertou duas fortes batidas e colocou 7.27 no somatório, ampliando a diferença para seus oponentes. O havaiano Joshua Moniz ainda conseguiu pular pra frente com 7.93 em sua última direita e os dois avançaram. Pior para o australiano Caleb Tancred, que ficou em terceiro e foi eliminado.

“Hoje foi um desafio com altas ondas. O mar começou com um metrão, mas depois subiu bastante e foi uma maratona, com uma remada muito sinistra, mas deu certo, consegui fazer a melhor nota do evento. Dois juízes me deram 10 e fiquei com 9.83. Consegui passar a outra bateria num mar grande e difícil, com maré cheia. Coloquei tudo em jogo ali e deu certo, estou amarradão. Agora as oitavas de final e quero ir longe nesse evento. O foco continua, estou bem no ranking, mas não posso aliviar. Quanto mais longe conseguir ir, melhor, e vamos com tudo, vamos para as cabeças”, disse Alex para o Waves.

Alex Ribeiro manobra forte e anota a maior nota de todo o evento.

Outro brazuca que venceu duas baterias no dia foi Samuel Pupo, que abriu as disputas desta sexta-feira com 8.50 pontos numa direita que ele executou sete manobras, sendo as duas batidas que finalizaram a apresentação as mais expressivas. Na quarta fase o atleta conquistou 7.50 na segunda onda com rasgadas fluidas e feitas com velocidade, mas seus adversários foram se soltando. O sul-africano Matthew McGillivray arrancou 8.23 e o norte-americano Nat Young, com duas notas médias conquistadas em sequência, mandaram o brasileiro para o terceiro lugar.

Samuel ficou com a prioridade e tinha pouco mais de quatro minutos pra arrancar 4.17 e avançar. O brasileiro manteve a calma, escolheu uma onda e abriu a apresentação com duas fortes batidas, depois passou a seção espumada e mandou uma rasgada e outra batida pra conseguir 6.03 e a vitória. Matthew ficou em segundo e Nat foi eliminado.

O paulista falou com o Waves logo após o fim dos duelos. “Foi um dia longo e como é um point break, você tem que remar muito e é cansativo. Muito feliz de fazer 8.50 logo na primeira onda desta sexta-feira. Eu estava usando uma prancha que eu não colocava na água há um tempo, mas estava bem confiante. Logo nas primeiras manobras senti a prancha muito boa e consegui encaixar uma sequência de manobras bem legais no final da onda. Na minha cabeça eu achei que ela seria na casa dos 9 pontos pela comparação que eu tinha dos outros dias, mas como era a primeira onda, os juízes acabaram mantendo o score um pouco menor. E foi justo, pois tivemos várias melhores que a minha durante o dia e que realmente entraram na casa dos 9”, disse Samuel, que comentou também sobre o segundo confronto que valeu vaga nas oitavas.

“A outra bateria foi bem difícil, as condições já estavam bem diferentes e eu não conseguia escutar quase nada que o locutor falava, mas sabia que eu tinha uma onda boa e que precisava fazer a segunda. Esperei a onda até o final, tive sangue frio e consegui fazer a virada. Surfei com bastante confiança, acabei pulando para a primeira posição e fiquei muito feliz de avançar. Amanhã vai ser um dia longo e eu espero estar bem descansado pra dar o meu melhor”, finalizou Samuel que vai encarar o norte-americano Ian Crane nas oitavas.

Samuel Pupo segue vivo na competição.

O outro brazuca classificado para a fase dos 16 melhores é Yago Dora. Depois de passar em segundo lugar no round 3, o catarinense chegou forte na quarta fase e abriu a disputa com as notas 5.50 e 7.50, colocando boa vantagem na frente. Enquanto seus adversários mostravam muita dificuldade em achar ondas boas, Yago ampliou a diferença com 7.10 e venceu. O sul-africano Adin Masencamp avançou em segundo lugar e o francês Charly Quivront deu adeus à competição. A próxima bateria dele vai ser contra Alex Ribeiro.

Baixas brasileiras – O Brasil teve oito surfistas eliminados nesta sexta-feira. Lucas Silveira, Peterson Crisanto, Ian Gouveia, Thiago Camarão, Willian Cardoso e João Chianca caíram na terceira fase, enquanto Miguel Pupo e Alejo Muniz se despediram do evento no round 4.

Próxima chamada – A próxima chamada para o Billabong Ericeira Pro acontece neste sábado, às 4:00 no horário de Brasília.

Assista às disputas ao vivo aqui no Waves.

Round 3
Baterias desta sexta-feira

6 Samuel Pupo (BRA) 14.10 x Patrick Gudauskas (EUA) 12.10 x Lucas Silveira (BRA) 11.40 x Dylan Lightfoot (AFR) 7.94
7 Chris Zaffis (AUS) 13.77 x Frederico Morais (POR) 13.37 x Peterson Crisanto (BRA) 11.57 x Keanu Asing (HAV) 9.10
8 Connor O’Leary (AUS) 16.34 x Stuart Kennedy (AUS) 15.07 x Sheldon Simkus (AUS) 10.07 x Ian Gouveia (BRA) 9.40
9 Alejo Muniz (BRA) 15.57 x Luke Gordon (EUA) 14.66 x Evan Geiselman (EUA) 10.47 x Beyrick De Vries (AFR) 7.37
10 Alex Ribeiro (BRA) 15.73 x Yago Dora (BRA) 14.60 x Jorgann Couzinet (FRA) 11.16 x Miguel Tudela (PER) 10.70
11 Joshua Moniz (HAV) 12.67 x Adin Masencamp (AFR) 9.93 x Thiago Camarão (BRA) 9.93 x Willian Cardoso (BRA) 7.90
12 Charly Quivront (FRA) 14.33 x Caleb Tancred (AUS) 13.46 x João Chianca (BRA) 11.40 x Hiroto Ohhara (JAP) 6.33

Round 4

1 Cooper Chapman (AUS) 12.60 x Morgan Cibilic (AUS) 10.93 x Jake Marshall (EUA) 10.60
2 Jacob Willcox (AUS) 15.66 x Ethan Ewing (AUS) 13.54 x Miguel Pupo (BRA) 8.84
3 Patrick Gudauskas (EUA) 12.94 x Ian Crane (EUA) 9.67 x Joan Duru (FRA) 0.00 (lesionado)
4 Samuel Pupo (BRA) 13.53 x Matthew McGillivray (AFR) 13.13 x Nat Young (EUA) 11.67
5 Stuart Kennedy (AUS) 11.70 x Chris Zaffis (AUS) 10.60 x Luke Gordon (EUA) 8.37
6 Connor O’Leary (AUS) 12.17 x Frederico Morais (POR) 11.60 x Alejo Muniz (BRA) 10.64
7 Joshua Moniz (HAV) 15.10 x Alex Ribeiro (BRA) 12.77 x Caleb Tancred (AUS) 8.53
8 Yago Dora (BRA) 14.60 x Adin Masencamp (AFR) 10.07 x Charly Quivront (FRA) 9.63

Oitavas de final

1 Ethan Ewing (AUS) 16.50 x 8.17 Cooper Chapman (AUS)
2 Jacob Willcox (AUS) 11.83 x 11.03 Morgan Cibilic (AUS)
3 Matthew McGillivray (AFR) 13.40 x 13.17 Patrick Gudauskas (EUA)

Próximas baterias

4 Samuel Pupo (BRA) x Ian Crane (EUA)
5 Stuart Kennedy (AUS) x Frederico Morais (POR)
6 Connor O’Leary (AUS) x Chris Zaffis (AUS)
7 Joshua Moniz (HAV) x Adin Masencamp (AFR)
8 Yago Dora (BRA) x Alex Ribeiro (BRA)