Ballito Pro

Jordy perto do 10

Jordy Smith chega perto da perfeição nesta sexta-feira e faz a maior nota do QS 10.000 na África do Sul; Miguel Pupo também brilha e é um dos nove brasileiros classificados para a oitava fase em Ballito.

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Jordy arrebentou hoje no Ballito Pro 2019.

A estreia de Jordy Smith foi na última quinta-feira e com vitória, mas foi nesta sexta (5/7) que o cara aprontou. O Top sul-africano escovou uma direita com duas fortes rasgadas e mais duas potentes batidas para arrancar 9.57, a maior nota do Ballito Pro, QS 10.000 que acontece na África do Sul.

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Como previsto, o mar amanheceu devagar, mas logo as séries apareceram e, mesmo com o vento lateral soprando muito forte, as direitas e esquerdas que chegaram a 1,5 metro tinham paredes abertas para boas manobras até o início da tarde. E foi nesse cenário que o sul-africano da elite, Jordy, deu seu show e mostrou que quer a terceira vitória no evento.

“Eram poucas as oportunidades lá dentro, mas eu conheço essa onda e já surfei o suficiente para saber exatamente o que preciso fazer. Eu tentei duas, três esquerdas e não deu certo, então mudei o plano e passei a esperar, então fui melhorando até pegar o nove (9.57)”, disse o Jordy, que venceu em Ballito nos anos de 2017 e 2010, além de ter sido vice em 2013 e terceiro em 2011.

Wiggolly voltou a atacar com força as direitas de Ballito.

Algumas baterias antes, o havaiano Barron Mamiya tinha arrancado 9.17 dos juízes, numa esquerda em que ele acelerou e voou num aéreo de backside com rotação completa. E essa também foi a arma de Ian Gouveia e Weslley Dantas, na disputa que também teve Wiggolly Dantas e o havaiano Keanu Asing, que ficou perdido no outside de Ballito. Ian arrancou 7.70 com um aéreo e Weslley 6.93. Mas quem acabou levando a melhor foi Wiggolly, que mais uma vez atacou com power as direitas e somou duas notas na casa dos sete pontos (7,33 e 7,07). No último terço do confronto, Weslley tentou de todas as formas pegar outra esquerda pra decolar, mas a prioridade estava com Ian, que só liberou ondas sem potencial.

Logo após o duelo, o ubatubense Wiggolly falou com o Waves. “A bateria foi boa. Meu irmão e Ian começaram bem, com aéreos nas primeiras ondas. Eu comecei com 5.27, depois peguei uma onda e com quatro manobras fiz 7.33. Fiquei esperando, e no meio da bateria acabei fazendo outro sete (7.07) numa onda menor, com duas batidas. Estou muito feliz de ter passado. Esse campeonato é muito importante pra mim, pra minha carreira, pra minha classificação, então estou bem focado”, comentou o surfista, que também falou sobre o irmão.

“Quando faltavam uns oito minutos, Ian ficou marcando meu irmão, que precisava de 7.08, mas acabou não conseguindo e terminou em terceiro”, disse Wiggolly, que pela segunda vez em 2019 compete na mesma bateria de Weslley. A primeira foi em Arica, no Chile, e ele também avançou em primeiro e Weslley acabou se despedindo da competição ao ficar em quarto lugar.

Ian também falou com o Waves e contou sobre o confronto. “Foi boa a bateria, fiquei amarradão de ter avançado. Antes de entrar na água eu já sabia que seria muito disputada pelo fato de os irmãos serem bastante competitivos, então eu sabia que tinha que dar um gás para conseguir notas altas. Durante toda a bateria eles revezaram na liderança e no fim eu acabei ficando em segundo. Fiquei amarradão! Vamos para a próxima”.

Ian passou por uma dura batalha.

Melhor brasileiro no dia – Outro brasileiro que avançou para a oitava fase foi Miguel Pupo, e com direito a uma nova 9.00, conquistada com fortes manobras de backside. O surfista de São Sebastião (SP) abriu a bateria assim e na sequência somou mais 5.17 para abrir larga vantagem sobre seus adversários, que até a metade do confronto não conseguiram nenhuma onda de um ponto. Na parte final, os australianos Matt Banting e Ethan Ewing entraram no jogo. Matt avançou em segundo e Bino Lopes, que teve muita dificuldade em achar as ondas, terminou o duelo em último, se despedindo do Ballito Pro 2019 ao lado de Ethan.

“O começo foi ótimo, pois logo após o toque da buzina (que indica o início da bateria) eu fiz a onda do 9.00. Graças a Deus o começo das minhas duas baterias aqui foi assim, ainda mais no mar de hoje, que estava bem difícil, e com a maré mais cheia as melhores ondas estavam demorando mais. Acabei dando essa sorte. Estou feliz e agora é ir para o próximo round. O mar amanhã vai estar muito diferente, então é acordar, ver as condições e se adaptar”, falou Miguel ao site Waves.

Brasileiros no round 8 – No total, nove brasileiros se classificaram para o oitavo round. Além de Wiggolly, Ian e Miguel, Adriano de Souza, Caio Ibelli, Marco Fernandez, Deivid Silva, Jessé Mendes e Flavio Nakagima chegaram na fase das baterias entre três surfistas.

Adriano abriu a sexta-feira avançando em segundo lugar, atrás do australiano Jack Freestone, que foi semifinalista em 2018. Alguns duelos depois, Caio, que ficou em terceiro lugar nessa prova no ano de 2015, fez dobradinha com Marco.

Adriano também avançou.

Deivid competiu num momento em que as ondas já estavam bastante deterioradas, mas achou boas direitas e soltou as manobras para vencer. Na antepenúltima disputa da sétima fase, Jessé venceu, e na última, Flavio Nakagima conseguiu driblar as muito difíceis condições do mar para reverter o placar da bateria e sair vitorioso, avançando com o atleta da elite, o australiano Wade Carmichael.

Caio também está na oitava fase.

Baixas brasileiras – O Brasil perdeu cinco surfistas na etapa. Marcos Correa, Luel Felipe, Bino Lopes e Lucas Silveira, além de Weslley Dantas, foram eliminados.

Próxima chamada – A próxima chamada para o Ballito Pro 2019 acontece neste sábado, a 1:30 no horário de Brasília. A previsão indica que as condições vão estar boas para o surfe, com ondas de 1 a 1,5 metro.

Weslley voou bonito, mas não avançou.

Ballito Pro 2019

Resultados desta sexta-feira

Round 7

3 Jack Freestone (AUS) 11.93 x Adriano de Souza (BRA) 11.87 x Marcos Correa (BRA) 11.54 x Miguel Tudela (PER) 11.50
4 Wiggolly Dantas (BRA) 14.40 x Ian Gouveia (BRA) 14.00 x Weslley Dantas (BRA) 12.70 x Keanu Asing (HAW) 7.50
5 Barron Mamiya (HAV) 15.67 x Jorgann Couzinet (FRA) 12.60 x Reef Heazlewood (AUS) 12.03 x Torrey Meister (HAV) 9.60
6 Caio Ibelli (BRA) 12.67 x Marco Fernandez (BRA) 11.90 x Kalani Ball (AUS) 10.77 x Joh Azuchi (JAP) 10.76
7 Jordy Smith (AFR) 16.07 x Mihimana Braye (TAH) 12.27 x Jake Marshall (EUA) 10.87 x Kyuss King (AUS) 9.36
8 Deivid Silva (BRA) 13.60 x Joan Duru (FRA) 11.77 x Luel Felipe (BRA) 10.90 x Evan Geiselman (EUA) 10.67
9 Miguel Pupo (BRA) 14.17 x Matt Banting (AUS) 11.47 x Ethan Ewing (AUS) 10.70 x Bino Lopes (BRA) 6.33
10 Jessé Mendes (BRA) 10.73 x O’Neill Massin (TAH) 10.33 x David Van Zyl (AFR) 9.43 x Marco Giorgi (URU) 9.37
11 Reo Inaba (IDN) 11.73 x Maxime Huscenot (FRA) 11.50 x Ian Crane (EUA) 8.60 x Lucas Silveira (BRA) 7.60
12 Flavio Nakagima (BRA) 13.70 x Wade Carmichael (AUS) 13.37 x Tanner Hendrickson (HAV) 11.40 x Griffin Colapinto (EUA) 8.73

Próximas baterias

Round 8

1 Ezekiel Lau (HAV) x Carlos Munoz (CRC) x Adriano de Souza (BRA)
2 Jordan Lawler (AUS) x Beyrick De Vries (AFR) x Jack Freestone (AUS)
3 Wiggolly Dantas (BRA) x Marco Fernandez (BRA) x Barron Mamiya (HAV)
4 Caio Ibelli (BRA) x Ian Gouveia (BRA) x Jorgann Couzinet (FRA)
5 Jordy Smith (AFR) x Joan Duru (FRA) x Matt Banting (AUS)
6 Deivid Silva (BRA) x Mihimana Braye (TAH) x Miguel Pupo (BRA)
7 Jessé Mendes (BRA) x Wade Carmichael (AUS) x Reo Inaba (IDN)
8 Flavio Nakagima (BRA) x O’Neill Massin (TAH) x Maxime Huscenot (FRA)