Pro Bells Beach

Filipe é campeão na Austrália

Melhor na estratégia e superior nas manobras. Filipe Toledo vence australianos Ethan Ewing na semi e Callum Robson na final e fica com o sino de campeão do Pro Bells Beach.

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Filipe Toledo é o campeão do Pro Bells Beach 2022.

Em 2019 ele bateu na trave, mas dessa vez deu tudo certo. Filipe Toledo venceu neste domingo (17) o Pro Bells Beach, na Austrália. O brasileiro foi melhor na estratégia e no surfe para vencer dois atletas da casa e faturar o sino de campeão da etapa.

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“Quero parabenizar a WSL, porque tivemos momentos difíceis, campeonatos cancelados, num ano que o mundo parou, mas trabalharam duro para voltar o circuito no ano passado e agora aqui para Bells. É muito poder estar aqui nesse lugar especial, com muita história e eu não poderia estar mais feliz com esse presente”, comemora Filipe Toledo.

Filipinho se adaptou as difíceis condições do mar na semifinal, numa bateria de raras ondas, e na final não surfou as melhores direitas, porém fez um excelente surfe de borda e de aéreos para ser o campeão.

As finais começaram com ondas acima de 1 metro, porém rapidamente as séries perderam tamanho e ficaram escassas. Na semi Filipe soube jogar com as armas que tinha. A bateria teve poucas ondas. O brasileiro optou por ficar mais pra dentro da bancada e surfou direitas pequenas, enquanto Ethan Ewing aguardou séries maiores que não apareceram e ele foi eliminado.

Filipe Toledo decola em Bells Beach.

Desde o início da disputa o brasileiro ficou mais pra dentro do pico. Foi assim que ele largou com 6.00 pontos conquistados com dois aéreos com rotação. Essa onda foi surfada após 14 minutos sem ação.

Enquanto Filipe continuava mais pra dentro do pico, Ethan permanecia no bowl de Bells esperando uma série. Aos 21 minutos o brasileiro surfou outra onda pequena, fez uma sequência de batidas e colocou mais 4.73 pontos no somatório. Ele aproveitou e saiu da água para trocar de prancha.

O australiano necessitava de 10.73 pontos para virar o resultado, porém não entrava em ação. A primeira onda surfada por Ethan aconteceu quando restavam seis minutos para o fim. Ele pegou uma direita pequena e anotou 3.43 pontos.

O tempo passou e perto do fim o brasileiro usou a prioridade para bloquear o adversário, porém ainda teve tempo de o australiano surfar. Ethan errou a primeira manobra e se despediu do evento.

Ethan Ewing termina em terceiro lugar na etapa.

Logo após o duelo a competição foi paralisada. Três horas depois o Pro Bells Beach foi reiniciado com a segunda semifinal masculina, que teve dois australianos. A bateria foi apertada. Os dois surfistas pegaram oito ondas cada um, e no final Callum Robson venceu Jack Robinson.

Callum fez a melhor nota (6.83) e Jack até chegou perto de virar quando fez 6.00 pontos, porém ele precisava de 6.37. O placar final ficou 11.86 a 11.50 para Callum.

Callum Robson vence bateria entre australianos na semifinal.

Final – Filipe foi soberano na final. Callum surfou as melhores ondas, mas Filipe apresentou uma excelente performance nas que surfou, manobrando na borda e decolando com tipos diferentes de aéreos.

Quando restavam 22 minutos para o fim, o brasileiro usou a prioridade, rasgou, bateu e voou primeiro num Alley Oop, depois com reverse. A nota foi 8.17 pontos. O australiano tentou encostar com 7.77, mas Filipe colocou mais 6.57 no somatório e controlou as ações até o fim. A vitória foi pelo placar de 14.74 a 12.94.

“Eu levei 9 anos para finalmente badalar esse sino e o Callum (Robson) já chegou tão próximo no seu primeiro ano, então ele pode esperar um pouco mais né”, brinca Filipe Toledo. “Infelizmente, a final não foi no Bowl, mas em Rincon e tinha muito vento, tava bem difícil. Mas foi divertido, porque deu para surfar umas ondas boas ainda. Quero agradecer a todo o meu time, porque sem eles eu não estaria aqui e parabenizar todos os surfistas que chegaram nesse dia final”.

Ainda no pódio, Filipe foi perguntado sobre a reedição da final de 2019 com John John Florence: “Sim, todo mundo estava esperando essa bateria, mas eu me preparei mentalmente para vir com tudo pra vencer. Eu estava muito confiante em surfar o meu melhor em cada onda. Na verdade, eu orei bastante antes da bateria, pedindo a Deus para me mandar a primeira onda e minhas preces foram atendidas. Veio aquela onda incrível (9,63) e eu ganhei mais confiança para o restante da bateria”.

Ranking – Com o resultado Filipe se firmou na liderança do ranking, e irá competir na próxima etapa, em Margaret River, Austrália, com a lycar amarela. Já o novato na elite, Callum Robson, subiu nove degraus e agora é o sexto melhor do mundo.

O japonês Kaona Igarashi caiu de primeiro para segundo lugar na lista dos melhroes. O havaiano John John Florence subiu de oitavo pra terceiro. Já o norte-americano Kelly Slater e o havaiano Barron Mamiya caíram de segundo para o quarto lugar.

Filipe Toledo vai trocar a camisa vermelha pela amarela de líder na próxima etapa.

Italo Ferreira subiu de décimo para sétimo, Caio Ibelli caiu de sexto pra oitava e Miguel Pupo foi de 11º para o 10º lugar. O outro brasileiro dentro da lista atual dos 22 que irão permanecer na elite após a quinta etapa tem ainda Samuel Pupo, que se manteve na 18ª posição.

João Chianca (25º), Deivid Silva (28º) e Jadson André (28º) terão que fazer excelentes apresentações em Margaret River para continuar na elite na segunda metade da temporada.

A etapa de Margaret River acontece entre os próximos dias 24 de abril e 4 de maio.

Pro Bells Beach

Semifinal masculina

Filipe Toledo (BRA) 10.73 x 4.10 Ethan Ewing (AUS)

2 Callum Robson (AUS) 11.86 x 11.50 Jack Robinson (AUS)

Final

Filipe Toledo (BRA) 14.74 x 12.94 Callum Robson (AUS)

Semifinal feminina

1 Tyler Wright (AUS) 14.23 x 13.90 Courtney Conlogue (EUA)

2 Carissa Moore (HAV) 14.50 x 13.77 Brisa Hennessy (CRI)

Final 

Tyler Wright (AUS) 16.93 x 10.57 Carissa Moore (HAV)

Top-22 do WSL Championship Tour – 4 etapas

1 Filipe Toledo (BRA) – 24.440 pontos
2 Kanoa Igarashi (JPN) – 18.620
3 John John Florence (HAV) – 16.905
4 Kelly Slater (EUA) – 15.980
4 Barron Mamiya (HAV) – 15.980
6 Callum Robson (AUS) – 15.770
7 Italo Ferreira (BRA) – 15.480
8 Ethan Ewing (AUS) – 14.830
8 Caio Ibelli (BRA) – 14.830
10 Miguel Pupo (BRA) – 14.415
11 Seth Moniz (HAV) – 14.140
12 Griffin Colapinto (EUA) – 13.990
13 Jack Robinson (AUS) – 13.490
14 Jordy Smith (AFR) – 12.715
14 Kolohe Andino (EUA) – 12.715
16 Connor O´Leary (AUS) – 11.290
16 Nat Young (EUA) – 11.290
18 Jake Marshall (EUA) – 10.725
18 Samuel Pupo (BRA) – 10.725
20 Jackson Baker (AUS) – 9.300
21 Ezekiel Lau (HAV) – 8.735
21 Lucca Mesinas (PER) – 8.735

Outros brasileiros

25 João Chianca (BRA) – 7.310 pontos
28 Deivid Silva (BRA) – 6.245
28 Jadson André (BRA) – 6.245
41 Gabriel Medina (BRA) – 1.060
41 Yago Dora (BRA) – 1.060

Top-10 do WSL Championship Tour – 4 etapas

1 Carissa Moore (HAV) – 24.295 pontos
2 Tyler Wright (AUS) – 23.440
2 Brisa Hennessy (CRI) – 23.440
4 Lakey Peterson (EUA) – 19.105
5 Johanne Defay (FRA) – 18.980
6 Tatiana Weston-Webb (BRA) – 17.830
7 Malia Manuel (HAV) – 17.765
8 India Robinson (AUS) – 14.710
9 Stephanie Gilmore (AUS) – 14.485
9 Courtney Conlogue (EUA) – 14.485