Tahiti

Zecão encontra direita rara

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Surfar no Tahiti é sempre uma surpresa. A cada dia em um lugar e swells vindos de todas as direções, mas não imaginava que a sorte grande estaria conosco.

Na Trip estava eu, Tatu, Gil, Buzzy e Bertola. Queríamos algo novo, pois Teahupoo não deu as caras e Vairao já tinha feito sua parte. Resolvemos ir à ilha vizinha, Moorea. Eu já tinha surfado por lá há mais de vinte anos atrás e sabia do potencial daquele lugar.

Haapiti foi nosso destino. Uma esquerda perfeita com várias seções de tubos e manobras. Pegamos altas ondas logo no primeiro dia em Moorea, mas a grande surpresa veio no dia seguinte.

A direita raríssima de Temae estava quebrando de gala, foi o que disse o local da pousada em que estávamos hospedados. Na hora veio em minha cabeça estórias antigas de uma direita perfeita que eu já tinha surfado com apenas dois amigos, demais! Nem acredito que vou ter essa sorte novamente, pensei comigo mesmo, mas o crowd com certeza vai ser outro (risos).

A barca partiu com destino à ponta da ilha onde fica localizada a onda de Temae. A ansiedade era geral, mas ninguém imaginava, apenas eu sabia realmente o que mais ou menos iríamos ver. A galera nem sabia que se tratava de uma onda cheia de estórias e muito rara, que somente poucos têm a sorte de estar no lugar certo e na hora certa.

Paramos o carro e caminhamos até o pico. De repente, direitas de sonho com várias seções de tubos quebravam a nossa frente. Uma mistura de Jeffreys Bay com Kirra ou algo assim. Séries de até 2 metros quebravam com perfeição. Infelizmente não eram só duas pessoas na água, mas tabém não passavam de 10 a 15 locais na água, que aliás nos receberam muito bem, no melhor estilo tahitiano.

A entrada e saída do pico é casca-grossa. Muito rasa e com um coral muito afiado, mas não foi isso que inibiu a galera. Dentro d’água o buraco estava mais em baixo e não foi fácil se posicionar, a não ser o Gil que já foi logo para trás do pico e pegou várias ondas atrás dos locais com muita garra e disposição, tendo como recompensa uma direita muito longa e o melhor tubo da barca.

Buzzy também quebrou tudo com sua 7’8″ e sempre vinha lá de trás conectando com velocidade. Bertola, como em todos os picos, mostrou-se muito à vontade e com disposição para remar nas da série.

Eu também peguei umas boas e me diverti muito, em um surf perfeito, sem stress nenhum e com a alegria de estar ali participando de mais essa emoção. Quem também quebrou foi nosso fotógrafo, naquele momento o Tatu, que não vacilou e registrou o surf.

Infelizmente a brincadeira não durou muito. O vento entrou e prejudiocou as ondas, mas é assim mesmo. Essa é uma onda muito rara, que precisa de condições perfeitas com swel de Sudoeste e vento Sul, condições não tão comuns de acontecerem por aqui, por isso quem pegou, pegou, senão só na próxima. E a próxima só Deus sabe!

Já estava na hora de partir e voltar para Papeete. O swell aqui dura no máximo um dia. Só que mais surpesas estavam por vir. Nosso guia local, o Marama, nos levou para nadar com os tubarões e arraias. Foi demais tocar nas arraias e alimentar os tubarões com a mão.

É isto mesmo que Buzzy fez! Arremessaram uma cabeça de peixe gigante na pagua para atrais mais tubarões. Buzzy foi atrás e a segurou, até um bichão vir e mordê-la. Ele ainda segurou até o tubarão arrancar uma parte. Não é estória de pescador! Eu vi (risos)!

Aloha!