Single fins

Dificuldades deliciosas

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Elas dominaram o cenário até o surgimento das Thrusters (triquilhas do australiano Simon Anderson). As single fins, ou monoquilhas, pranchas de uma quilha só, fazem parte de uma época em que o surfe estava se tornando mais radical. As “mini models” haviam surgido dos longboards e eram muito mais manobráveis que os “pranchões”. Ir da base ao topo da onda, entubar com mais controle e fazer cutbacks mais precisos e rápidos, tudo isso mudou a maneira de encarar as ondas no fim dos anos 60 e começo dos 70. No entanto, se comparadas às pranchas modernas, com mais de uma quilha, as “monos” eram bem limitadas.

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Nos anos 80 quilhas, wings e rabetas foram testadas e exploradas de todas as maneiras. Foto: Divulgação.

 

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Há alguns anos, a Channel Island desenvolveu esse modelo de linhas mais modernas para Tom Curren. Canaletas faziam sucesso nos anos 70 e podem ajudar no funcionamento das single fins. Foto: Divulgação.

Mas a culpa de todos os “problemas” que sentimos atualmente, ao surfar com uma prancha daquela época, não estão só na quilha solitária. Outline, rocker, contorno de fundo, bordas, peso… tudo isso entra no jogo.

Hoje, você pode se beneficiar de designs atuais que potencializam o funcionamento das monoquilhas, minimizando a falta de velocidade, poder de aceleração, derrapadas e enterradas de borda.

Essas pranchas podem ser bem divertidas em ondas que forneçam energia, pois não são muito boas para gerar velocidade. São ótimas para aprender como aproveitar melhor a linha da onda, como fluir com ela sem desperdiçar energia. Em linha reta elas começam a embalar, por ter menos quilhas que causem arrasto, porém, suas manobras têm que ser calculadas um pouco antes, pois o tempo de resposta à pressão que você exerce sobre a prancha é mais lento.

É quase impossível replicar as manobras que conseguimos realizar com triquilhas nessas pranchas de um pivô único. É difícil quebrar a linha e atacar o lip verticalmente. A parada são curvas de arcos longos. Conforme o outline, é preciso mover mais os pés e surfar mais ereto. Tudo isso proporciona uma boa maneira de lapidar seu estilo, já que elas pedem menos movimento e mais técnica e leitura de onda.

Resumo da ópera. Sim, elas podem ser divertidas, mas não em qualquer tipo de onda. Swell com mais de 1 metrão, no mínimo. Paredes mais íngremes e longas e, pronto, pode demorar um pouco para você pegar o jeito, mas elas ganham vida sob seus pés, aliás, uma vida bem diferente e interessante.

No vídeo acima, Harouet Anthony demonstra intimidade com a monoquilha nas ondas francesas.

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Muita gente ainda sonha em ter uma Lightining Bolt, monoquilha, com assinatura do Gerry Lopez, mesmo que seja para deixar na parede. Foto: Divulgação.