Alex Costa

Bodyboarder volta à ativa

Alex Costa retorna ao cenário do surfe e foca em desenvolver projetos de esporte e educação. Confira entrevista.

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Alex Costa já trabalhou em federações e como educador.Divulgação
Alex Costa já trabalhou em federações e como educador.

O vicentino Alex Costa está de volta. Nascido em Santos (SP) e morador de São Vicente (SP), o ex-atleta paralímpico, bodyboarder e empresário volta ao mundo dos esportes, depois de longos cinco anos afastado.

Em entrevista à Nicole Eterovic, Costa fala sobre seu afastamento, o retorno ao surfe e ao bodyboard, além de objetivos para o futuro.

Como foi decidir parar de fazer aquilo que mais ama por tanto tempo?

Foi difícil, mas necessário, sinceramente eu estava cansado. Encarei como ótimas férias. Desde os quatro anos de idade vivendo intensamente para natação, surfe e bodyboarding.  Eu precisava respirar novos ares.

Até 2017 você tinha uma vida bem ativa nos bastidores do surfe e bodyboarding paulista. Você pretende retomar estas atividades?

Aos 41 anos, a maturidade e a experiência me abriram um novo leque de oportunidades a desbravar. Aproveitei esse tempo para estudar e analisar o crescimento do esporte até as Olimpíadas, no caso do surfe.  Hoje não tenho o mesmo tempo que tinha antes, muita coisa mudou e outras nem tanto, por isso não pretendo voltar às mesmas atividades.

Sua carreira sempre foi bem agitada, conte um pouco do que fazia antes das férias.

Eu fui diretor de algumas Associações e Federações. Na FEBBESP fui árbitro e head judge. Ajudei a criar a primeira Federação Paulista de Stand Up Paddle. Trabalhei muito tempo como locutor e árbitro em competições da região da Baixada Santista.  Em 2010 criei a AC Bodyboarding Brasil, empresa que patrocinou 12 atletas, cuidava da carreira de muitos deles. Também fui  correspondente do site Waves no Boletim das Ondas de Santos e São Vicente por 8 anos.

No meio disso tudo ainda me dividia entre organização de eventos e coordenação da Escola de Surf e Bodyboarding da Prefeitura de São Vicente. Tive o prazer de atuar durante quatro anos como educador em um projeto piloto, que envolvia a Associação Santos de Surf e a Secretaria de Educação de Santos, chamado Escola Total, no qual levávamos educação através do surfe.

Alex Costa, Naldo Lima, Picuruta Salazar e Mauro Rabellé.

Quando e como foi seu primeiro contato com a natação e o bodyboarding?

A natação entrou na minha vida em 1984, por indicação de um médico, para minimizar a minha deficiência no braço direito. Eu tinha 4 anos, lembro que tinha muita vergonha, minha mãe me arrastava para academia.

O bodyboarding apareceu em 1991, quando fui nadar numa competição de um clube na Praia de Toque-Toque Grande. Após a competição, fizemos um tour pelo Litoral Norte de São Paulo. Minha professora tinha levado um bodyboard Mach 7-7 para a galera brincar. Eu achei muita adrenalina descer uma onda com aquela prancha!

Você foi competidor nestes esportes então? Como foi e quando parou?

Minha primeira competição foi interna, na academia onde nadava, eu tinha 6 anos e  competia contra crianças sem deficiência. Na primeira fase, nadei até os 16 anos.  Nessa época não havia muitos atletas paralímpicos, muito menos incentivo para os mesmos, por isso acabei abandonando a natação e seguindo com o bodyboarding. Em 2009 fui convidado para voltar a competir o Paulista e Brasileiro (natação), em busca do índice para as Paralimpíadas.  Mesmo com ótimos resultados, uma lesão no cotovelo me tirou de vez das competições em 2012.

Já no bodyboarding, após ter o primeiro contato em 1991, um ano depois comprei meu primeiro bodyboard de um amigo, Mach 7-7 usada. Surfei com ele durante um ano até minha mãe me dar de aniversário um bodyboard Genesis e pés de pato da Redley. Em 1997 me arrisquei a participar de um campeonato local. Competi poucos anos como amador até levantar a bandeira do free surf, quando consegui bons patrocínios para viajar pelo Brasil, fazer imagens e divulgar as marcas. Era muito bom fazer isso sem ter a responsabilidade de ter resultados em competições. Consegui conciliar com as demais atividades até 2012, quando passei a focar minha vida nos bastidores do mundo do surfe.

E agora que está de volta, qual é o foco?

O foco agora é desenvolver projetos que envolvam esporte e educação  profissionalmente, inovar e cobrir as lacunas que ainda existem na base do esporte. Dar oportunidade aos mais carentes, assim, promovendo melhor qualidade de vida a eles.