Era das descobertas

Formiga explora litoral português

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Formiga encara as direitas geladas de São Lourenço, Portugal. Foto: Arquivo pessoal Luis Roberto Formiga.

Conhecer um país, reencontrar antigos amigos e ídolos do esporte, curtir a tranqüilidade em um lugar sem crowd e ainda surfar ondas novas, pode parecer difícil nos dias de hoje.

 

Nas últimas notícias havaianas, alguns jornalistas pedem que os tops do WCT boicotem o Hawaii, pelos constantes transtornos que os locais causam aos famigerados caçadores de ondas. Se os havaianos pegam pesado, eles também têm suas razões.

 

Já imaginou um bando de gringos chegando em teu quintal, berrando uns com os outros, rabeando, e ainda pagando uma de reis da porrada?

 

O surf em suas diferentes modalidades, não pode ser só isso. Quando decidi trocar o inverno quente havaiano, pela “friaca” do inverno europeu, mal imaginava o quanto seria legal.

 

Geada na grama da praia nos dias mais frios, ondas quebrando em seqüências, tubos e baforadas, vento terral todos os dias, sem flat e na paz total, isso é Portugal.

 

Romeu Bruno, Alexandre Haigaz, e eu, que viemos do Brasil, e Rony Carrari, Tinguinha Lima e Ramon Lauriano, brazucas que vivem no país irmão, nos encontramos e curtimos bons momentos juntos.

 

Nesta viagem, demos início ao projeto Portugal Surf Explorer, idealizado por Romeu Bruno. Contamos com dicas e apoio do Rony, Tinga e do comandante de airbus Thomas.

 

Sem falar na ajuda do big rider local Miguel Ruivo, e ainda do João Valente, “portuga/brazuca” editor da revista Surf Portugal, todos em um ritmo de parceria, amizade e fome de tubos.

 

Nesta trip deu para ver que, tem onda demais sem ninguém surfando, em alguns lugares famosos como Ericeira e Peniche. O surf na remada tem até um certo crowd. Já nos outro 60% do litoral português, só ondas solitárias.

 

Surf também para pranchões, stand up padle, tow-in, e kite nas ondas, tudo na maior tranqüilidade. Se o frio pega, uma roupa 4 milímetros é o suficiente. Usei direto uma Mormaii 5 milímetros e não tive problemas. A temperatura da água é como no Peru, dá para encarar.

 

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Romeu Bruno percorre com tranqüilidade pelos tubos da Praia Grande, Portugal. Foto: Arquivo pessoal Luis Roberto Formiga.

O tamanho das ondas é muito bom para treinos. Frequentemente quebram ondas de 2,5 a 3,5 metros, às vezes até maior. A qualidade destas ondas é o que surpreende. Quanta onda boa, Portugal é demais.

 

A praia Grande é um beach break dos bons. Muito forte e tubular, espanta os surfistas pela força da espuma e pelo quebra coco intransponível. Aí é hora do tow-in, pois à medida que o mar cresce, aparecem mais ondas.

 

Nesta condição também começa a quebrar as ondas da linha, na região de Cascais. Longas ondas e bons tubos fazem a cabeça de longboarders e surfistas de performance, manobreiros e voadores.

 

Já nas lajês e fundos de pedras, mais ondas com o visual das falésias, valas para todos os gostos, mamão com açúcar ou metal pesado, você decide.

 

São Lourenço é uma onda perfeita e tranqüila, forte e com sessão de tubos. Fica localizada ao do lado da Cave, uma onda buraco que quebra de frente às pedras. Onda sinistra, tudo perto, um pico ao lado do outro e sem stress.

 

Mais ao Sul do país, nas praias do Algarve, o visual da região é maravilhoso. Surfar de kite em mares que um dia foram ponto de largada para os descobrimentos foi alucinante.

 

Cheguei a ver a Ponta Ruiva, um pico de pedra, quebrar ondas de mais de 20 pés, com vento terral de até 70 quilômetros.

 

Sentiu o drama? O mar em Portugal é muito forte e poderoso, e uma coisa é certa, tem muita onda especial para se curtir por aí. Afinal, o mundo do surf não se chama Hawaii.

 

Confira o melhor da expedição Portugal Surf Explorer nesta quarta-feira às 22 horas, no programa X-treme TV do canal ESPN Brasil.

 

A barca pelo litoral português contou com apoio Dardak jeans, Mormaii e Bad Boy.