Medina e Wilson

Uma década de rivalidade

Relembre grandes duelos entre Gabriel Medina e Julian Wilson, uma das maiores rivalidades da atual geração no Tour.

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Atletas confraternizam após a bateria.

Gabriel Medina derrotou Julian Wilson nas oitavas de final das Olimpíadas de Tóquio, no Japão. A vaga veio com susto nos últimos segundos da bateria, e lembrou alguns dos duelos memoráveis que o brasileiro e o australiano travaram ao longo de suas carreiras no Tour. Ambos ingressaram no Circuito Mundial em 2011 e construíram uma das maiores rivalidades da atual geração.

Foram seis finais de etapas entre eles, com três vitórias para cada lado. O brasileiro levou França (2011), Portugal (2017) e Havaí (2018), enquanto o aussie levou a melhor em Portugal (2012), Havaí (2014) e Taiti (2017). Boa parte destes duelos foi decidido com baterias emocionantes, com direito a reviravoltas e revanches.

Em 2014, Medina tinha acabado de se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe ao avançar para a grande final. Mas ele ainda queria conquistar o até então inédito título do Pipe Masters. Julian Wilson, porém, frustrou os planos de Gabriel e venceu de forma espetacular, com notas 9,93 e 9,70, contra um 10 e um 9,20 do brasileiro.

Mas em 2018 teve o troco. Os dois chegaram para a última etapa, em Pipeline, como candidatos ao título. Para Julian Wilson ter chance, Medina não podia chegar na final, o que, como todo mundo sabe, não aconteceu. Assim como em 2014, o brasileiro chegou para a decisão no Havaí.

Atletas trocaram homenagens nas redes sociais.

Com o anúncio de afastamento de Julian Wilson do Tour por tempo indeterminado, será que a bateria olímpica foi o último capítulo desta história? Ou ainda teremos novos duelos pela frente? Enquanto isso, podemos lembrar alguns dos melhores momentos desta rivalidade histórica.

“Se não fosse pelas nossas batalhas, eu não seria quem eu sou hoje. Sempre elevando o nível e inspirando. Obrigado pelos bons momentos, parceiro”, publicou Gabriel Medina após a bateria.

Os vídeos foram publicados no canal da WSL.

Emoção até o fim

O confronto entre o brasileiro e o australiano foi o quarto das oitavas de final e teve muita ação. No total, 24 ondas foram surfadas, sendo 13 de Julian e 11 de Medina. Os dois abriram a disputa praticamente juntos, no segundo minuto. Medina bateu e voou com reverse de backside (7.50) e Julian rasgou e bateu (6.17).

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O australiano tomou a liderança do brasileiro quando restavam 20 minutos. Ele acelerou numa direita e voou com reverse para anotar 5.67 pontos. Após erros em algumas ondas, seis minutos depois Medina rasgou forte e bateu num lip grosso para anotar 6.83, e deixar Julian na necessidade de 8.16 para virar o resultado.

Medina então resolveu remar para perto de Julian, que tentou diminuir a diferença com um aéreo mais pra frente do que para o alto. Porém os 4.67 não alteraram o placar.

O tempo passou e Medina fez o uso da prioridade já nos últimos segundos, mas a onda não rendeu. E o pior: Julian ainda teve chance de pegar outra direita. O australiano achou uma rampa íngreme e novamente voou mais para a frente do que para o alto, aterrissou de rabeta no buraco e completou o giro.

Os dois saíram da água, se abraçaram e ficaram conversando durante alguns segundos. Depois voltaram a atenção para o palanque, para ouvir a nota que daria a virada para Julian, ou que confirmaria a vitória para Medina. Para a felicidade da nação verde e amarela, os 6.83 pontos não alteraram o resultado e o Brasil confirmou a primeira vaga nas quartas de final da categoria masculina.

“Eu sabia que teria uma bateria difícil já nas oitavas, porque só tem gente boa. Normalmente eu vejo o Julian em semifinal, final… a gente já teve algumas boas baterias. Feliz de ter vencido ele agora. O mar estava bem difícil. Mas, como eu falei, eu sabia que ia ser difícil então eu fui 100% concentrado”, disse Medina após a vitória. Ele também falou sobre o aéreo do Julian nos segundos finais.

“Estava com medo, né! Já vi várias cenas dessa que (o resultado) vai para o outro lado. Eu nem comemoro. Putz, já passei por cada uma que eu falei é melhor pensar positivo, se der deu, se não der é isso aí. Mas eu vi o aéreo por trás, eu vi que foi uma manobra só. Ele precisava de um 8 (pontos). Eu fiquei meio assim, né, porque eu já vi outras coisas acontecendo, mas graças a Deus deu tudo certo”.

Sobre as condições do mar, Medina disse: “Espero que o mar continue bombando assim, tem bastante onda, o que é bom pra gente. Eu e o Italo, a gente ama esses mares que vem bastante onda, muita oportunidade. Eu acho que amanhã, que pode ser ‘Finals Day’, o mar vai dar uma diminuída, mas se continuar com esse tamanho acho que vai ter altas ondas. Então estou muito feliz de estar nas quartas e se Deus quiser a gente vai fazer essa dobradinha na final”.

Transmissão – No Brasil, a Rede Globo detém os direitos de transmissão, tanto na TV aberta (TV Globo), quando na fechada (Sportv). Miguel Pupo, Alejo Muniz, Claudinha Gonçalves e Teco Padaratz são os comentaristas. Na TV paga, a BandSports também pode exibir a competição.

A programação do Sportv, sujeita a alterações, pode ser vista aqui.

Clique aqui para ver a programação da BandSports.

Oitavas de final Masculinas
Domingo (25) a partir das 23h48 (de Brasília)

1 Kanoa Igarashi (JAP) 14.00 x 12.00 Rio Waida (IDN)
2 Kolohe Andino (EUA) 14.83 x 11.60 John John Florence (EUA)
3 Michel Bourez (FRA) 12.43 x 9.40 Ramzi Boukhiam (MAR)
4 Gabriel Medina (BRA) 14.33 x 13.00 Julian Wilson (AUS)
5 Italo Ferreira (BRA) 14.54 x 9.67 Billy Stairmand (NZL)
6 Hiroto Ohhara (JAP) 10.00 x 9.63 Miguel Tudela (PER)
7 Lucca Mesinas (PER) 10.77 x 8.86 Leonardo Fioravanti (ITA)
8 Owen Wright (AUS) 15.00 x 12.90 Jeremy Flores (FRA)

Quartas de final
Segunda-feira (26) a partir das 19h (de Brasília)

1 (19h) Kanoa Igarashi (JAP) x Kolohe Andino (EUA)
2 (19h36) Michel Bourez (FRA) x Gabriel Medina (BRA)
3 (20h12) Italo Ferreira (BRA) x Hiroto Ohhara (JAP)
4 (20h48) Lucca Mesinas (PER) x Owen Wright (AUS)

Oitavas de final Femininas
Domingo (25) a partir das 19h (de Brasília)

1 Bianca Buitendag (AFR) 13.93 x 10.00 Stephanie Gilmore (AUS)
2 Yolanda Hopkins (POR) 10.84 x 9.40 Johanne Defay (FRA)
3 Brisa Hennessy (CRC) 12.00 x 7.73 Ella Williams (NZL)
4 Caroline Marks (EUA) 15.33 x 7.74 Mahina Maeda (JAP)
5 Carissa Moore (EUA) 10.34 x 9.90 Sofia Mulanovich (PER)
6 Silvana Lima (BRA) 12.17 x 7.50 Teresa Bonvalot (POR)
7 Amuro Tsuzuki (JAP) 10.33 x 9.00 Tatiana Weston-Webb (BRA)
8 Sally Fitzgibbons (AUS) 10.86 x 9.03 Pauline Ado (FRA)

Quartas de final
Segunda-feira (26) a partir das 21h24 (de Brasília)

1 (21h24) Bianca Buitendag (AFR) x Yolanda Hopkins (POR)
2 (22h) Brisa Hennessy (CRC) x Caroline Marks (EUA)
3 (22h36) Carissa Moore (EUA) x Silvana Lima (BRA)
4 (23h12) Amuro Tsuzuki (JAP) x Sally Fitzgibbons (AUS)

Cronograma do Festival Olímpico de Surfe (sujeito a alteração)

Sábado, 24 de julho (domingo no Japão)
19h às 4h20 (de Brasília)

19h – Round 1 da categoria Masculina
22h20 – Round 1 da categoria Feminina
01h40 – Round 2 da categoria Masculina
03h – Round 2 da categoria Feminina

Domingo, 25 de julho
19h (de Brasília)

19h – Round 3 da categoria Feminina
23h48 – Round 3 da categoria Masculina

Segunda-feira, 26 de julho
19h (de Brasília)

19h – Quartas de final da categoria Masculina
21h24 – Quartas de final da categoria Feminina
23h48 – Semifinal da categoria Masculina
1h – Semifinal da categoria Feminina
2h16 – Bateria da medalha de bronze Masculina
3h01 – Bateria da medalha de bronze Masculina
3h46 – Bateria da medalha de ouro Masculina
4h31 – Bateria da medalha de ouro Feminina