Guga Arruda

Laboratório nas piscinas

Shaper Guga Arruda testa pranchas da Powerlight nas piscinas de Waco, no Texas (EUA), e da Praia da Grama, em Itupeva (SP).

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Tenho me especializado em ondas de piscina. Tenho muito para aprender, treinar e estudar os designs e materiais de pranchas de surfe nas piscinas, um verdadeiro laboratório de surfe.

Muitos acreditam que pranchas menores e com menos volume trazem benefícios nas piscinas, o contrário do que a gente preconiza no mar. Resisti um pouco no início mas estou convencido de que sim.

Nas piscina ou em ondas pequenas e cavadas, a redução do tamanho e volume ajuda a encaixar a prancha no cavado da onda, assim como pranchas mais curvadas também, porém para correr para os aéreos ainda prefiro as pranchas mais planas.

Em relação aos materiais é evidente para mim que as pranchas de carbono tem mais velocidade e mais explosão nas manobras, principalmente nos aéreos. Não é a toa que muitos dos tops da WSL estão fazendo essa opção, principalmente em piscinas e ondas pequenas.

Esse ano estive surfando na piscina da Wacosurf, de tecnologia da Perfect Swell, no Texas, e na Praia da Grama (SP), com a tecnologia da Wave Garden, a mesma que está sendo construída na Surf Land em Garopaba (SC).

Já é minha segunda temporada no Texas, na primeira vez surfei nos modos “Expert” – uma onda de aproximadamente 1 metro cavada, forte e abrindo, para cerca de 3 a 4 manobras e o “aéreo” com uma onda que fecha para uma manobra apenas. Bem forte e relativamente pesada na junção, boa de voar mas bem desafiante para a aterrissagem.

Apesar de surfar uma onda perfeita e fazer manobras no cavado ser divertido e proveitoso para a evolução do surfe, dar aéreos altos me trazem mais emoção, então prefiro o modo de aéreos.

Nessa última trip, descobri um novo modo de onda para aéreos em Waco, uma nova configuração que oferece uma onda um pouco mais rápida no drop com uma junção mais leve do que a outra, perfeita para treinar os aéreos com giro, chamada de Sissy Sauce. Mas como Waco conseguiu aumentar a quantidade de água na piscina recentemente, as ondas estão volumosas e com bom tamanho e essa passou a ser a minha onda favorita em Waco para treinar aéreos.

Semana passada tive a oportunidade de surfar na piscina da Praia da Grama e ministrar um workshop sobre as pranchas Powerlight e interagir com os condôminos. A onda me surpreendeu com a força e o tamanho, a piscina é muito grande e a água é de um azul surreal.

Surfei nos modos Avançado e intermediário, turns e barrels. No nível Intermediário turns a onda já tem 1 metro, forte e longa para 4 a 5 manobras, perfeita para intermediários e avançados. Enquanto o modo Barrels é power e desafiante, com tubos profundos.

No avançado a onda é forte do inicio ao fim, rápida, perfeita porém desafiante. E o modo Barrel é um fenômeno, um slab, um tubo muito grosso de 1m com um lip de quase meio metro de espessura. Não tenho dúvidas de que uma geração de surfistas, muito bons de manobras, aéreos e tubos, virá dessas piscinas e a história do esporte será reescrita.

Enxergo claramente o caminho da evolução do esporte através do skate e das piscinas. Sky Brown, Sierra Ker e Erin Brooks são surfistas/skatistas de alta performance. Assim como Jackson Dorian, Seth Moniz, Kay Lenny, dentre outros. Todos treinando nas piscinas.

Meu filho @tucoarruda é skatista e vem treinando as manobras do skate nas piscinas, com pranchas de fibra de carbono. Logo lançaremos um video dele aqui pra galera do Waves.

E uma coisa galera, a gente nunca compara uma piscina com o mar, o mar é quase todo o nosso planeta, é nossa mãe natureza, a gente só compara uma piscina com outra piscina, ou com uma pista de skate.

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